Sobre a terra somos belos por um instante

Sobre a terra somos belos por um instante Ocean Vuong




Resenhas - Sobre a Terra Somos Belos por um Instante


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Bookster Pedro Pacifico 16/06/2021

Sobre a terra somos belos por um instante, de Ocean Vuong
Em meio ao mês do orgulho LGBTQIA+, comecei essa leitura, muito bem indicada por Mia Couto no @dariaumlivropodcast, sem saber que a obra do autor vietnamita - que acaba de ser traduzida para o português - continha uma temática gay. Ocean Vuong é muito conhecido por suas obras de poesia e “Sobre a terra somos belos por um instante” foi sua primeira aventura em um romance.

Confesso que a leitura das primeiras páginas já deixa claro esse talento do autor para a poesia, já que a narrativa por ele construída é profunda e poética. Inclusive, o próprio título do livro revela esse tom, que irá permear toda a obra. De acordo com a sinopse, Vuong nos apresenta “uma carta de um filho para uma mãe que não sabe ler”. Mas a verdade é que a obra é muito mais que uma carta, é um mergulho nas memórias de uma família conflituosa e que sofre as dificuldades de viver em um país e em uma cultura distinta daquela em que nasceram.

O narrador, chamado carinhosamente de Cachorrinho (“little dog”), vai navegando por seu passado de forma fragmentada, com vários flashbacks que resgatam histórias de sua mãe e avó, fugidas do Vietnã em plena guerra contra os EUA. Os pontos centrais da narrativa são a relação entre mãe e filho - que é carregada de mágoas, desentendimentos e um amor não tão compreendido - e uma amizade tumultuada e intensa, que vão fazer com que o narrador questione sua verdadeira identidade.

Além disso, Vuong consegue trazer relevantes críticas sociais por meio da história de uma família sobrevivente. É o imigrante que fica à margem da sociedade e não é visto como um cidadão igual aos demais. É a masculinidade tóxica e a homofobia que impedem um amor verdadeiro. É o uso de drogas que tiram o futuro dos personagens. E a poesia está em tudo isso.

Vale dizer que o fato de a narrativa não ser linear, e de o autor fazer poesia com sua própria memória, tornam a leitura mais complexa e densa. Mas quando você se permite aproveitar aquele lirismo, sem se preocupar em querer “compreender” tudo o que vai sendo dito, a experiência se torna marcante.

Nota 9/10

site: http://instagram.com/book.ster
José Marques 16/06/2021minha estante
Mais uma dica anotada! ????????


Paloma 16/06/2021minha estante
Esse já está na minha lista!
E se me permite a indicação de outro na temática LGBT, estou lendo O Pacifista do John Boyne, ambientado na Inglaterra na Primeira Guerra Mundial.


Josie 11/08/2022minha estante
Livro pretensioso a mais não poder. Tô odiando.




mpettrus 28/12/2022

A Redenção das Fraturas de Sobrevivência
?Ocean Vuong nasceu em Saigon, Vietnã, mas foi criado em Hartford, Connecticut nos EUA, no seio de uma família de mulheres trabalhadoras de salões de beleza. Sua família mudou-se para a ?América? quando ele ainda era um bebê. A sua educação foi permeada por percalços e dificuldades, mas ele conseguiu se matricular, já adulto, no Brooklyn College, onde se formou em ?Literatura Americana do Século XIX?. Ganhou projeção nacional com o lançamento de um livro de poesias, ganhador de vários prêmios, como por exemplo, TS Eliot, nos EUA, com o poético título ?Céu Noturno Crivado de Balas?. Em 2019, Vuong se aventurou na prosa lançando um romance com também poético título ?Sobre a Terra Somos Belos Por Um Instante?, que me deixou devastado com o coração em pedaços, ao fim da leitura dessa carta de um filho para a sua mãe.

Esse romance é uma carta de um jovem filho vietnamita para sua mãe analfabeta, nos contando em um relato muito íntimo e pessoal, a história de sua família no Vietnã e seus episódios agridoces no norte da América em uma narrativa brutalmente honesta sobre raça, classe e masculinidade. É um romance assustadoramente belo nos mostrando um retrato doloroso, mas extraordinário, de uma família de imigrantes asiáticos na América, um primeiro amor entre dois rapazes e o poder redentor da narrativa.

Em meio a tanto desalento, abandono e solidão, o narrador ainda consegue soprar o desespero de estar vivo com uma beleza selvagem. Fiquei chocado. Chocado porque esse autor é jovem, muito jovem, e ele consegue imprimir uma voz no eu-lírico assustadoramente profunda, rica em sabedoria e compaixão. A escrita lírica e chocantemente íntima revela uma narrativa fraturada de uma família dividida entre culturas díspares não tão brevemente belos, mas permanentemente belos.


