@otiobacca 07/01/2021
Mais uma leitura que foi adiada por anos. Somos apresentados a uma sociedade onde jovens adolescentes, com seus hormônios e impulsos à mil, são atraídos às gangues e atos de violência ou ultraviolência, estupros, roubos, espancamentos, mortes. Dentre esses nadsats acompanhamos Alex e seus druguis, que se comprometem a fazer exatamente o que fazem todos de sua idade naqueles tempos.
A história é contada com narrativa em primeira pessoa, pelo próprio Alex, cujo dialeto adolescente torna-se um desafio nas primeiras páginas e, nos coloca em um processo de ?lavagem cerebral? de certa forma semelhante ao visto no livro, pois parágrafo após parágrafo o leitor vai absorvendo o dialeto e reduzindo o estranhamento inicial.
Após uma incursão mal sucedida, Alex é preso e acaba passando por um tratamento experimental e controverso, que tinha a proposta de ?curar? criminosos e torná-los boas pessoas. A técnica Ludovico se mostrou uma solução tão eficaz quanto os caóticos presídios superlotados.
Durante a leitura somos levados a questionar desde a eficácia do sistema prisional à questões que envolvem ser bom ou ruim. A propósito, somos bons ou maus por natureza? Somos livres para fazer o que quisermos? Somos livres para escolher ou somos manipulados? E se retirassem nosso direito de escolha para o bem ou para o mau?
Enfim, não há dúvidas de que quem lê ficará questionando e pensando em toda a história e o que a envolve mesmo após horas ou dias do término. É provável que mesmo causando e vivendo toda ultraviolência, o leitor de apegará a Alex, sentindo seu próprio sangue fugir, sofrer e se divertir com o personagem.
Ao fechar o livro me perguntei: Porque raios não o li antes? É pagar pra ver. Ou melhor, é pagar para videar.