Vermelho Amargo

Vermelho Amargo Bartolomeu Campos de Queirós
Bartolomeu Campos de Queirós




Resenhas - Vermelho Amargo


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Patricia Yumi 21/05/2015

Pura poesia!
Este livro é incrível e se tornou um dos meu favoritos da vida! Sei que muitas pessoas dizem que o livro não é tudo isso, mas este livro me conquistou, principalmente por causa da escrita poética do autor cheio de metáforas, e sério... da vontade de grifar o livro todo! Mesmo sendo um livro super triste e melancólico, que por sinal eu gosto muito, é um livro de uma beleza imensa.
Como o livro é curto, dá pra lê-lo em menos de um dia, eu por exemplo li em uma noite antes de dormir, pois não conseguia parar de ler. Enfim, vale muito a pena ler!

"Não se chora pelo amanhã. Só de salga carne morta." (pág.8)

" Aturdido por ter a alma como carga, e suportá-la para viver o eterno que existia depois de mim. Aturdido por ser mortal abrigando o imortal. Aturdido pelo receio de descumprir as promessas deixadas aos pés dos santos. Aturdido pela desconfiança de a vida ser uma definitiva mentira. Aturdido por vislumbrar o vago mundo como fantasia de Deus, em momento de ócio." (pág.14)

"Que a vida não tinha cura, o tempo me ensinou, [...] Nascer é abrir-se em feridas" (pág.18)

"[...] Em cada página virada ela se remoçava, afagada pelas viagens, amores, incômodos. O livro aberto era seu berço e seu barco, em suas páginas ela se transmutava.Eu suspeitava que o embaraço das letras amarrava segredos que só o coração decifra. Mas uma certeza me vigiava: ler era meu único sonho viável." (pág.19)
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Cássia Pires 19/02/2015

Um livro de imensa beleza
Escritores costumam enxergar além ao escrever seus livros, mas alguns têm um dom especial de transformar banalidades em literatura. Olhamos para um tomate e pensamos em uma salada, Bartolomeu Campos de Queirós olhou para um tomate e o transformou em "Vermelho amargo". Poucas páginas, conciso, há lacunas na história que serão preenchidas pela imaginação dos leitores, e isso em nada desabona o livro. "Vermelho amargo" é de uma beleza singular.
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Nanda 03/01/2015

Livro apesar de triste, bastante poético, não consegui largar até terminá-lo. Li em duas etapas. amei!!!
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Marcio 01/01/2015

Ótimo livro. O autor faz uma prosa poética lindíssima! "Durante quatro estações, em todas as manhãs, o trem deslizava em frente de nossa casa. Nascia na cidade de um avô, que escrevia nas paredes, e morria na cidade de outro avô, com seu olho de vidro. Sempre suspeitei o nascer como entrar num trem andando. Só que,o mundo, eu não sabia de onde vinha nem para onde ia. E, no meu vagão, não escolhi os companheiros para a viagem. Eram todos estranhos, severos, amargos, impostos. Também entrei sem comprar o bilhete de viagem. Minha bagagem, pequena, cabia debaixo do banco -da segunda classe - sem incomodar. Contrabandeava poucos pertences: uma grande dor que doía o corpo inteiro e a vontade de encontrar um remédio capaz de remediar o incômodo. Até hoje o mundo ainda não atracou. Vou sem escolher o destino. O trem estancava na minha cidade, trocava de carga e reabastecia-se . O mundo só nos permite uma baldeação definitiva."
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Julyana. 21/11/2011

Eu gostei mais como uma boa coleção de frases (lembranças/memórias poéticas) do que propriamente como história.
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gaglianoni 17/03/2013

CAMPOS DE QUEIRÓS, Vermelho Amargo
“Amparado pela janela, debruçado no meio do escuro, contemplei a rua e sofri imprecisa saudade do mundo, confirmada pela crueldade do tempo” (p. 7).

Há um vazio pungente, preenchido só com as vagas e evanescentes imagens da memória e da imaginação, na solidão em que se enclausuram os que vivem a dor da separação abrupta, forçada, que acompanha a morte de uma criatura querida. O paradoxo inconformado deste sofrimento é que o próprio vazio é cheio, pleno; esse vazio preenche cada uma das horas dos longos dias do “impiedoso tempo”, materializa-se, assim. A lembrança, abstrata, a falta, concreta: um amálgama que dá ao tempo um sabor lânguido e que, no livro de Bartolomeu Campos de Queirós, metaforiza-se gastronomicamente. “Não se chora pelo amanhã. Só se salga a carne morta” (p. 8). A carne descobre sua mortalidade e o menino-personagem, lembrado pelo adulto-narrador, engole a seco a proximidade, sempre precoce, desta descoberta. Como engole o vazio, instaurado pela ausência da mãe, cotidianamente presentificado nas finíssimas fatias de tomate cortadas pela madastra. “A madastra retalhava um tomate em fatias, assim finas, capaz de envenenar a todos. Era possível entrever o arroz branco do outro lado do tomate, tamanha a sua transparência” (p. 9). O tomate torna-se sanguíneo. Vermelho e amargo: remissão a um só tempo à morte, à falta, à sensação profunda de abandono, à ausência da figura feminina e amorosa da mãe; remissão também aos tomates. A sinestesia desdobra o sofrimento da lacuna irremediável. Sofrimento redobrado pela substituição apressada, no seio da vida doméstica, da mãe pela madastra. Sentimentos representados em metáforas amargas, a míngua do amor escancarada nas fatias de tomate. Vermelho amargo é lírico desde o título.

