Nana 06/03/2024Morno Curto, mas cansativo. Raramente fico entediada com livros curtinhos, mas Meu Policial tem esse mérito. É tudo muito morno, sendo sincera. Respeito completamente que a autora escolheu retratar um cenário e um problema social que destruiu a vida de milhares de pessoa, a ficção histórica está de parabéns, mas ela escolheu fazer isso do jeito mais tedioso possível.
Por um tempo pensei que a culpa era da personagem principal, Marion, porque ela é, sim, o que se chama de pessoa “básica” e sem muito sal. Depois pensei mais sobre e percebi que tudo bem a Marion ser tão básica, porque a intenção era mesmo retratar uma mulher simples se apaixonando, se desiludindo dentro do casamento e todas as consequências posteriores dessa relação fracassada. Só que depois parei para perceber que vários outros livros que conheço também retratam personagens “comuns” do cotidiano e mesmo assim conseguem fazer um trabalho interessante (diferente do que aconteceu aqui), colocando esses personagens em situações também cotidianas, mas usando uma lupa para ampliar suas ações e decisões e tornando cada ato deles muito maior e significativo.
Quanto aos outros personagens, Tom propositalmente é apenas uma presença passiva na história, mas não daquelas presenças que consegue cativar o leitor, é mais como um poste só existindo, e o Patrick… é possível compreendê-lo muito bem, mas não tão fácil se apegar.
Sinto que o enredo tinha tudo para ser interessante, o mistério de o que aconteceu entre os três personagens principais deixa super curioso, mas não é o suficiente para sustentar a história inteira. Os acontecimentos são significativos, mas a narração é tão morna que não me fez sentir nada. Ideia boa, má execução. Acabou que o que mais gostei foi o final, a decisão da Marion foi corajosa e inesperada, considerando a trajetória inteira desse triângulo amoroso.