Pacheco 26/10/2023
Quando é amor por tabela...
Dando continuidade a leitura e resenha de todos os cinco livros da série "Garotas em Quadra", vamos para o terceiro, "Amor por Tabela", escrito pela Fernanda Martins.
Do mesmo modo que fiz sobre o primeiro e o segundo, também preciso alertar que já faz um tempo desde que iniciei e finalizei a leitura dessa história e por isso, a resenha está vindo com um tanto de atraso.
Como já disse ao falar dos dois primeiros, isso tem seu lado bom, que é focar na racionalidade ao invés da emoção e euforia que o pós-leitura tende a ter quando se gosta tanto de um livro. Ainda mais um que se tem suas expectativas correspondidas, mesmo tendo as elevado tanto quanto fiz com esse aqui; por outro lado, ao ter finalizado hoje, às 17h43 da tarde de uma quarta-feira, dia 25 de outubro, o livro que encerra a série "Garotas em Quadra", existe todo o sentimento que só a despedida de uma das melhores experiências que já tive pode proporcionar, dentre a alegria e a tristeza.
Talvez você considere exagerado, dependendo de como tendem a ser suas experiências literárias, mas te garanto que nada disso aqui é exagero, mesmo porque o sentimento permeia o último livro tanto quanto o primeiro que li há quase um mês.
São cinco jogadoras de basquete do time da faculdade, vivendo seus clichês que aquecem nossos corações e passando por dores que nos tocam e fazem com que queiramos poder cuidar delas até a dor ir embora e dar lugar a felicidade que tanto merecem.
Então, reafirmando o que falei nas resenhas anteriores e o que encontrarão nas próximas: esse é um espaço coberto de elogios, preenchido do sentimento de alguém que encontrou um cantinho de conforto para recorrer sempre que preciso.
Em "Amor por Tabela", a autora dá respostas para perguntas que você pode ou não ter se feito nos livros anteriores e estreita ainda mais o laço dessas cinco garotas que, devagar e rápido ao mesmo tempo, arrematam nossos corações. Inclusive, estou escrevendo essa resenha ao som de "Say You’ll be There" das Spice Girls e se alguma vez você foi marcada por uma música de casal e toda vez que a ouve lembra deles, te garanto que nenhuma delas será tão bom quanto ouvir essa depois de ter finalizado essa série.
Ou mesmo só ter lido até esse livro (mas não pare por aqui, viu? Abby e Scout também estão à espera!).
A amizade delas é tão forte e tão linda que causa isso.
Mas, focando no casal, eles não ficam para trás, não.
Lembro que na primeira citação ao Romeo, lá no livro da Jo, eu já sabia que ele seria o par da Alex, então fiquei empolgada para saber como de um "Deus me livre, Jo" viraria um romance (e amei ainda mais a Jo por ser tão boa em sacar quando um casal é para shippar). Mas foi no livro da Leah que entendi o impacto da reputação que o perseguia, através do que Kahel dizia. Ali, porém, não o detestei, mas desconfiei que havia mais e que toda aquela pose, toda aquela determinação em não deixar Kahel passar não fosse por algo ruim, mas uma atitude boa que não me impediu de esperar o melhor dele ao começar esse livro.
E não só não me arrependi, como minha teoria se mostrou certa.
Aqui, trazendo duas pessoas que se conhecem, mas não são próximas, como dois estranhos que se apaixonam, tem o melhor para a maior bookstan dessa série: um emaranhado de clichês. Enquanto um é o grumpy (ou rabugento), o outro é o sunshine (ou animado); ao passo que ele carrega a imagem de bad boy, ela é a leitora voraz de romances; se ele precisa de notas em uma matéria da qual não entende nada, ela é ótima no assunto; e por fim, um dos clichês que mais me fisgou pela sinopse, ele é melhor amigo do crush dela.
A receita perfeita para o desastre, os suspiros e uma grande chance de me estragar para muitos mocinhos literários. E adivinha? Foi o que fez.
A Alex é exatamente o que os outros livros me mostraram, que sou eu e eu sou ela, porque apesar de tanto que temos de diferente, temos tanto em comum que me identifiquei demais.
Assim como o Kahel, ela parece perdida sobre o que verdadeiramente quer para o futuro, mas senti nela uma firmeza ainda maior para descobrir. Eu gostei muito que ela não se deixa intimidar pela imagem que Romeo tem pela KSU e tira suas próprias conclusões, ao seu tempo. Acho que de certa forma, uma parte de mim julgava que poderia ser a típica garota pouco experiente que trava ao falar com garotos, especialmente os que cheiram a problema, mas ela não é assim. É até mesmo decidida. É, como Scout diz, a pessoa com a maior responsabilidade emocional. Eu facilmente iria querer ser melhor amiga dela e não é só pelo tanto que me identifico, mas por tudo aquilo que não sou também.
Romeo, por outro lado, é o personagem para se querer amizade, mas se apaixonar, tudo junto. Ele te surpreende desde o início e vai fazendo isso ao longo do livro, rasgando cada papel que os corredores da KSU definiram para ele. Não quero me aprofundar para não entregar o que, para mim, é melhor que se descubra lendo. Mas a cada página virada eu sabia que não poderia finalizar sem dar cinco estrelas para esse livro, para ele, para a Alex…
E o apelido que ele chama ela?
Eu nem preciso dizer que as interações deles me faziam suspirar, sentir um quentinho e querer que esse livro nunca acabasse, ao mesmo tempo que precisava da resolução de todos os problemas que sabia que existiriam para ficar só com tudo o que há de bom.
Novamente, amei ver como as meninas se acolhem e como a tradição iniciada por Anthony continua sendo passada adiante.
Quanto aos outros personagens, amei conhecer mais do Josh e ver o quão razão Alex tinha em ter crush dele. Eu adoraria ser amiga dele! E fiquei tão feliz por ele, inclusive…
Os pais do Romeo também foram me conquistando fácil, fácil. Queria que não houvesse o plot que há, mas sou grata pelas cenas dos três ou mesmo só do Romeo com a mãe que encontramos. É lindo ver o quão próximos são. Só acho um erro o pai do Romeo não ser real, porque adoraria experimentar algum prato feito por ele.
Quanto as meninas, me apaixonei ainda mais! Tem uma cena delas na cozinha, Alex com um Kindle em mãos... eu me diverti tanto! Gostaria de falar separadamente de cada uma como fiz antes, mas não consigo porque a partir daqui já não tinha mais volta e eu tava rendida a ponto de só mesmo o livro de cada uma dar um aumento estratosférico, porque um aumento normal já acontecia naturalmente a cada cena delas.
No fim, foi realmente um amor por tabela, tanto deles quanto meu. Era para ser só mais uma leitura e acabou sendo muito mais. Era para ser só mais uma série found family e acabou se tornando uma das minhas favoritas. Era para ser só mais algumas autoras que já li ou estou lendo pela primeira vez, mas agora se tornaram aquelas que pretendo ler tudo que já lançaram e irão lançar.
Um belo amor por tabela mesmo.