Ana Ira! 12/08/2014
Conta a história da escrava branca (mestiça) Isaura, uma moça lindíssima que conquista a todos com sua inteligência, doçura e beleza. Isaura é filha da escrava negra Juliana e do feitor bondoso, o português Miguel - branco, por isso ela nasce branca. Como sua mãe morre no parto, Isaura, não obtém a alforria, porém, sua sinhá, a ama e cuida dela como se fosse sua mãe, e por medo de perdê-la, não a liberta, mas deixa seu desejo à mercê de seu filho Leôncio e de seu marido, que morre logo no início do livro.
Leôncio é o vilão, um vagabundo, do livro! Ele é casado - recentemente - com Malvina, uma boa moça, rica (esse é o motivo pelo qual ele se casou com ela), que gosta muito de Isaura, no entanto, Malvina não tem ideia que seu marido, não a ama, pois é loucamente (literalmente) apaixonado por Isaura!
Quando Henrique, o irmão de Malvina, conhece Isaura, também se apaixona por ela, só que o bocó do Leôncio conta à ele que quer 'dar uns pegas' em Isaura, então, Henrique bota a boca no trombone, e assim, começa a perseguição contra Isaura.
Malvina querendo expulsá-la de casa, uma outra escrava invejosa tentando acabar com ela, seu dono, Leôncio querendo ter um caso a força... Enfim, Isaura fica em um beco sem saída!
Mas seu pai, Miguel consegue fugir com ela, e vivem poucos meses longe, muito longe em meio a alta sociedade. Que de alta (chick, inteligente, etc.), só tem no nome!
Lá, em Fortaleza, Isaura conhece Álvaro, que vem a se tornar seu grande amor! Os dois logo que se vêem, se apaixonam, de um jeito tímido, apenas através de olhares e palavras, entretanto, em pouco tempo Isaura é descoberta e de uma maneira surpreendente volta às mãos de seu antigo, porém, verdadeiro dono! Leôncio que promete acabar com ela e suas esperanças de amor verdadeiro.
"-Levanta-te, mulher generosa e sublime! - disse Álvaro, estendendo-lhe as mãos para levantar-se. -Levanta-te, Isaura; não é a meus pés, mas sim em meus braços, aqui bem perto do coração, que te deves lançar, pois a despeito de todos os preconceitos do mundo, eu me julgo o mais feliz dos mortais em poder oferecer-te a mão de esposo!..." - P. 96
O final é lindíssimo, bem real e justo! Amooooo esse livro! É de tirar o fôlego!!!! Eu li em dois dias, porque precisei dormir, mas a leitura flui que nem chocolate na páscoa, se não vigiar comemos tudo de uma bocada só!!!!
"-Escrava! - exclamou Álvaro, cada vez mais exaltado. - Isso não passa de um nome em vão, que nada exprime, ou exprime uma mentira. Pureza de anjo, formosura de fada, eia a realidade! Pode um homem ou a sociedade inteira contrariar as vistas do Criador e transformar em uma vil escrava o anjo que sobre a Terra caiu das mãos de Deus?..." - P. 68
Mal consegui dormir pensando no final, e quando concluí, ele tornou-se um de meus livros favoritos, e com razão!
Quem ainda não leu, está PER-DEN-DO!!! Corre lá e vai ler! Tem ele para baixar em diversos sites autorizados e é quase impossível não haver pelo menos um exemplar deste nas bibliotecas! E é bem barato, pagay R$3,50 no meu exemplar. Só não lê, quem não quer!!!! AAAh, ele foi escrito lá em 1800 e pouco, era no começo do reinado de Dom Pedro II.
"-A escravidão em si mesma já é uma indignidade, uma úlcera hedionda na face da nação, que a tolera e protege. Por minha parte, nenhum motivo enxergo para levar a esse ponto o respeito por um preconceito absurdo, resultante de um abuso, que nos desonra aos olhos do mundo civilizado. Sirva ele ao menos de um protesto enérgico e solene contra uma bárbara e vergonhosa instituição." - P. 68
site: http://anairados.blogspot.com.br/2014/08/dica-de-livro-resenha-escrava-isaura.html