Filipe Tasbiat 31/03/2024
Um interlúdio e tanto
Eu buscava uma leitura leve e divertida para o feriadão de Páscoa e tirei essa edição usada de Hugo Cabret, comprada por impulso na minha última visita à Pelotas, após uma fração de contato visual com a capa exposta na vitrine do sebo e a imediata certeza de que aquele livro deveria me pertencer. Desse encontro fortuito veio uma leitura deliciosa, simples e ao mesmo tempo grandiosa. .
O livro é uma obra de arte, entremeando desenho e literatura. As ilustrações originais são impressionantes e dão profundidade à narrativa do menino de 12 anos que mora no quartinho do cronometrista de um estação de trem em Paris. A história começa in media res, com Hugo Cabret no meio da ação. Aos poucos vamos entendendo a motivação do garoto (uma bela motivação!) e como ele foi parar ali.
Uma história bonita com uma mensagem singela: às vezes, por mais quebradas que as coisas pareçam, nós podemos consertá-las. Foi super legal me aventurar pelas passagens estreitas da estação de trem e acompanhar a correria tresloucada de Hugo, que parece estar sempre a fugir ? dos outros, do tempo, de si mesmo.
Além de contar uma bela história, por meio de imagens e de texto, "A invenção de Hugo Cabret" é uma adorável homenagem ao cinema da primeira metade do século XX, e prova que não só os filmes, mas a literatura e os livros, são capazes de nos fazer sonhar de olhos abertos.