? A ideia de escrever uma carta a um destinatário analfabeto foi muito emblemática, porque a mãe me pareceu muito distante dele, como se fisicamente ela não existisse mais, porém, continuando vivíssima em suas memórias. E essas memórias são como fantasmas que permeiam suas lembranças.

O fantasma, como sabemos, é sobre o passado que atravessa vários mundos ? leia-se aqui, presente e o próximo futuro ? passando e invadindo se apegando a algo que já se foi e que se encontra fora de alcance, permanecendo assim inconsolável para sempre, permanecendo a margem da existência do eu-lírico, mas sonhando encontrar a sua alma onde possa repousar suas lembranças, para, finalmente, o fantasma se lembrar. E ao fim da leitura, eu compreendi que o fantasma é a mãe, distante e inalcançável. Fiquei destroçado.

?O autor é poeta. Logo, encontrar um tom poético na prosa é recorrente. São poemas em prosa, cada um capturando um momento, uma memória, um sentimento e a suposição do ?e se? tão lindamente narrada pelo eu-lírico. Não considerei o texto cronológico, pois o narrador traça um vertiginoso caminho de memórias emaranhadas por uma bússola de um andarilho que ao mesmo tempo em que se desvia da história, ele a recompõe, a reafirma voltando no tempo, recordando-a chamando-a de volta, porque o eu-lírico é a própria personificação da inquietação. E, por ser inquieto, não existe, ao menos para mim, a menor possibilidade de ser cronológico, de ter uma estrutura narrativa regular, mas sim uma série de fragmentos ou momentos.

E por essa maneira de contar a história, fragmentada e irregular, mas que ao final encontramos sentido em suas palavras, é que Vuong nos entrega um romance com uma seriedade honestamente crua. Há algo na sua história que nos diz que vem de um lugar de verdade, não somente pela crueza bela de suas lembranças, mas porque o autor se baseia em eventos históricos para tecer sua história fictícia com cada dimensão da nossa realidade, ou especificamente, de sua realidade.

E, para mim, as suas vozes não se misturam. Eu consigo identificar a voz do eu-lírico, o ?Cachorrinho?, e o quão invisível se encontra a voz do próprio autor dentro do texto. Eu fiquei encantado em perceber a voz do eu-lírico enquanto criança, bem como, enquanto adolescente e quase ao fim da história, enquanto adulto. E, entre elas, de maneira sutil, quase apagada, a voz de Vuong. Isso é tão raro de acontecer e é uma façanha incrível.

Esse livro me destruiu quebrando a minha alma, coração e mente e depois me refez e me reconstruiu tudo ao mesmo tempo. É implacável em sua dor, realidade e beleza. Cada frase era um arranhão na minha pele e cada quebra de parágrafo era um corte na minha alma. A narrativa dessa prosa poética é insuportável e pesada demais para não ser sentida, por isso o colapso é inevitável.

E, olha a ironia aqui, compreendi o colapso nessa história como a salvação do eu-lírico, ou a minha salvação enquanto leitor. Por que, enquanto leitor, esse romance me fez compreender que há arte nos escombros e promessas de recomeçar. As fraturas não são passíveis de sobrevivência, elas também são um trampolim para seguir em frente, porque tudo transcende e se transforma em algo literalmente próximo da redenção.

Inegavelmente belo e breve, embora seja um livro curto, não é uma leitura leve, tampouco, fácil de ser digerida. Eu digo a vocês, meus bacanos, que o autor não escreveu um livro, ele simplesmente abriu seu coração e o deixou sangrar por todas as páginas abrindo assim o meu coração, deixando-o do avesso. Estou infinitamente maravilhado.

E é horripilantemente sinestésico, tátil, palpável. É como se eu pudesse tocar a melancolia do eu-lírico, o ?Cachorrinho?, o que me fez perceber que a força desse romance também está nas especificidades vistas, cheiradas e provadas capturando sensações fugazes de um momento real das páginas das ilusões de sua vida.

Eu nunca vou esquecer do momento em que sentir o sal do pescoço de Trevor e o quanto isso me deixou arrepiado. Porém, não menos triste. Porque logo em seguida, antes do ponto final dessa prosa assombrosamente moribunda, compreendi que podemos ser belos aqui na Terra por um breve período de tempo, mas este livro será belo para sempre na estante da minha biblioteca.
respira.libros 28/12/2022minha estante
Melhores resenhas desse Skoob :)


Erivaldo21 29/12/2022minha estante
Concordo! São as melhores resenhas.


mpettrus 29/12/2022minha estante
Hahahahhaha muito obrigado pelo elogio, Breathing Books!!!

?????

Feliz 2023!!! ??


mpettrus 29/12/2022minha estante
Muito obrigado pelo elogio, Erivaldo Rocha!!!

