Valéria Cristina 01/06/2023
Romance épico
Este é uma história de amor, porém sem nenhum clique e muito menos finais esperados. A narrativa abrange quase 60 anos, de 1917 até 1964, época em vemos o desenvolvimento da vida de diversos personagens na Coreia.
Não há apenas um (a) protagonista, pois o foco narrativo está em diversas personagens. Instigantes e envolventes, acompanhamos suas vidas e respectivos anseio desde a infância até a maturidade. Todas essas vidas se cruzam e influenciam-se ao longo do tempo.
Uma escola para cortesãs se destaca, pois é ali que o destino dessas muitas personagens se entrelaça e se define, sob uma paisagem dominada por neves, chuvas e ensolarados dias primaveris.
O pano de fundo do romance é a colonização japonesa na Coreia, a Segunda Guerra Mundial, a independência daquele país e a posterior Guerra da Coreia. Nesse cenário, somos levados a conhecer a vida coreana sob a dominação do Japão os movimentos clandestinos pela independência, duramente coibido pelos dominadores.
A exploração da população, a pobreza, a formação de gangues juvenis, a situação de trabalhadores empobrecidos e, principalmente, o preconceito e a discriminação em relação aos coreanos que eram vistos como inferiores frente ao colonizador.
Ainda, percebemos como em qualquer situação complexa, existem aqueles que tiram proveito, exploram e enriquecem em detrimento da maioria.
Ainda, recomendo a leitura de todas as notas, pois todas elas esclarecem partes da história narrada no período abrangido pelo romance.
JUHEA KIM nasceu em Incheon, na Coreia do Sul, e se mudou para Portland, nos Estados Unidos, aos nove anos. Ela se formou na Universidade de Princeton com licenciatura em Arte e Arqueologia. Kim já teve trabalhos publicados em importantes veículos, como Granta, Slice, Times Literary Supplement e The Independent, entre outros. Fundadora e editora da Peaceful Dumpling, revista on-line que cobre estilo de vida sustentável e literatura ecológica, Kim recebeu bolsas de pesquisa de diferentes organizações, entre elas a Universidade Estadual do Arizona, onde ministrou uma aula sobre ficção ecológica em 2020. Como tigres na neve é seu aclamado romance de estreia e foi escolhido como o melhor livro de 2021 por diversas publicações, entre elas Ms. Magazine, Real Simple e Harper’s Bazaar. Parte dos lucros com o livro será doada para a Phoenix Fund, organização sem fins lucrativos em prol da preservação de tigres siberianos e leopardos de Amur com sede em Vladivostok, na Rússia.