Aos prantos no mercado

Aos prantos no mercado Michelle Zauner




Resenhas - Aos prantos no mercado


366 encontrados | exibindo 31 a 46
3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 |


Alice 31/08/2023

Da dor e do amor nasce essa preciosidade.
Cheguei nesse livro aleatoriamente e não me arrependo das páginas lidas. Quando li a sinopse pensei: "Bom, esse livro é para mim." e, de fato, era.

Acredito que, pela maneira como é retratado o luto da autora, é possível dizer que a narrativa poderia causar impacto em até em quem não teve ainda a experiência dolorosa do falecimento de um ente querido. No meu caso, foi um soco no estômago muitas vezes, por ter me visto muito no contexto de Michelle, ser a cuidadora de sua própria mãe e depois ter que viver sem quem sempre foi sua cuidadora, guardiã.

Comecei a ler realmente com o ímpeto de lidar melhor com o processo de luto, mas, para além disso, consegui pelas páginas construir uma enorme simpatia pela autora, como também revisitei e fiz meu próprio memorial com a minha mãe. Reavivei o que tinha esquecido e fortaleci lembranças pequenas, mas que hoje possuem um forte significado.

Acho que a primeira frase do livro cativa a todos que se propõem a abri-lo. "Desde que minha mãe morreu, eu choro no mercado H Mart.". E, além disso, explica e define muito bem como o livro é transcorrido: as lembranças maternas e afetivas relacionadas a culinária, a maneira de recuperar e reafirmar a própria identidade cultural e o testemunho de história da autora e sua mãe.

Em suma, indico o livro para todos, mas especialmente para aqueles que precisam de um abraço em um processo tão delicado como o luto. Vai ser uma jornada meio dolorosa em alguns momentos, mas valerá a pena por cada parágrafo que nos relembrará aqueles a quem amamos e que perdemos.
comentários(0)comente



augusilveira 19/01/2024

A saudade
De uma hora para outra a nossa vida pode mudar completamente. Michelle, a protagonista e autora do livro, vê o seu mundo desabar após um telefonema. Qual a culpa dela? O que fez para merecer?

Filha de pai estadunidense e mãe coreana, ela divide com o leitor um pouco das suas memórias, sempre ligadas à tradições e lembranças de comidas que a conectam com as suas origens. Michelle relata a sua ligação materna como uma conexão com as tradições coreanas. Essa ligação aparece no preparo cuidadoso de refeições fartas ou nas viagens frequentes à Coreia, em que tinha a oportunidade de entender o seu lugar no mundo, a partir das vivências em família. A relação com a mãe é o destaque na maioria das vezes, uma relação que poderia ser a de qualquer um de nós e, ao mesmo tempo, tão única.

Uma história forte que fala sobre vida, morte, luto, amor, família, de uma forma que parece estarmos ouvindo uma amiga de longa data relatar. Gosto muito quando consigo sentir pelas palavras sensações de tristeza, alegria, arrependimento? esse livro tem tudo isso.
Peter.Molina 20/01/2024minha estante
Já vou ler com certeza!




Giu 17/08/2023

Eu também choro no mercado.
Durante a primeira parte do livro achei que não conseguiria me conectar tanto com a história porque senti que Michelle estava focando mais nas diferenças culturais que dividiram seu relacionamento com a mãe. É difícil entender todas as comidas e palavras que ela usa em coreano porque não faz parte da minha vida. Mas uma coisa nos une: eu também choro no mercado.
O amor e o luto são proporcionalmente universais, seja chorar no mercado asiático comprando pasta de soja ou chorar no mercado brasileiro comprando o pão de queijo favorito dos meus pais.
Vi uma resenha dizendo que o livro é mórbido e só consigo pensar na passagem dele que resume bem o sentimento que tive ao ler isso: "Parecia que o mundo tinha se dividido em dois tipos diferentes de pessoas, as que haviam sentido dor e as que ainda iriam sentir. ". Com todo respeito à autora da resenha citada, mas essa é a maior verdade.
É mórbido porque o luto é mórbido. Porque dói fisicamente. Porque você sente tudo e nada ao mesmo tempo.
Michelle não poderia ter demonstrado melhor a dor que é perder uma figura materna jovem. A angústia, a dor, os arrependimentos, a culpa, o amor, a tristeza avassaladora.
Pra mim são quatro estrelas apenas pelas passagens muito detalhadas dela cozinhando, achei um pouco maçante apesar de entender completamente e compartilhar desse sentimento afetivo que a comida traz.
Só deixo o aviso que este livro deve ser lido com cuidado, dependendo do momento que você está passando pode ser uma leitura difícil.
comentários(0)comente



