Pato 28/03/2023
Apague a luz se for chorar foi a leitura de março do clube de leitura do Multiverso X, e me deixou apaixonado desde a primeira página. As duas narrativas paralelas do livro ajudam a construir o drama, mas sem perder o leitor em nenhum momento. Em uma delas, acompanhamos Cecília e o luto pela morte de seu pai e sua mãe (que morrem coincidentemente ao mesmo tempo) enquanto moram numa pequena cidade do interior do Goiás. Cheia de desconfianças, Cecília resolve investigar se as mortes tão estranhamente simultâneas não foram na verdade um assassinato, ao mesmo tempo que descobre ter um meio-irmão de quem nunca tinha ouvido falar (e que é seu principal suspeito). Na outra, vemos o veterinário João tentando juntar dinheiro para ir a China para que Adam, seu filho com paralisia cerebral, faça um tratamento experimental e, talvez, ter uma melhora de qualidade de vida.
Ao longo da narrativa vemos as desconfianças de Cecília tomando forma, enquanto, ironicamente, ela tem uma fé cega em pessoas que não conhece, assim como vemos os dramas e as soluções que João propõe para resolver seus problemas. Cheio de conflitos e momentos brutais de realidade, a narrativa não perde o fôlego e conduz o leitor, capítulo a capítulo, por uma narrativa muito sensível sobre família, suas complicadas relações e, o luto, tão inevitável quanto indesejável.