Angélica Pina 08/05/2020Ficção histórica apaixonanteAshira é uma moça judia que mora na cidade de Cafarnaum com a família: o pai, um fariseu extremamente rígido que nunca a tratou bem, a madrasta Zimra, que a considera pior do que as criadas, Zamir, o meio-irmão mais velho que não perde uma oportunidade para irritar a garota, e Nadav, o meio-irmão caçula, única pessoa da casa que a ama e trata com carinho.
O fato de a garota ter quatorze anos e ainda não ter encontrado um noivo é motivo para que ela seja humilhada dia após dia. Até que ela começa a ouvir falar sobre um homem que anda arrastando multidões pelas redondezas, curando enfermos e libertando cativos. A questão é que o fariseu não admite que o nome dele seja sequer mencionado dentro de sua casa. Sim, esse homem é ninguém menos do que Jesus.
Entre os soldados romanos que estão sempre por ali colocando ordem na cidade, um deles tem se destacado por sua determinação, coragem e desejo de ser o melhor: Octavius. Mesmo servindo há pouco tempo, ele logo consegue alcançar melhores posições dentro de seu grupo, despertando a admiração de alguns e a inveja de outros.
Quando começa a ouvir João Batista pregando sobre o Reino de Deus e o Cordeiro que vem para tirar o pecado do mundo, Octavius sente-se balançado. Afinal, é nítido que há um vazio dentro dele que precisa ser preenchido, embora o soldado não saiba exatamente com o quê. Ele entende que precisa de mais conquistas e mais glória pessoal, por isso se empenha ainda mais em seu trabalho. Até o dia que ouve alguns judeus celebrando uma festa e falando sobre o que Deus já fez pelo Seu povo.
Ashira e Octavius são duas pessoas entre as muitas que estão tendo todos os seus conceitos e convicções colocados à prova por causa do Filho de Deus que está agitando o mundo em sua época. Mas segui-lo envolve muitas coisas. E ambos precisam ser curados e libertos de tantas outras.
“O véu e a espada” é o primeiro romance da escritora Priscila Camargo. Eu já tinha lido alguns contos de sua autoria e gostado muito, mas essa ficção histórica superou as expectativas. A escrita é madura e envolvente e nos transporta com maestria para a época em que a história se passa.
O simbolismo do título é lindo e quando a gente entende é muito emocionante! Leitura recomendadíssima!