Dudu Menezes 01/05/2024
Grata surpresa
Hoje, pela manhã, concluí a leitura desta pequena grande obra. " Kafka e a boneca viajante", de Jordi Sierra i Fabra, publicado pela @editorawmfmartinsfontes . É um livro que emociona e ilumina novas perspectivas sobre empatia, cuidado, aprendizado e finitude da vida.
A narrativa é baseada em uma história real, vivida por Kafka, em 1924, pouco antes de vir a falecer. Já com a saúde bastante debilitada, vivendo com sua última companheira, Dora Dymant, ele costumava frequentar o parque de Steglitz, em Berlim, entre a escrita de um livro e outro.
Nesta época, o autor de A Metamorfose - um dos livros mais incríveis que já li na vida - sofria de um agravamento no seu estado de saúde, por conta da tuberculose, e ia ao parque como parte de uma rotina de muito esforço para se manter o melhor que pudesse. E foi lá, conforme contou Dora, após a sua morte, que ele conheceu uma menina, ainda em processo de alfabetização, que chamou sua atenção por ter aberto um berreiro, em pleno parque, estando sozinha.
Kafka achou que ela havia se perdido de sua mãe e foi tentar ajudá-la para ver o que poderia ser feito, mas descobriu que, na verdade, ela chorava porque havia perdido a sua boneca. Sem êxito em acalmá-la, ele tem a ideia de dizer a menina que a boneca não havia sido perdida e sim havia saído para viajar e que ele, Kafka, era um "carteiro de bonecas". Prometeu, assim, que voltaria, no outro dia, com uma carta da "boneca viajante" e conseguiu fazer a menina parar de sofrer pela sua perda.
Acontece que a cada dia a menina esperava uma nova carta e ele foi criando histórias de aventuras por várias partes do mundo, trazendo lições encantadoras sobre o verdadeiro amor, que não ama para si, mas para que o outro possa ser livre e crescer conforme as suas experiências e vontades.
Vi, em algum lugar, que este seria um livro "infanto-juvenil", mas eu recomendo a todos, independente da idade. É daqueles para sentar e ler de uma vez só ou ir lendo, aos poucos, como uma boa dica para quem quer começar a desenvolver o hábito de ler. A história do livro se baseia neste fato real e nos faz estar mais próximos do autor, também, em seus últimos dias de vida.
Leiam!