????

Feliz 2023!!!
???


Erivaldo21 30/12/2022minha estante
Feliz 2023!???




Leo Oliveira 26/04/2021

Acho que nunca chorei tanto lendo um livro quanto chorei com esse. Que história incrível, necessária e sensível. Sem dúvida uma das melhores leituras do ano.
dani 01/05/2021minha estante
Também chorei baldes ?


day 20/05/2021minha estante
Já quero ler ?


Jeny 09/06/2021minha estante
Podem me ajudar não consigo abrir para ler




Brunna158 07/01/2024

Que coisa doida é a tal da memória?
é muito curioso quando encontramos um autor que narra memória de uma maneira tão singular.

a memória é um dos aspectos (na minha opinião) mais difíceis de ser colocado em palavras. mas o cara o faz aqui com uma MAESTRIA.

é um livro muito triste e muito verdadeiro. as críticas que eu tenho a ele nem cabem aqui porque é um livro de uma magnitude indescritível, uma leitura necessária sobre lembranças, traumas geracionais, guerras, imigração e temáticas lgbt.

OBRIGADA, ocean, pelo seu livro!!!
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cris.leal 08/07/2021

Não rolou...
O livro é uma narrativa pungente da própria vida do autor, o poeta Ocean Vuong, que nasceu no Vietnã, em 1988, e ainda criança asilou-se nos Estados Unidos. A saída da família da terra natal aconteceu porque o governo comunista passou a persegui-la por ser miscigenada. O avô de Ocean era um soldado americano que lutava na Guerra do Vietnã, quando se casou com sua avó vietnamita.

O romance é apresentado na forma de uma longa carta de Ocean para a mãe, que não a lerá por ser analfabeta. Talvez este detalhe tenha incentivado descrições tão honestas e viscerais. O seu relato mistura memórias da infância, adolescência e início da idade adulta, com flashes da vida da sua avó e da sua mãe, ambas profundamente traumatizadas por causa da Guerra do Vietnã. As duas mulheres têm grande influência sobre Ocean e é claro que os seus traumas acabam reverberando na vida dele.

A prosa do autor é bastante poética e aborda temas gerais inerentes aos imigrantes, como: a dificuldade na comunicação, a exclusão social e a discriminação racial. E também temas mais pessoais, como: violência doméstica, despertar da sexualidade, primeiro amor, homossexualismo, drogas, luto, e por aí vai. Há perceptível sensibilidade em tudo, mas em alguns momentos me vi perdida em meio a sua narrativa não linear repleta de metáforas. É uma semi-autobiografia corajosa e comovente, um verdadeiro grito do coração, mas a maneira como foi escrita não funcionou para mim.
Douglas 08/07/2021minha estante
A prosa é poética do começo até o final?


cris.leal 08/07/2021minha estante
Não, Douglas.


Débora 08/07/2021minha estante
Para mim também não deu, Cris. Não consegui nem terminar esse livro, abandonei quase na metade...


Douglas 08/07/2021minha estante
Cris, não gosto de escrita poética. Estava em dúvidas se ia ler, vou tirar da lista.


cris.leal 08/07/2021minha estante
Pra mim o problema não foi a história contada, mas a maneira confusa como foi contada. Vi q o livro é super aclamado e até me senti meio mal por isso, mas não gostei mesmo. ?




finnlandia 27/08/2023

Visceralmente pessoal. Me senti invadindo, tomando a intimidade alheia. Coisas que só uma mãe específica de alguém específico entenderia de verdade, mas que o autor escreve de uma forma que em momento nenhum fica difícil de entender, pois a proposta aqui é sentir, se pôr naquele lugar. De imigrante, de jovem, de LGBT. Recomendadíssimo!
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Alice 29/05/2021

Uau
Quando ouvi dizer que este livro era poesia pura, achei que ler seria fácil, um prazer, um deleite. Não sei porque, já que nunca achei que ler poesia fosse fácil ou (imediatamente) prazeroso. 'Sobre a terra somos belos por um instante' também não foi. Este é um livro curto, mas denso. Os temas são pesados. A narrativa não é linear. O lirismo é tanto que as vezes pede tempo pra digestão. A leitura nem sempre fluiu pra mim, apesar de emocionar - tanto ri quanto chorei lendo. Mas, assim como muita poesia difícil de ler, o impacto que fica depois de acabar é grande. Forte, potente e belo são os adjetivos que me vêm à mente agora. Quero reler o original em inglês em breve.
dani 29/05/2021minha estante
Ótima resenha! Também chorei muito lendo esse livro. Li em inglês, mas também quero ler a tradução.




