Fabio 16/04/2023
Decepcionado... E olha que eu passo pano para o mestre hein!
O mestre do terror, Stephen King começou a escrever O Pistoleiro em 1970, quando tinha apenas 19 anos, após terminar s leitura das duas grandes obras de J.R.R. Tolkien, ?O Senhor dos Anéis? e ?O Hobbit?. Inspirado pelo mundo fantástico do criador da Terra-Media, e também pela inspiração do poema épico do famoso lírico, Robert Browning, o jovem Stephen desejou em seu íntimo escrever uma obra que fosse ao mesmo tempo épica, colossal, e que se encaixasse facilmente na cultura pop de seu anos. Porém, foi somente após assistir um filme de cowboys dirigido por Sérgio Leone, intitulado ?Três Homens e um Conflito?, que começou a colocar as ideias no papel.
O livro foi publicado em 1982, com uma edição limitada, e em 1988, ganhou as prateleiras das livrarias americanas e logo após alcançou a lista dos livros mais vendidos daquele ano.
Em 2003, pouco antes de publicar o último livro da série a ?Torre Negra?, o Mestre do Terror revisou a versão original de o Pistoleiro; acrescentou várias passagens ao livro, e retirou vários diálogos que considerava supérfluos e justificou que todas as mudanças eram indispensáveis para deixar livro mais coerente com o restante da série. Resultado final, O Pistoleiro, acabou ganhando aproximadamente 40 páginas a mais, para delírio dos Leitores Fiéis, e de ?quebra? acabou alavancando a vendas de todos os livros da série.
O Pistoleiro nos apresenta ao protagonista da série, Roland Deschain, um peregrino, que busca incansavelmente o poderoso indivíduo, conhecido como o Homem de Preto, para poder chegar até a Torre Negra, o centro do Universo, e lá compreender a essência vital da existência. Roland é o último dos Pistoleiros, uma organização ancestral, responsável por manter a ordem no mundo, e luta incansavelmente para manter o equilíbrio entre o bem e o mal.
O autor nos mostra em O Pistoleiro, uma saga épica de buscas e encontros, lutas e dificuldades, conflitos internos, que culminam numa jornada de descobertas de Roland e seus amigos. E também conta através das memórias do Pistoleiro, o passado, sua formação e seus ancestrais.
Na minha opinião, O Pistoleiro, é visivelmente mais ?cru? que os demais livros da série, foi escrito por um King muito mais jovem e inexperiente, e num intervalo muito grande de tempo, e mesmo após a famosa revisão de 2003, ainda possui vários problemas de cunho estítico que o próprio S.K. reconhece.
Particularmente, o livro não e de fácil leitura; está repleto de passagens que me parecem confusas, cheios de devaneios aparentemente incoerentes, e transições de cenas cheias de lapsos, e aqui a falta de experiência do King, ficou ainda mais evidente, e que geral deixou a leitura mais truncada, e de avanço penoso e lento.
Um dos pontos mais negativos do livro foram, os personagens secundários, e foi nesta parte que o King me decepcionou muito, pois na minha opinião ele é um dos maiores criadores de personagens da literatura moderna, mas, neste livro não foi bem assim, ele deixou a desejar. Os personagens são em sua maioria, rasos e mal construídos (mais outro indicio da falta de experiência), e não me atraíram de forma alguma, sendo que, após algumas páginas lidas, foram facilmente esquecidos e deixados para trás, inclusive os seus nomes. Entretanto, para este resenhista, a maior problemática do livro é o estilo de escrita que o King tenta empregar em O Pistoleiro. Eu tive que reler várias e varias vezes as mesmas passagens para tentar entender o que estava acontecendo na história, e foi aí que o King pisou feio na bola, pois na tentativa de poetizar a obra, abarrotou as páginas com simbolismo épico e Intempestivo contemporâneo, e tiro saiu pela culatra, pois, o livro ficou muito mais desarranjado, dando a impressão, que as páginas foram soltas e coladas de modo aleatório dentro dentro da brochura.
Mas nem tudo são desilusões em o Pistoleiro, e é nesta obra que somos apresentados a fantástica história da Torre Negra, e onde conhecemos um pouco mais sobre as diferentes realidades e dimensões do ?Kingverso?, e todo o paradoxo interdimensional. É neste quesito, que podemos reconhecer suma importância de o Pistoleiro, e destacar a transcendência da obra, pois é peças fundamental, chave que abre a porta para o Mundo Médio e os Territórios.
Em suma, para mim, o livro foi penoso, lento, e em sua maior parte muito confuso. Confesso que fiquei um pouco decepcionado com o Mestre neste livro, mas posso afirmar também que encontrei muitas coisas que agregaram, e aumentaram minha experiencia como Leitor Fiel.
Eu particularmente não gosto de resenhar sobre livros que não tive uma boa experiência de leitura, mas, neste caso achei imprescindível expressar minhas opiniões sobre a obra em si e os problemas que lá encontrei, e meu intuito aqui é alertar, e jamais amedrontar, os futuros leitores, pois, por mais difícil que seja, jamais um livro independente do gênero e do estilo literário irá desagregar.