Vermelho Amargo

Vermelho Amargo Bartolomeu Campos de Queirós
Bartolomeu Campos de Queirós




Resenhas - Vermelho Amargo


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DIRCE 21/06/2012

Resposta a Mario Sergio Cortella
Um dos motivos que me levou a ler "Vermelho Amargo" foi a resenha feita pela Ladyce, mas não poderia supor o quanto essa resenha retrata fielmente o livro. Ela fez uma resenha tão perfeita, tão abrangente, que me sinto ridícula diante da tentação de esboçar qualquer tipo de comentário.
Só posso dizer que fiquei tão fascinada pela poesia que emana de cada frase do livro "Vermelho Amargo" que resolvi "conhecer" um pouco Bartolomeu Campos de Queirós e, fiquei muito triste ao saber que ele faleceu no dia 16/01 deste ano, ou seja, de 2012.
Mario Sergio Cortella nos pergunta: "Qual é a sua obra" ?
Eu posso afirmar,pelo que foi me dado a conhecer por meio da minha pesquisa, mesmo tendo eu lido tão somente um livro desse escritor poeta (ou seria poeta escritor?), que a pergunta correta a ser feita a ele seria: Quais foram suas obras? A resposta seria: foram muitas, dentre elas, o livro Vermelho Amargo, uma obra de apenas 65 páginas, nas quais a sensibilidade e a poesia encontraram morada.

Abaixo tomo a liberdade de postar a resenha da Ladyce , pedindo para que ela desculpe a minha ousadia.
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Uma ode ao nosso idioma

03/07/2011

São poucos os autores de ficção que conseguem dizer muito em poucas palavras, que conseguem ser tão sucintos quanto os poetas, que conseguem contar uma história de maneira obliqua e simultaneamente clara. Mas eles existem, esses mágicos da língua, esses domadores da prosa emocional, tecedores de imagens que nos envolvem e atrelam. De vez em quando temos a chance de nos encontrarmos reféns de seus romances, de suas histórias. Acabamos validando, a cada página, a Síndrome de Estocolmo, porque presas fáceis que somos da magia de seus textos, prolongamos a qualquer custo o prazer que sentimos na leitura e evitamos o desenlace final, a chegada dos últimos parágrafos. Não somos mais os mesmos ao final da leitura, amamos o seqüestrador de momentos inebriantes, admiramos o sedutor de nossos sentidos, o raptor das nossas emoções. Foi o que me aconteceu na leitura de VERMELHO AMARGO [Cosac Naify: 2011] do escritor mineiro Bartolomeu Campos de Queirós.

Chamar esta publicação de romance é um exagero, chamá-la de conto, peca pelo lado contrário. São quase 70, as páginas que ordenam as contemplações de um menino que acaba de entrar na escola. Não conhecemos seu nome, nem os de seus familiares. Não sabemos onde mora, nem suas brincadeiras prediletas. Mas ao acabar a leitura, compartilhamos intimamente de sua solidão. Bebemos do sofrimento sobre o qual pondera. O ponto de partida é a perda da mãe. E as meditações, centradas na imagem de um tomate, são seu testemunho sobre as mudanças na família a partir daquele momento. Como o título prenuncia, é amarga a descoberta da vida após a perda materna.

Sinestesia é a figura de linguagem que engloba a expressão VERMELHO AMARGO, uma combinação poderosa das sensações provocadas por diferentes órgãos sensoriais: vista e palato. Que esse título abençoa as memórias do menino, já deveria nos colocar de sobreaviso: a expressão poética, bela e sedutora, não consegue esconder o lado cáustico das reflexões do narrador. Da vida cotidiana aos sentimentos de perda e saudades, participamos do turbilhão emocional corrosivo de um menino sensível, deixado ao largo da vida familiar, a interpretar meramente o que o rodeia a partir dos sinais que lhe são visíveis.