joara 04/06/2023

?Guarde suas lágrimas pra quando sua mãe morrer?
Se tem uma palavra que eu possa descrever esse livro é intimidade. A Michelle foi tão aberta ao falar dos sentimentos dela a respeito a doença da mãe e do luto posterior a sua morte. Esse assunto ainda parece ser um tabu muito grande, a forma com que as pessoas lidam com o luto é muito particular.

Durante a leitura eu não consegui tirar minha mãe do pensamento. A relação mãe e filha estabelecida no livro é diferente da minha dinâmica, mas os sentimentos são idênticos. Eu não sei o que fazer quando perder minha mãe, eu não estou pronta e nunca vou estar. Creio que a parte que ela fala que não pensava que ia perder a mãe antes do pai vai ecoar não minha cabeça por um bom tempo.

É uma obra prima, sentimental, íntimo e doloroso. Fico feliz que no final ela tenha transformado a dor em arte. Queria fazer uma resenha melhor pra esse livro, mas eu ainda estou sem palavras pra ele.
comentários(0)comente



fatimaria 07/01/2024

Me sinto até meio estranha em avaliar esse livro, porque parece que ele foi escrito pela Michelle apenas para ela mesma, como um exercício de lembrança, documentação e auto-reflexão sobre a sua mãe e o relacionamento, a morte e o luto que envolveu as duas. Em muitos momentos me sentia como uma intrusa, testemunhando momentos extremamente íntimos e pessoais narrados de forma tão crua e franca.

Dito isso, amei muito o livro. O ritmo é perfeito, a voz narrativa é tão sincera e direta que chega a doer. Por vezes engraçada, cruel, sarcástica ou desesperada, a escrita da Michelle brilha muito.

Além disso, muitos dos temas abordados por ela ressoaram de jeitos atravessados e específicos comigo, então foi uma experiência bem pessoal e emocionante acompanhar a história, mesmo que muito diferente das minhas experiências.
comentários(0)comente



clara. 12/04/2024

Eu e a michelle temos uma grande diferença cultural e etária mas mesmo assim percebi como muitas experiências não são individuais, tudo que ela citou sobre relações maternas, o luto e a relação afetiva com a comida eu me vi um pouquinho ali
comentários(0)comente



Manu 15/05/2023

Escolhi esse livro ao acaso, enquanto explorava os livros expostos em uma livraria no centro da cidade. Acho que foi o nome que me chamou atenção: "Do que falará um livro com esse título?". Dai, li a contracapa e imediatamente fiquei com vontade de me aprofundar naquela história.

Esse é um livro que fala sobre luto, mas mais do que isso, fala também sobre raízes e pertencimento. Fiquei emocionada com a maneira honesta e vulnerável que Zauner conta suas experiência de perda. Um livro realmente bonito. Recomendo muito a leitura.
comentários(0)comente



Sabrina758 29/10/2022

Em seu livro de memórias, a Michelle Zauner, mais conhecida pelo seu projeto musical Japanese Breakfast, narra as transformações em sua vida após a morte de sua mãe devido ao câncer. Um livro recheado de referências, culinária e memória afetiva, família, luto e ressentimento, mas também superação. De que forma ela poderia se reconectar a uma cultura e honrar a relação e memórias com a mãe?