Trecho inicial de resenha publicada no Blog da Livraria 30porcento - http://30porcento.com.br/blog/campos-de-queiros-vermelho-amargo/
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Aline164 20/07/2014

Minhas passagens preferidas
"Há que experimentar o prazer para, só depois, bem suportar a dor. Vim ao mundo molhado pelo desenlace. A dor do parto é também de quem nasce. Todo parto decreta um pesaroso abandono. Nascer é afastar-se - em lágrimas - do paraíso, é condenar-se à liberdade." (p. 8)

"Ao erguer os olhos do livro, o olhar da mãe vinha vestido com novo luar - eu invejava. Em cada página virada ela se remoçava, afagada pelas viagens, amores, incômodos. O livro aberto era seu berço e seu barco, em suas páginas ela se transmutava." (p. 19)
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Fernana 03/03/2024

Vermelho amargo talvez tenha sido uma experiência profunda para olhar pra dentro de si, o momento não se faz perceber mas acontece, e de repente você já perdeu dois três anos, já ganhou novas cicatrizes, ja cresceu. A infância pode ser a esponja mais pura onde se concentra suas primeiras e mais profundas percepções da vida. ?Uma frase muda o fim do filme? já dizia alguém, cuja miséria já havia lhe acometido também. É possível que tanta tristeza caiba dentro de um espaço tão pequeno? Me pergunto se alguém está se sentindo tão triste assim agora, nesse momento, dividindo comigo o mesmo tempo e sentimento.
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Paula 25/11/2013

Uma boniteza.
Poesia pura. Saí sublinhando o livro inteiro. Recomendo.

"Para alimentar a saudade do meu primeiro amor, comia retratos, rezava sem fé, mastigava hóstia, subtraía-me, entregava-me às amoras e seus aromas. Não havia mundo lá fora. Só amor, dentro e fora de mim. Virei dois, como a mulher de duas almas que visitava a minha rua. Faltavam-me rédeas para frear meu amor. Ele me roubava para o fundo do quintal, afogava-me nos rios, transportava-me para os pastos, subia-me nos galhos das árvores, mesmo sem fruto para colher. Eu amava, ou melhor, por inteiro, eu só era amor." [pág.22]


"Sempre suspeitei o nascer como entrar num trem andando. Só que, o mundo, eu não sabia de onde vinha nem para onde ia. E, no meu vagão, não escolhi os companheiros para a viagem. Eram todos estranhos, severos, amargos, impostos. Também entrei sem comprar o bilhete de viagem. Minha bagagem, pequena, cabia debaixo do banco - da segunda classe - sem incomodar. Contrabandeava poucos pertences : uma grande dor que doía o corpo inteiro e a vontade de encontrar um remédio capaz de remediar o incômodo. Até hoje o mundo ainda não atracou. Vou sem escolher o destino. O trem estancava na minha cidade, trocava de carga e reabastecia-se. O mundo só nos permite uma baldeação definitiva."
[pág. 38]
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Paula 07/09/2013

Ausência
Ressaca literária. É isso o que sinto agora, após a leitura breve e impactante de Vermelho Amargo. Não pretendo aqui resenhar, visto que isso já foi muito bem feito por vários usuários do skoob, especialmente a Ladyce (que resenha!). Ainda assim, e sem desmerecer ninguém, creio ser impossível fazer qualquer resumo do que é esta obra. Digo isso porque não há um trecho que a simplifique, exemplifique ou mesmo um trecho que se sobressaia perante os demais.
Daqueles livros saborosos em seu dissabor. Precisei de um tempo para refletir sobre. Reli trechos, assimilei parágrafos, digeri tantos outros. E me veio só o silêncio, com toda a sua ausência. Sim, ausência seria a palavra que mais chega perto do que senti durante sua leitura. Um vazio.
E depois o choro. Chorei copiosamente ao fim deste livro. E o mais curioso: não sei bem o motivo. O fato é um só: é um Senhor Livro. E Bartolomeu Campos de Queirós um escritor memorável.
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Thaís Vitale (@LiteraturaNews) 15/07/2013

A prosa poética do autor emociona o leitor. A dor e a tristeza do narrador são expressas de modo belo por Bartolomeu Campos de Queirós. Livro lindo e tocante!
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