Bartolomeu Campos de Queirós é considerado “um dos maiores expoentes da literatura infantojuvenil brasileira”, como anuncia a editora Cosac Naify, na sinopse desse volume. Mas não se enganem, esse não é um livro infantojuvenil. É um livro para adultos ou jovens, que não só possam se encantar com um texto rico, entremeado pelas mais diversas imagens e de perfeita retórica, como também melhor interpretado por aqueles que já desenvolveram dentro de si, pelas vicissitudes enfrentadas, um extenso rol de sentimentos, dos mais sublimes aos mais mesquinhos, com todas as nuances que lhes pertencem.

De pronto, esse volume, um ensaio meditativo, é enriquecido de maneira exemplar quando o autor persiste em manter um texto delicadamente equilibrado na junção de imagens antagônicas. O momento emocional se revela justamente no espaço deixado em branco pelas antíteses narrativas e o sentimento que elas não conseguem definir. Essa é uma leitura que requer pausa e reflexão. Há pensamentos que precisam ser digeridos antes mesmo de se passar ao parágrafo seguinte. As ponderações são de um adulto voltando-se para o seu passado de menino. Somos convidados a participar de uma recapitulação, de uma memória emocional: “Tantos pedaços de nós dormem num canto da memória, que a memória chega a esquecer-se deles.”

Há livros que nos seqüestram pela trama, que nos seduzem pelo enredo. Raras são as vezes em que é o texto, a maneira de dizer, as imagens colocadas nos envolvem de tal maneira que o argumento passa a segundo plano. Tal é o caso de VERMELHO AMARGO. Esse é um livro para ser degustado mais por sua maneira de ser, por suas imagens, por sua prosa do que pelo que retrata. Nele conseguimos viver os prazeres de uma língua bem colocada, bem armada. Uma língua poética. Fascinante. Esse é o testemunho de uma língua viva, rica, amada e amante. É uma ode ao idioma. Aproveite-a.

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gaglianoni 17/03/2013

CAMPOS DE QUEIRÓS, Vermelho Amargo
“Amparado pela janela, debruçado no meio do escuro, contemplei a rua e sofri imprecisa saudade do mundo, confirmada pela crueldade do tempo” (p. 7).

Há um vazio pungente, preenchido só com as vagas e evanescentes imagens da memória e da imaginação, na solidão em que se enclausuram os que vivem a dor da separação abrupta, forçada, que acompanha a morte de uma criatura querida. O paradoxo inconformado deste sofrimento é que o próprio vazio é cheio, pleno; esse vazio preenche cada uma das horas dos longos dias do “impiedoso tempo”, materializa-se, assim. A lembrança, abstrata, a falta, concreta: um amálgama que dá ao tempo um sabor lânguido e que, no livro de Bartolomeu Campos de Queirós, metaforiza-se gastronomicamente. “Não se chora pelo amanhã. Só se salga a carne morta” (p. 8). A carne descobre sua mortalidade e o menino-personagem, lembrado pelo adulto-narrador, engole a seco a proximidade, sempre precoce, desta descoberta. Como engole o vazio, instaurado pela ausência da mãe, cotidianamente presentificado nas finíssimas fatias de tomate cortadas pela madastra. “A madastra retalhava um tomate em fatias, assim finas, capaz de envenenar a todos. Era possível entrever o arroz branco do outro lado do tomate, tamanha a sua transparência” (p. 9). O tomate torna-se sanguíneo. Vermelho e amargo: remissão a um só tempo à morte, à falta, à sensação profunda de abandono, à ausência da figura feminina e amorosa da mãe; remissão também aos tomates. A sinestesia desdobra o sofrimento da lacuna irremediável. Sofrimento redobrado pela substituição apressada, no seio da vida doméstica, da mãe pela madastra. Sentimentos representados em metáforas amargas, a míngua do amor escancarada nas fatias de tomate. Vermelho amargo é lírico desde o título.