A Michelle enfrentou várias perdas e crises de identidade. Primeiro sua vó, depois a tia e, por último, a mãe. As duas últimas de câncer. Desde a infância, por conta de sua dupla nacionalidade, teve dificuldades em se encaixar e encontrar nas duas culturas. Sua mãe, coreana, era a maior ligação que a Zauner tinha com o país. Apesar de ter nascido na Coréia, seus pais mudaram para o Oregon quando ela tinha 1 ano de idade.

Uma vida inteira nos EUA, mesmo recebendo uma educação mais rígida, característica dos lares asiáticos, ela se rebelou e foi uma adolescente fora da curva. O que, bem, é esperado nessa faixa etária também. Mas, por pensar e agir tão diferente das expectativas de sua mãe, gerou muitos conflitos, especialmente quando começou a se interessar por música e seus pais não apoiavam esse sonho. Michelle passou por uma depressão, o que também interferiu em seus estudos e relação com os pais.

É uma narrativa muito sensível, sincera e complexa. Ao longo dos capítulos vamos descobrindo o que tornou a Michelle a mulher que é hoje, e como isso também refletiu em sua arte. Ela cresceu no meio de uma relação quase simbiótica com a mãe, que foi se dissipando a medida que crescia e não conseguiam se fazer entender. O pai sempre muito fora do protagonismo, seu papel sendo de prover para a família, com uma ligação emocional bem mínima.

Quando a mãe adoece, Michelle já morava sozinha e estava tentando fazer a carreira musical funcionar, enquanto trabalhava em vários empregos de meio período para sustentar esse sonho. Apesar do quão duro isso é, o câncer fez com que ela enxergasse o tempo que perdeu, o quanto poderia ter valorizado mais a mãe, mesmo em suas diferenças. Puniu-se, tentando fazer de tudo para ser a filha que a mãe sempre sonhou. E, apesar de tudo, foi necessário para que ela finalmente se estruturasse e compreendesse que existiam coisas fora do seu controle, que ela não precisava ser "a filha ideal" para ser amada e amar a mãe.

Uma das coisas mais especiais nessa leitura foi a importância da comida. As viagens para a Coréia, os diversos sabores, a relação com a família materna, etc. Michelle demorou, mas aprendeu, finalmente, que ela não precisava provar nada a ninguém, nem se encaixar em moldes. Ela é birracial, e a conexão que ela tem com as duas culturas é unicamente dela. Quando ela cozinha e prova sabores, texturas e aromas que a lembram da mãe e sua terra natal, está exercendo algo que é, também, parte inerente dela. É realmente uma jornada muito bonita e igualmente dura, e eu amo como isso reflete em sua música até hoje.
caspaeletrica 20/01/2023minha estante
ai amo café da manhã japones, fiquei mais ansioso ainda pra ler com a sua resenha


Sabrina758 21/01/2023minha estante
engraçado que eu descobri a banda por conta do livro e fiquei apaixonada! amo sofrer ouvindo o Jubilee


caspaeletrica 22/01/2023minha estante
nooossa, que curioso, geralmente é o contrário. ai amo tbm, esse e algumas do outro album la. sofro dms com as duas músicas que tem Posing no nome, mara dms. Vou ter que ler o livro


Sabrina758 22/01/2023minha estante
puts, posing for cars e posing in bondage são duas das minhas favs ??




Gih 29/06/2023

Aos prantos no mercado
Uau, eu simplesmente tô sem palavras pra esse livro.
Fica até difícil fazer uma resenha dele, mas leia e ponto final! Todo mundo deveria ler essa obra prima
comentários(0)comente



Geisi.Ferla 09/03/2024

Luto
A protagonista atravessa um
forte e doloroso processo de luto la perda da sua mãe, tentando resgatar lembranças, dores, gostos e sabores através das receitas que a mãe fazia.
comentários(0)comente



ticinhachan 21/12/2022

Este não é um livro sobre morte
Esse ano (2022) eu tive o prazer de assistir o primeiro show do Japanese Breakfast na América Latina no Primavera Sound em São Paulo. E lá a Michelle Zauner aproveitou pra lançar o livro dela também. Perdi o lançamento (mudaram a data de última hora e os ingressos esgotaram rapidamente), mas fiquei com aquela vontade de comprar o livro dela.

