Resenhas - Tudo de bom vai acontecer

Viferoli 10/05/2023

Como é bom ler livro bom
A escrita foi o que mais me encantou, é simples e direta, sem enrolação. E o mais importante é que me fez sentir diferentes emoções que mexiam por dentro. Livro recomendado para conhecer a realidade.

KelenDZ 02/05/2023

Apesar de ser um pouco cansativo, o livro é bom no sentido de mostrar como era a cultura e política na Nigéria e principalmente como as mulheres eram tratadas e vistas na sociedade machista da época. Já a parte ficcional da história poderia ser um pouco melhor, pois não prende muito

Herley 23/02/2023

Imagens de uma infância
Em Tudo de Bom Vai Acontecer, seguimos a história de amizade, desencontro e reencontro de duas meninas nigerianas. Enitan, a narradora, possui uma situação financeira privilegiada, usufruindo daquilo que uma classe média alta pôde proporcionar em meio a governos ditatoriais e governos democráticos semelhantemente corruptos e frágeis. Sheri, a indômita, rebelde vizinha, que tinha de cuidar de inúmeros irmãos mais novos, que inspira Enitan a questionar as regras. Ambas trajetórias de vida serão atravessadas não apenas pelos ecos da vida política de seu país recém-declarado independente, com importante instabilidade político-social e acirramento das desigualdades, mas também pelos recortes de gênero e de negritude/colonialidade.
A escrita da autora esconde fortes imagens sob uma superfície casual e de certo modo nostálgica, sobretudo no bloco narrativo da infância. Esses paroxismos vão dando lugar a intrusões da realidade sócio-político-econômica do país à medida que as personagens crescem e vêem a nítida costura do público e do íntimo cruzando e unindo suas próprias vidas. É muito fácil sentir-se próximo de Enitan e torcer por ela ao longo da narrativa.

Clara Vellozo 21/02/2023

Crescer mulher numa época e cultura machistas
Nessa história que se passa na Nigéria após a Guerra da Biafra, acompanhamos a vida de Enitan da infância à vida adulta numa época e cultura muito machistas.

Como uma boa personagem feminina seu papel vai ser lutar contra essa repressão, motivadas sempre pelo seu desejo de mudança de uma África mitificada e que valorize a mulher como símbolo de força e valentia.

O livro é especialmente delicado no que diz respeito a união entre as mais diferentes personalidades femininas, demonstrando como é importante a diversidade e multiplicidade da existência para mulher mais compreensível e empático.

É uma história que pertence a Enitan, mas é dedicada a todas as mulheres que buscam forças para encarar a vida e lutar pelos seus direitos.

Renata @paraquemgostadelivros 18/01/2023

Tudo de Bom Vai Acontecer narra a vida de uma garota nigeriana na décadas de 70 a 90 em meio aos problemas do país, tais como os golpes militares, a falta de energia elétrica e a opressão feminina.
Em sua fase adulta ele se vê em conflito entre lutar por mudanças ou se calar em função do risco de ser perseguida e presa.

Jaqueline.Saraiva 29/11/2022

Amei ler mais um livro que retrata a cultura nigeriana. Demorei tanto para ler esse livro, pois foi o primeiro da tag q li sem antes ver o prefácio e achei o começo morno. Depois não conseguia mais parar de ler. Fantástico.

leiturasdabiaprado 12/11/2022

Eu gosto muito de ler sobre a Nigéria e foi interessante sair da visão da Chimamanda e da Buchi que são as duas que autoras nigerianas que eu mais li.
A Sefi Aita trata questões bem importantes nesse livro, tem pontos em comum com a escrita da Chimamanda e da Buchi, trata dos estudantes que vão buscar formação na Europa e nos EUA, trata de machismo, de religião, de estupro... mas um traço que eu gostei bastante aqui é a visão política, é mostrar a realidade de um golpe de estado, de um governo militar, os presos políticos e a falta de um sistema de justiça eficaz para os presos comuns também!
Um livro que vai retratar Lagos de 1975 a 1995, mas que bem poderia estar retratando até mesmo o Brasil ditatorial ou qualquer outro país sul americano!

Suely.Fernandes 26/09/2022

Mulheres fortes, da Nigéria!
Uma história de superações onde também retrata fatos históricos, política, cultura, violência, machismo e outros assuntos e questões familiares e pessoais. Aborda muito sobre as mulheres africanas, seus desejos, anseios e dores e te imerge profundamente na vida das personagens.
Achei bem impactante, sofrido e ao mesmo tempo cheio de esperanças. Acompanhar a trajetória de vida e mudanças da personagem ao longo do tempo, também foi um ponto positivo.
O texto às vezes trás muita informação e requer um tempo pra absorver tudo o que é passado, mas não a ponto de ser chato, pois a escrita da autora é envolvente.
O final me fez sorrir junto com a Enitan!
"Nada podia tirar minha alegria. O sol me enviava sua benção. Meu suor me batizava."