Trecho inicial de resenha publicada no Blog da Livraria 30porcento - http://30porcento.com.br/blog/campos-de-queiros-vermelho-amargo/
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Thaís Vitale (@LiteraturaNews) 15/07/2013

A prosa poética do autor emociona o leitor. A dor e a tristeza do narrador são expressas de modo belo por Bartolomeu Campos de Queirós. Livro lindo e tocante!
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Paula 25/11/2013

Uma boniteza.
Poesia pura. Saí sublinhando o livro inteiro. Recomendo.

"Para alimentar a saudade do meu primeiro amor, comia retratos, rezava sem fé, mastigava hóstia, subtraía-me, entregava-me às amoras e seus aromas. Não havia mundo lá fora. Só amor, dentro e fora de mim. Virei dois, como a mulher de duas almas que visitava a minha rua. Faltavam-me rédeas para frear meu amor. Ele me roubava para o fundo do quintal, afogava-me nos rios, transportava-me para os pastos, subia-me nos galhos das árvores, mesmo sem fruto para colher. Eu amava, ou melhor, por inteiro, eu só era amor." [pág.22]


"Sempre suspeitei o nascer como entrar num trem andando. Só que, o mundo, eu não sabia de onde vinha nem para onde ia. E, no meu vagão, não escolhi os companheiros para a viagem. Eram todos estranhos, severos, amargos, impostos. Também entrei sem comprar o bilhete de viagem. Minha bagagem, pequena, cabia debaixo do banco - da segunda classe - sem incomodar. Contrabandeava poucos pertences : uma grande dor que doía o corpo inteiro e a vontade de encontrar um remédio capaz de remediar o incômodo. Até hoje o mundo ainda não atracou. Vou sem escolher o destino. O trem estancava na minha cidade, trocava de carga e reabastecia-se. O mundo só nos permite uma baldeação definitiva."
[pág. 38]
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Leonardo 03/03/2014

Poesia e simbolismo
Aproveitando o feriadão de carnaval, tentarei colocar em dia minhas resenhas aqui no blog. Este é o primeiro de cinco textos que programei para hoje. Li Vermelho Amargo no dia 22/12/2013, e fui deixando a resenha pra depois, pra depois, depois, e os livros foram se acumulando neste período.

Quando meu irmão comprou este livro da Cosac Naify (sim, entre nós três, a Cosac Naify é como se fosse uma grife. “Comprei um Cosac Naify hoje!” ou “Vou comprar esse livro, mesmo sem conhecer o autor, pois é um Cosac Naify” são frases comuns entre nós. Aliás – estendendo um pouco este parêntese – acredito que, em breve, se a Cosac Naify continuar a lançar promoções de 50%, nós três juntos teremos todo o catálogo de ficção da editora. O que não seria nada mau.), fiquei encantado, para variar, com o projeto gráfico do livro. Ele fez parte de uma experiência que fizemos de comprar livros diferentes do que andávamos lendo. Como este meu irmão praticamente só lê russos (e quase que exclusivamente Dostoievski e Tolstoi), achou por bem comprar este livro de um autor de nome sonoro e até então desconhecido.

Vermelho Amargo é um livro de cunho autobiográfico. Narra as difíceis memórias afetivas de um menino que tem que aprender a lidar com a sua madrasta enquanto ainda sofre com a morte da mãe.

Não há exatamente uma história, mas uma sucessão de lembranças, disparadas por alguns gatilhos, o mais comum deles o modo como a madrasta cortava cuidadosamente o tomate. Trata-se, portanto, de um livro bastante sensível, carregado de simbolismo.

O livro é repleto de aforismos e são muitas as frases que nos colocam para pensar:

“Exige-se longo tempo e paciência para enterrar uma ausência. Aquele que se foi ocupa todos os vazios. Como água, também a ausência não permite o vácuo. Ela se instala mesmo entre as pausas das palavras. Na morte, a ausência ganha mais presença. É substantivo e concreto tudo aquilo que permanece. Daí, os mortos passarem entre nós. Jamais imaginei seu espírito transfigurado em fruto.”

Além da melancolia própria das lembranças do menino, chamou a minha atenção as suas constantes referências aos livros:

“Mas uma coisa me vigiava: ler era o meu único sonho viável.”

Não foi um livro que me fisgou. Gosto de símbolos, mas gosto de histórias, e este livro é quase um poema. Uma obra ainda mais abstrata e simbólica que Lavoura Arcaica (resenhado aqui)e um pouco menos que Os Verbos Auxiliares do Coração, que espero resenhar ainda hoje.

“A vizinha, do lado direito da rua, sabia ler e escrever. Estudou em escola não reconhecida pelas abelhas. Autorizava-se a distribuir dissimuladas verdades para além das frestas das janelas. Não suportava uma contestação. Tudo lhe servia para o consumo externo. Citava normas, em língua afiada, zombando da razão dos outros. Percebia-se que suas palavras eram desencarnadas e não filtradas pelo consumo interno. Também, sem raízes, as palavras nasciam e morriam em sua boca. Minha mãe afirmava que muitos passam pela escola, mas a escola não passa por eles.”

Minha Avaliação:

3 estrelas em 5.

site: http://catalisecritica.wordpress.com
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Melissa Padilha 25/05/2014

Estava eu imersa em leituras densas e longas, muito longas ... fui eu procurar um livro curto que me interessasse que tivesse boas indicações, peguei Vermelho Amargo de Bartolomeu Campos de Queirós.

Apesar do livro ter menos de 100 páginas, a minha sensação foi que ele continha muitas informações em pouquíssimas linhas, com isso a entrega foi intensa, e o livro conseguiu me absorver como se contivesse 700 páginas.

Vermelho Amargo é um relato autobiográfico, no qual Bartolomeu divide lindamente conosco suas angústias e dores decorrentes da perda de sua mãe e da entrada na sua vida de uma madrasta que lhe foi uma marca, uma marca vermelha e amarga. Então é a história de um menino que tem que lidar com a perda muito rápida de uma mãe, a entrada em sua vida de uma madrasta que despreza a ele e seus irmãos, e de um pai cuja presença nos parece sempre muito ausente.

Divide conosco suas angústias pelo lento desmembramento familiar, cuja causa principal é obviamente a madrasta, além da falta imensa que a presença de sua mãe fazia em sua vida. O mais impressionante é a capacidade narrativa de Bartolomeu, em nos fazer mergulhar no mesmo sentimento que ele demonstra sentir.

A história é escrita toda em uma prosa poética imersa nas questões duras, de sofrimento intenso já descritos, mas tratados com uma leveza impressionante. O livro é recheado de metáforas, que expressam separações, agressões e palavras que permaneceram na memória de Bartolomeu. Apesar da leveza imposta pela escrita poética do autor, o livro não deixa de ser melancólico.

Esta pareceu-me mais do que uma história contada, uma poesia que narra a vida deste garoto. É um livro dos dissabores da vida, o quanto isso nos marca para sempre, principalmente quando ocorrem na infância.

É um livro que se compromete em transmitir de forma bela, as tragédias da vida cotidiana. Há quem ache, por sinal, que tragédias são as gregas, são as grandes guerras, ou as catástrofes mundiais, quanto mais eu leio, mais eu acho que as maiores tragédias são as não narradas, as do dia a dia, as quais a gente se acostuma, se acomoda, aprende (ou não) a conviver, são as compartilhadas na sala de terapia, na conversa com um amigo, são as nossas, pessoais, porque elas são próximas, reais e passam uma veracidade que chega a assustar. A tragédia é a vida real.

site: http://decoisasporai.blogspot.com.br/2014/04/vermelho-amargo-de-bartolomeu-campos-de.html
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Aline164 20/07/2014

Minhas passagens preferidas
"Há que experimentar o prazer para, só depois, bem suportar a dor. Vim ao mundo molhado pelo desenlace. A dor do parto é também de quem nasce. Todo parto decreta um pesaroso abandono. Nascer é afastar-se - em lágrimas - do paraíso, é condenar-se à liberdade." (p. 8)

