Isabella658 04/01/2023
Ame ou odeie, eu amei e é a melhor coisa que já li da Ali
Primeiro, é um conto e tem pouco mais que 100 páginas, então não tem como comparar o desenvolvimento com o de um livro com mais de 200. Por isso, o romance acontece muito rápido mesmo.
Apesar de Hannah e Ian terem se encontrado apenas pouquíssimas vezes, a química dos dois é a melhor que Ali Hazelwood já escreveu. Talvez seja uma opinião imparcial porque me identifiquei muito com a Hannah e o Ian é totalmente meu tipo ideal, mas leria 400 páginas sobre eles.
Resumindo, a história é sobre a Hannah e sua ascensão profissional como engenheira espacial. Algo que me interessou demais e me identifiquei com tudo o que ela ia contando, principalmente sobre estar perdida na vida e não ser tudo isso o que as pessoas pensam dela. O presente se passa quando, numa missão pra NASA no ártico, Hannah cai em uma fenda (não lembro qual a tradução correta) no gelo e basicamente é deixada lá pra morrer. Até que alguém aparece pra regatá-la numa missão super perigosa, já que uma tempestade está vindo, e esse alguém é Ian Floyd, quem ela mais odeia.
No começo achei que odiaria a história por causa dos saltos no tempo, começa com o presente, aí vai pra 5 anos atrás, depois pro presente, aí pra 1 ano atrás, aí pro presente e depois pra 6 meses antes. E eu geralmente odeio esse tipo de narrativa, foi um dos fatores que me irritou muito em Stuck With You (SWY) e só não me incomodou em Under One Roof (UOR) porque começa no presente, volta pra 3 meses antes e assim segue até chegar no presente. Se esse conto fosse assim, seria perfeito. Só não foi tão ruim porque não senti que o presente teve tanta enrolação como em SWY.
Quando volta pra 5 anos atrás eu pude me apaixonar pelos dois. Hannah é uma mulher confiante, mas com suas inseguranças e, principalmente, dificuldade em manter um compromisso. Por isso, quando conhece Ian eles se dão super bem. O problema é que ele quer um encontro e ela quer sexo casual. É um pouco uma quebra nos padrões de romance clichês, então eu AMEI o casal. A Hannah pode ser um pouco difícil de gostar por causa disso, já que ela só quer saber de sexo sem compromisso, mesmo não parando de pensar em Ian. Depois tudo muda e é legal ver essas mudanças que ela passa, principalmente pela amizade com a Sadie e com a Mara. Tem até uma junção das 3 histórias, então mesmo sendo um conto que da pra ler separado, é bem mais legal ler na ordem Unser One Roof > Stuck With You > Below Zero.
?? Agora sobre os defeitos em uma análise mais geral da Ali Hazelwood, já que são os mesmos em todos as histórias dela:
Tem seus defeitos também, claro. A Ali parece que escreve a mesma história várias vezes, mas em formas diferentes. Hannah pode ser uma versão alternativa da Olive e da Bee. E Ian é igual todos os outros protagonistas masculinos kk
Sem brincadeira, ela sempre descreve eles como super altos, brancos, super fortes e musculosos, além de serem perfeitos demais. Não são cafajestes, ou são virgens, ou tão esperando 5 anos pra transar com a protagonista; super apoiam a causa feminista e nunca dizem ou têm uma atitudezinha machista, dão a vida pela protagonista apesar de acabarem de terem se conhecido? enfim, mais irreal que isso não dá. Além dessa coisa de serem super homens, Erik parece o Thor e Ian um lenhador. Parece que ela se inspirou só no Henry Cavil e no Adam Driver pra descrever os 5.
As histórias são bem parecidas também, esse conto me lembrou muito de a razão do amor, os desentendimentos são quase sempre iguais e quase sempre por falta de uma conversa mais clara, falta de honestidade ou uma terapiazinha. Acho que UOR é o único que ocorre sem muitos dramas, então fico dividida entre ele e esse pra colocar no meu top 1, mas a Mara me irritou muuuuito, então fica assim:
Geral:
1. Below zero
2. Under one roof
3. A razão do amor
4. A hipótese do amor
5. Stuck with you
Ou seja, dos contos eu coloco Below zero, under one roof e stuck with you, nessa ordem.
Queria muito mais below zero desenvolvido em um livro, colocar um pouco mais de tensão no resgate e fazer um livro mais de sobrevivência, mas acho que seria pedir demais da autora.
Enfim, indico muito, porque apesar de tudo são ótimos pra uma leitura de conforto como um bom clichê se propõe a fazer. As protagonistas são 8 ou 80 em questão de gostar e se identificar, mas os protagonistas masculinos compensam isso sendo absolutamente perfeitos.