Resenhas - O pacto da branquitude

gabs pina 10/05/2024

Eu tenho um apego emocional a livros que não explicitamente me convidam para visitá-la várias e várias vezes. E desde o início eu sabia que com este não seria diferente. ?O pacto da branquitude? me relembra o quanto precisamos, enquanto sociedade, lutar pelo o antirracismo e pensar o pacto narcísico da branquitude que é pautado desde o período colonial do Brasil.

Alan fborges 05/05/2024

O racismo em empresas e organizações do 3° setor
O livro fala sobre os impactos negativos advindos da escravidão, porém, fala também sobre a herança escravocrata, os impactos positivos para as pessoas brancas e o silêncio delas quanto aos seus privilégios, desmistificando assim, a falácia do discurso meritocrático, e criando assim um pacto implícito entre os brancos.

Recomendo muito a leitura deste livro.

Jamile.Galote 05/05/2024

Leitura necessária para entender um pouco como funciona o racismo velado dentro do mundo corporativo. Mudar é preciso e a mudança tem de partir do privilegiado.

mthsthn 04/05/2024

O racismo é um problema da branquitude
Já tinha ouvido falar dessa frase em algumas aula e vídeos no YouTube, de que o racismo é um problema da branquitude e não da população negra, mas foi lendo Cida Bento que essa perspectiva ficou mais em evidência para mim. Como ela mesma diz, não como todos os brancos fizessem reuniões secretas contra os negros, mas é como assim fosse. A escrita de Cida é clara, objetiva e muito certeira na denúncia aos problemas em volta da branquitude.

Para entendermos o problema do racismo na estrutura da sociedade, é preciso não apenas racializar os brancos, também, mas anatomizar os privilégios sociais e históricos perpetuados pela branquitude.

laiz 04/05/2024

Leitura obrigatória
A minha professora recomendou esse livro pra um trabalho que vou realizar, por isso, comecei a ler por fins didáticos. Mas se tornou um das minhas melhores leituras, de verdade. A Cida traz uma perspectiva muito PROFUNDA sobre a relação entre o pacto dos brancos que está presente em TODAS as esferas da sociedade. Eu, como uma mulher negra, já passei por tantas agressões veladas, implícitas. É por muito tempo não enxerguei, a consciência racial expande nossa maneira de enxergar as relações de dominações, como pessoas pretas sempre tem que serem melhores 30x pra serem consideradas de igual pra igual (é mesmo assim não conseguimos o reconhecimento) como o mito que se construiu da democracia racial no Brasil faz com que pessoas brancas não enxerguem seus privilégios. Cida Bento, muito obrigada por essa obra! Magnífica.

Thiago.01 03/05/2024

Arroz com feijão
É uma obra interessante para quem está iniciando nos estudos da temática racial no Brasil.

Mas para quem já tem alguma bagagem de conhecimento, se torna repetitivo e cansativo, por existirem abordagens que são bastante discorridas em obras mais velhas e conhecidas.

O que eu mais gostei foi a exposição sobre a ONG CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades), a qual eu desconhecia.

Resumo: pra quem nunca leu nada ou poucas obras sobre a temática racial, vale a pena. Para quem já passou dessa etapa, não vale muito.

Juliana 03/05/2024

Desconfortável, como tem que ser
Livro gera bastante reflexão e desconforto. Me fez pensar sobre a branquitude de uma forma que infelizmente nunca tinha entrado em contato.

Camila.Longa 03/05/2024

Reconhecendo privilégios
Que leitura necessária!
Como pessoa branca, não é só sobre reconhecer os privilégios, mas é também (e mais) sobre perceber os pactos velados pra manter esses privilégios e, principalmente, pensar em como ser antirracista.

(Apenas um resumo bem pequeno sobre o que bateu em mim)

babi.albini 02/05/2024

?A meritocracia pretende justificar as desigualdades que produz e criar uma elite que se considera trabalhadora a virtuosa? - Daniel Markovits

Camile.Campos 29/04/2024

Cida é realmente uma sumidade no assunto. Diria que esse livro é mandatório para todas as pessoas, convidando à reflexão. Muito bom!