GIZ 17/09/2022

Livro maravilhoso! Leitura fluída, história que nos impacta e nos faz pensar do começo ao fim. Pensar a situação da mulher nigeriana, seus sofrimentos, o racismo, o machismo, a falta de perspectiva daquela sociedade, que só foi ceifada de suas riquezas por imperialistas, que não se preocupam com seres humanos, somente com eles. A questão de presos políticos, golpes em cima de golpes de estado, que não ajudam a população e só engordam o bolso de uma elite. Vale muito a pena a leitura.

Caroline Vital 27/08/2022

Bonita história de libertação
Livro bem cotidiano, sem grandes momentos e ápices. Mesmo assim, o livro nos muda e nos deixa como Enitan nos últimos parágrafos, finalmente livres, nada pode nos parar. Lindo, lindo. Foi meu primeiro livro lido em 2021, timing perfeito.

anythgs 08/07/2022

e que tudo de bom aconteça com todas nós também ;)
Comecei a ler esse livro uma semana antes de começar a sair uma enxurrada de coisas na mídia sobre o direito da mulher e o controle do corpo feminino. Criança sendo colocada em papel de mãe aos 11 anos e uma mulher que deu a luz à uma criança fruto de um estupro e decidiu não ficar com ela, muitas coisas revoltantes pra nós que passamos por muito apenas por sermos mulheres e esse livro veio em um momento certo. Me fez refletir muito sobre como foi e é a vida das mulheres nigerianas e as mulheres como um todo (ainda mais nos anos 70/80). Essa história é leve e fácil demais, você entra totalmente na história e nos pensamentos da personagem, e isso bateu com certos pensamentos que eu tenho e já tive também, é muito louco. Um ponto negativo: certos diálogos e certos personagem se perdem no decorrer da história o que me deu impressão de só estarem ali pra preencher página (?) ficou mesmo chato e me desanimou um pouco. Sem contar muitos desses diálogos e pensamentos da personagem acabam do nada e começa outro dia como se nada tivesse acontecido, as histórias começam e terminam muito rápido e na maioria das vezes sem contexto nenhum e isso me irritou um pouquinho.

Mas no geral eu tô bem feliz por ter colocado esse livro na minha lista ?

Carla.Cerqueira 06/06/2022

Esperava mais
É uma história bastante explorada já na literatura. Não gostei do enredo. Achei que a história foi muito arrastada.

paola-layber 30/05/2022

uma viagem à Nigéria do século XX
este livro é como viajar no tempo e poder conhecer a Nigéria nas últimas décadas do século passado pelo olhar de Enitan.

Sefi Atta escolhe brilhantemente as palavras para narrar a história de Enitan e Sheri, duas amigas que, da infância à vida adulta lutam para (sobre)viver num contexto da guerra civil nigeriana e dos sequentes golpes militares no país.

Rick Shandler 20/05/2022

Tudo de Bom Vai Acontecer - Sefi Atta
Tudo de Bom Vai Acontecer é um potente romance de formação. Sefi Atta traz em sua personagem Enitan, além de um evidente tom autobiográfico, importantes discussões que fazem desse livro um forte manifesto feminista.

Enitan é uma mulher nigeriana que ao longo da sua formação questiona aquilo que lhe é imposto. Uma sociedade patriarcal permeada pelo machismo e todas suas facetas torna-se cada vez mais evidente aos olhos de Enitan que conforme amadurece vai percebendo o quanto tudo isso é errado. Mais do que isso, ela percebe o quão importante é se impor a esse modelo de sociedade pré-estabelecido onde a mulher não tem vez.

São várias as lições ao longo do livro. A primeira é pesadíssima. A melhor amiga de Enitan, com a qual ela tem uma profunda e importante relação que perdura ao longo de todo livro, é vítima de abuso sexual na adolescência. Sheri com a avidez própria de todo adolescente por provar o gosto da liberdade acaba conhecendo o pior lado da sociedade machista em que vive. Obviamente todas as consequências do crime recaem sobre a vítima e Sheri tem sua vida totalmente abalada.

O infortúnio de Sheri é apenas o pontapé inicial. Enitan ainda vivência na pele todo o machismo e a desvalorização da mulher no mercado de trabalho, questiona o abuso financeiro praticado por seu pai contra sua mãe após a separação, sofre com com as pressões da maternidade e ainda é ?agraciada? com relacionamentos amorosos que não conseguem fugir do contexto machista patriarcal. Com cada uma dessas lições Enitan amadurece e aprende a não se calar. Enitan descobre sua voz.

Como dá pra ver, a caneta de Sefi Atta estava afiadíssima e e ela não deixou passar praticamente nenhuma das grandes temáticas feministas. O livro é uma aula. Enitan não chega simplesmente a conclusão de que tudo de bom vai acontecer. Ela faz com que tudo de bom aconteça.