Naquela mesma viagem, também fui visitar meu tio que está lutando contra o câncer há alguns anos. Todo o combo de experiências de ir para os melhores shows da minha vida foram totalmente esmagados pela visão do meu tio tão magrinho e fraco no sofá da casa dele.

Meses depois, ganhei esse livro de natal do meu namorado. E por mais que eu soubesse sobre o que se tratava e a origem do nome, eu não fazia ideia de como iria criar uma conexão quase que espiritual com o livro.

Esse não é um livro sobre morte, repito. É sobre a infância da Michelle, suas lembranças com a mãe, as comidas que ela fazia, as brigas que tiveram (e ela não alivia nada), sobre seus sonhos, sobre como foram os últimos momentos com sua mãe e como foram os momentos seguintes sem ela e o sucessivo surgimento do Japanese Breakfast.

Mas não é sobre morte, simplesmente porque o livro é muito mais sobre a vida. É muito mais sobre o tempo e a conexão e a reflexão entre ela e a própria cultura, e a forma como ela lidava com a vida e como isso mudou. Em como ela perseguiu seus sonhos mesmo estando nadando contra a correnteza.

Talvez o que mais me surpreendeu no livro foi a profunda descrição entre o relacionamento com a mãe. E aqui a Michelle não trata a mãe dela como uma pessoa imaculada, ela a assume por completo, incluindo seus defeitos. O conflito de gerações, o choque cultural, tudo. Me identifiquei também. Achei que o livro iria me ajudar a lidar com o diagnóstico do câncer na família, mas fechei o livro e liguei pra minha mae. Esse livro me fez valorizar mais ela, apesar de tudo.

A terrível ideia de que minha mãe não é imortal é o que mais me aflige no mundo. Michelle descreveu meu maior medo, mas também me fez ver a vida atrás de tudo. Esse é um livro sobre a vida.
comentários(0)comente



Natalia Sayuri 23/04/2024

O luto da forma mais crua possível
Eu sabia que seria um soco no estômago ler esse livro, mas não imaginava a intensidade. Eu chorei em quase todos os capítulos e me vi tanto na Michelle que queria que ela saísse do livro pra gente poder se abraçar e chorar juntas.
A escrita dela é tão bonita, sincera e emocionante que dá pra sentir toda a dor nas palavras. Ainda mais quando você está familiarizado com esse tipo de dor.
Eu sinto que é um dos livros que eu vou pensar pra sempre, sabe? Que vou querer ler de novo e de novo quando precisar de um amparo emocional e de alguém que consegue descrever tão bem as dores que eu também sinto e nunca consegui colocar em palavras.
Recomendo muito, muito, muito.
comentários(0)comente



montibooks0 04/07/2023

Esse livro tocou meu coração de uma forma que nenhum outro já chegou a fazer, também perdi minha mãe e minha tia para o câncer e ler alguém falando sobre me deu um tipo de "conforto" por entender tudo aquilo que a Michelle quis dizer. Senti vontade de chorar em todas as 288 páginas e também senti muita saudade da minha mãezinha. É um livro muito lindo e sentimental, primeiro livro que li que aborda o luto em uma forma tão real e verdadeira.
comentários(0)comente



Tainá 27/02/2024

Abordagem do luto de uma forma sensorial, afetiva e cultural. Uma viagem por pratos e lembranças que mostram amor e a construção dos afetos de mãe e filha, com todas as suas dificuldades e belezas.
comentários(0)comente



366 encontrados | exibindo 31 a 46
3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR