Lucas.Wijk 24/02/2015
Novos mistérios, poucas explicações...
"Prova de Fogo" continua exatamente do ponto onde termina o primeiro livro. Assim como disse em minha resenha anterior, "Maze Runner" é uma série cheia de mistérios, que, até o momento, não apresenta respostas para quase nenhum deles, criando muita expectativa no leitor. Por um lado, isso é bom, pois instiga a curiosidade. Por outro lado, porém, é ruim, pois fica difícil para um autor conseguir satisfazer todos seus leitores a partir do ponto em que cria tantos mistérios sem ter pensado, de antemão, nas suas soluções. Isso, ao meu ver, é o que aconteceu com James Dashner, algo parecido com o ocorrido na série de TV, "Lost".
Sem mais delongas, parto para a análise deste segundo volume da série.
O segundo livro de "Maze Runner", apesar de manter sua fórmula, muda completamente o ambiente apresentado no primeiro livro, assim como os elementos que o tinha tornado tão interessante. Thomas e seus companheiros da clareira agora se encontram em um deserto, sendo que sua única missão é chegar em um determinado ponto. Para que? O que se encontra lá? Como? Todas essas são perguntas que nos são apresentadas e, novamente, ficam sem respostas.
O ritmo do livro, na minha opinião, é mais devagar que o do primeiro. Apesar de continuar frenético e com mais ação, percebe-se que o autor não fez nada mais que se manter na corda bamba que criou no primeiro livro, mudando apenas os elementos e o ambiente daquele.
Sem muitas novidades na solução dos mistérios apresentados, "Prova de Fogo" nada mais é que um livro onde os garotos caminham por um deserto e por uma cidade abandonada, passando por diversas dificuldades criadas de forma absurda e sem muita criatividade por parte do autor.
Novas personagens surgem nesse livro e James Dashner tenta, novamente, introduzir um romance no livro, algo em que (mais uma vez) falha miseravelmente. Claramente a narração de sentimentos e de relações entre suas personagens não é um forte do autor. Teresa, nesse livro, não acompanha o grupo principal e uma nova personagem surge em seu lugar, na tentativa de "dividir o coração" de Thomas, mas essa situação beira ao ridículo pela falta de habilidade do autor para esse tipo de narrativa.
Para piorar, certas situações envolvendo Teresa e um outro grupo faz com que os mistérios do livro tomem um caminho ainda mais complicado, com uma forçação de barra inacreditável, algo que me incomodou muito na história. Nesse ponto, eu já podia prever que Dashner não conseguiria apresentar respostas satisfatórias para aquilo que foi criando.
Para finalizar, em relação aos personagens em si, mantenho o que disse na minha resenha do primeiro livro. Apesar dos relacionamentos entre eles ser algo fraco, eles são muito bem estruturados, com destaque para Thomas, que continua sendo uma personagem estável, fugindo do clichê de "herói burro", com exceção da sua capacidade de sentir atração por qualquer garota com apenas um olhar.
A linguagem do livro continua muito "boba". Mesmo sendo um livro infato-juvenil, acho desnecessário ficar utilizando termos tão infantis para xingamentos e palavrões.
"Prova de Fogo" não inova e não responde quase nenhuma pergunta apresentada. O elemento mais interessante do primeiro livro (o labirinto) foi retirado e substituído por um deserto sem graça. A história parece travada, numa tentativa forçada de prender o leitor para saber a solução das situações apresentadas.
Porém, apesar de sua mediocridade, o livro ainda consegue entreter e prender a atenção do leitor. Novas expectativas são criadas para o terceiro volume, motivo pelo qual eu continuo tendo esperanças para a série e valorizando a criatividade do autor, apesar das diversas falhas que mencionei.
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