Karoline67 29/04/2024

Essencial
É um livro necessário e essencial para todo branco. Entender-se enquanto sujeito racializado e não apenas o ?padrão?. A autora desenvolveu muito bem numa linguagem de simples entendimento (apesar de eu achar um pouco batido). Recomendo.

Giacomet1 27/04/2024

Livro importante sobre o tema
Achei muito interessante a abordagem da autora, falando do impacto da escravização, inclusive em ambientes corporativos.

João Clímaco 25/04/2024

NOSSA! SURREAL, UM VERDADEIRO DESPERTAR
Vou destacar alguns dos vários e vários quotes que fiz:

"Fala-se muito na herança da escravidão e nos seus impactos negativos para as populações negras, mas quase nunca se fala na herança escravocrata e nos seus impactos positivos para as pessoas brancas."

" É possível identificar a existência de um pacto narcísico entre coletivos que carregam segredos em relação a seus ancestrais, atos vergonhosos como assassinatos e violações cometidos por antepassados, transmitidos através de gerações e escondidos, dentro dos próprios grupos, numa espécie de sepultura secreta. Assim é que a realidade da supremacia branca nas organizações públicas e privadas da sociedade brasileira é usufruída pelas novas gerações brancas como mérito do seu grupo, ou seja, como se não tivesse nada a ver com os atos anti-humanitários cometidos no período da escravidão, que corresponde a 4/5 da história do país,* ou com aqueles que ainda ocorrem na atualidade."

"Trata-se da herança inscrita na subjetividade do coletivo, mas que não é reconhecida publicamente. O herdeiro branco se identifica com outros herdeiros brancos e se beneficia dessa herança, seja concreta, seja simbolicamente; em contrapartida, tem que servir ao seu grupo, protegê-lo e fortalecê-lo. Este é o pacto, o acordo tácito, o contrato subjetivo não verbalizado: as novas gerações podem ser beneficiárias de tudo que foi acumulado, mas têm que se comprometer ?tacitamente? a aumentar o legado e transmitir para as gerações seguintes, fortalecendo seu grupo no lugar de privilégio, que é transmitido como se fosse exclusivamente mérito. E no mesmo processo excluir os outros grupos ?

"Além disso, a ausência de compromisso moral e o distanciamento psicológico em relação aos excluídos são características do pacto narcísico. Os pactos narcísicos exigem a cumplicidade silenciosa do conjunto dos membros do grupo racial dominante e que sejam apagados e esquecidos os atos anti-humanitários que seus antepassados praticaram. Devem reconstruir a história positivamente e assim usufruir da herança, aumentar os ativos dela e transmiti-los para as próximas gerações. As instituições são constituidoras, regulamentadoras e transmissoras desses pactos, que em sua essência são coletivos. Os movimentos sociais, igualmente marcados pela coletividade, são ameaçadores, pois os identificam, denunciam, exigem reparação. É dessa forma que o debate sobre desigualdades se encontra cada vez mais visível, gerando indignação em segmentos que não se manifestavam, como os brancos antirracistas e que perguntam: ?O que podemos fazer para destruir esse sistema tão desigual e perverso? Qual é o nosso lugar de brancos e brancas antirracistas??.

Cida Bento, você é uma deusa!

Messias 21/04/2024

Cida Bento faz umas reflexões bem interessantes no livro. O livro tem qualidade, mas senti falta de um algo a mais. E eu não gosto do nome: parece uma escolha comercial, mas o pacto em si está mais nas entrelinhas do que no centro do pensamento que a Cida Bento constrói nesse livro. Por isso acabei não dando uma avaliação melhor.

Fabiene.Barbosa 21/04/2024

Livro baseado nas pesquisas de mestrado e doutorado da autora, cujo objetivo era desmistificar o conceito de meritocracia. Cida Bento desenvolve o conceito de pacto narcísico da branquitude, que acontece, mesmo que não de forma verbal, quando pessoas brancas se juntam em ambientes corporativos, dificultando o acesso da população negra a cargos e empregos.

Leitura extremamente necessária. A autora nos dá uma aula e nos ajuda a enxergar aspectos da nossa sociedade que muitas vezes passam despercebidos.