"Ao erguer os olhos do livro, o olhar da mãe vinha vestido com novo luar - eu invejava. Em cada página virada ela se remoçava, afagada pelas viagens, amores, incômodos. O livro aberto era seu berço e seu barco, em suas páginas ela se transmutava." (p. 19)
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Rúbia 19/12/2014

Prosa poética
Vermelho Amargo, do autor Bartolomeu Campos de Queirós, foi uma das minhas leituras de agosto (sim, muito atrasado!).
Essa é a última obra do autor (que é brasileiro) lançada em 2011 enquanto ele ainda era vivo. Eu já tinha ouvido falar muito bem desse livro e acabei comprando na promoção de aniversário da Cosac (porque ele não é dos mais baratos). A edição é maravilhosa, em capa dura, com as laterais vermelhas, num papel com aspecto reciclado e a cor da letra também é vermelha, um projeto gráfico lindo.
A história também é linda e, como possui poucas páginas é bem rápido de ler, eu li em poucas horas. Mas ao mesmo tempo em que é rápido, exige muita atenção pelo fato de esconder muitas metáforas.
É importante ressaltar que esse é um livro autobiográfico, ou seja, vai contar uma parte da história do autor, que é o narrador da história enquanto criança, um menino que perdeu a mãe e que hoje vive com o pai, a madrasta e mais cinco irmãos.
Como eu disse anteriormente, o livro é cheio de metáforas, por exemplo, eles eram oito pessoas na casa, a madrasta preparava tomate todos os dias e ele associava o legume a coisas muito ruins (por isso o nome vermelho amargo) e ela fatiava o tomate para os oito, em pequenas fatias finas. Conforme o livro vai avançando, a família vai se desfazendo e o tomate é dividido em pedaços maiores.
O uso das metáforas também acontece para falar sobre a personalidade dos irmãos, por exemplo, uma das irmãs vivia fazendo ponto cruz, até que um dia ela se casa e aí passa a carregar a sua cruz, com o casamento e pela solidão que ela passa a viver.
E assim tem histórias parecidas com os outros irmãos, como uma que assume a personalidade de um gato. A meu ver são as várias formas que a família assume para lidar com a dor da perda da mãe.
Não consigo falar mais sem dar spoilers, pois ele é um livro muito curto, mas indico fortemente a leitura, achei um livro lindo, uma leitura realmente impressionante, em uma prosa a linguagem dele é extremamente poética e com muitas frases reflexivas.


site: http://meumundodeleituras.blogspot.com.br/
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Marcio 01/01/2015

Ótimo livro. O autor faz uma prosa poética lindíssima! "Durante quatro estações, em todas as manhãs, o trem deslizava em frente de nossa casa. Nascia na cidade de um avô, que escrevia nas paredes, e morria na cidade de outro avô, com seu olho de vidro. Sempre suspeitei o nascer como entrar num trem andando. Só que,o mundo, eu não sabia de onde vinha nem para onde ia. E, no meu vagão, não escolhi os companheiros para a viagem. Eram todos estranhos, severos, amargos, impostos. Também entrei sem comprar o bilhete de viagem. Minha bagagem, pequena, cabia debaixo do banco -da segunda classe - sem incomodar. Contrabandeava poucos pertences: uma grande dor que doía o corpo inteiro e a vontade de encontrar um remédio capaz de remediar o incômodo. Até hoje o mundo ainda não atracou. Vou sem escolher o destino. O trem estancava na minha cidade, trocava de carga e reabastecia-se . O mundo só nos permite uma baldeação definitiva."
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Cássia Pires 19/02/2015

Um livro de imensa beleza
Escritores costumam enxergar além ao escrever seus livros, mas alguns têm um dom especial de transformar banalidades em literatura. Olhamos para um tomate e pensamos em uma salada, Bartolomeu Campos de Queirós olhou para um tomate e o transformou em "Vermelho amargo". Poucas páginas, conciso, há lacunas na história que serão preenchidas pela imaginação dos leitores, e isso em nada desabona o livro. "Vermelho amargo" é de uma beleza singular.
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