sara 14/07/2021

Não sei o que pensar direito sobre esse livro, porque foi um turbilhão de emoções conforme avançava na leitura. A escrita poética é simplesmente tudo, te faz mergulhar no misto de emoções que o personagem passa ao longo da história. O livro traz muitas questões importantes, inseridas na vida do narrador e que o leva ao questionamento sobre quem ele é e como suportar a dor de amar quem nos machuca e que também é machucado. Sério, eu não sei o que pensar ainda. É muita coisa pra digerir emocionalmente.
Por se tratar de uma escrita não linear me vi a maior parte das vezes perdida entre os parágrafos, capítulos ou até entre as frases. Mas cada parte era um estilhaçar e remendar agonizante. Sim, sofri demais com o livro todo, é isso.
dani 14/07/2021minha estante
Compartilho esse sentimentos. Uma leitura dolorosa, mas belíssima.




Let Carvalho 21/01/2022

Eu só consigo pensar o quanto esse autor e talentoso e faz com que a história dessa família seja cravada no meu peito de uma maneira emocionante e dolorida.

Que livro incrível.
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Dri 21/03/2022

Sobre a terra somos belos
Não é à toa que o autor ganhou prêmios por sua poesia, embora este livro seja um romance é inegável o tom poético da narrativa.
Contando os acontecimentos da sua vida para a sua mãe, que não sabe ler, ele cria uma narrativa envolvente e reflexiva. Acompanhamos momentos de sua infância até a vida adulta, acontecimentos dolorosos e marcantes. Gostei bastante da história.


"Lembro como tentei dizer, mas você não tinha a linguagem para compreender."

"Para ser belo, você primeiro precisa ser visto, mas ser visto sempre permite que você seja caçado."
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Dani.Odete 09/09/2023

Arrastado!!
A história de um filho que escreve uma carta a sua mãe analfabeta,em meio a tantas lembranças e dores poderia ser perfeito e inesquecível se não fosse a escrita arrastada e floreada demais do autor,a ponto de ter me feito desconectar de um relato que realmente me emocionou no início. Mas do meio para o final o livro fica pesado e lento além de sair por vários capítulos da narrativa. Que pena,esse foi o livro de 200 pags.mais longo e demorado que já li.
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Beatriz 24/09/2021

não gostei
mais um livro considerado uma obra-prima por vários mas não deu certo pra mim, não tive fascinação como muitos tiveram.
é uma narrativa epistolar, aqui não é linear, o que infelizmente não funcionou comigo.
o narrador nos apresenta seus problemas familiares com diversos detalhes aleatórios em uma sequência bem fragmentada me fazendo desconectar completamente da história.
é de fato um livro com uma escrita bonita, crua e simples, onde o Cachorrinho prioriza a expressão de seus sentimentos mais íntimos, mas não me importei com nada pq me sentia perdida, apática com todos os personagens devido essa quebra constante durante os acontecimentos.
enfim, não compreendo essa conexão q tiveram com algo tão subdividido, com tantos devaneios nada a ver. talvez eu não seja intelectual suficiente pra absorver essa obra... triste kk
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juliadeletras 01/10/2023

Foi uma experiência muito boa a leitura desse livro. É lindo ver as descobertas do personagem e há uma urgência e angústia em muitas partes da história dele que ele está contando em cartas. É um livro muito bom, apesar de ser um livro super denso e demorado de se ler.

Eu fiz um vídeo sobre esse livro no meu canal. Vai ser um prazer te ver por lá :)
Moringan 01/10/2023minha estante
Qual o seu canal? Deixa aqui.
Adoraria ver o vídeo


juliadeletras 01/10/2023minha estante
é esse video aqui https://youtu.be/xSq9KiOe4fQ


juliadeletras 01/10/2023minha estante
É o mesmo nome daqui, Júlia de Letras. Tem o link na bio, mas é só pesquisar o nome do livro no YouTube que eu acho que aparece lá


Moringan 01/10/2023minha estante
Está certo, obrigada!




Thayna Cursino 23/07/2023

Fui com expectativas altas para esse livro, e acabei me decepcionando de certa forma. A história não é ruim, mas é maçante em alguns momentos e demorei bastante para terminar de ler, pois não fui cativada. No começo, eu estava gostando bastante da narração do relacionamento entre o protagonista e sua mãe, mas depois que ele começou a narrar suas relações amorosas, eu realmente perdi o interesse, pois não estava esperando que o livro tomasse esse rumo. Apesar da narrativa poética, não me senti tocada. Me deu a sensação que o livro precisava de uma edição. Há pontos interessantes no livro, como a barreira linguística, a falta de percentimento, preconceito e solidão. Como eu tinha vontade de fazer essa leitura, valeu a experiência.
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leticia2148 19/06/2022

?Dizem que nada dura para sempre, mas eles só têm medo de que dure por mais tempo do que eles podem amar.?
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