Carlos.Junior 11/10/2021
Biscoitos, fadas e outras coisas extraordinárias-Nota:4/10
Em "Biscoitos, fadas e outras coisas extraordinárias" somo confrontados com a história de Nana, que desde muito cedo, foi ensinada para trabalhar em casa de famílias ricas, pois era ??única?? chance de trabalho que ela e os outros a sua volta acreditavam, devido a sua origem em um bairro pobre e enfrentando condições financeiras baixas. Tendo que se agarrar a todas as chances possíveis. Depois de ser acusada de roubo, onde ela não foi a culpada e demitida pelos patrões aos quais se dedicou por mais de 30 anos, Yolanda Sue Jones, a Nana, precisa encontrar uma forma viver e trabalhar. Ela volta para o local onde nasceu e passa a fazer biscoitos para vender no bairro mais nobre da cidade, onde conta com a ajuda de um velho amigo.
Eu até queria falar mais sobre o livro, história e flexões propostas, mas ele é tão pragmático e com um foco tão central, que eu iria contar a história inteira na resenha. É um bom livro pra passar o tempo e cumpre o que vende. Simples, básico e rápido. Bom para passar o tempo e ocupar a mente com um conto sentimental e divertido.
O interessante desse livro é a discussão que ele perpassa no nosso subconsciente. Sua protagonista já é uma mulher mais velha em um emprego braçal, ela se sente inválidada e atrasada em relações a outras mulheres que possuem filhos e famílias já consolidadas. Somando isso a sua idade e desemprego temos uma soma de angústias e problemas sociais/psicológicos que afetam as dinâmicas da identidade de Nana como uma mulher de verdade. Infelizmente, o livro é só um conto e não um ensaio feminista e social sobre esses parâmetros, logo, se partirmos de uma óptica mais crítica por esse lado, se torna provocante, mas ainda sim raso. Vale a pena a leitura para uma reflexão moral sobre como o machismo e misóginia é absorvido pelas mulheres, que são vítimas desse problema complexo-estrutural, e assim adstrito a suas ações sociais de maneira inata e inconsciente
socialmente. O que levanta ainda mais variantes do mesmo problema, onde que o oprimido acaba oprimido ele mesmo e o seu próprio igual nas dinâmicas poder e manutenção do papel do gênero como corrente sociológica da mulher.