Brê 20/02/2021
Enriquecedor!
Li esse livro pela primeira vez no início da minha graduação, já o tinha achado muito bom. Relê-lo só me mostrou o quanto as reflexões de Paulo Freire são espetaculares. Pensar a educação sem pensar no individualismo de cada um, sem pensar nas diferentes vivências que o estudantes têm é inconcebível. Quando Freire diz que a leitura do mundo precede a leitura da palavra, ele nos traz a concepção de que precisamos estar atentos e atentas às realidades distintas de cada indivíduo, cada ser carrega um mundo dentro de si, ninguém é um papel em branco a ser preenchido, todos temos nossas bagagens que são muito importantes para a construção da nossa educação e da nossa aprendizagem. Uma leitura muito enriquecedora com toda certeza.
Trechos favoritos:
"[...] a leitura da palavra é sempre precedida da leitura do mundo. E aprender a ler, escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica de palavras mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade."
"Na medida, porém, em que me fui tomando íntimo do meu mundo, em que melhor o percebia e o entendia na "leitura" que dele ia fazendo, os meus temores iam diminuindo."
"Só educadoras e educadores autoritários negam a solidariedade entre o ato de educar e o ato de serem educados pelos educandos; só eles separam o ato de ensinar do de aprender, de tal modo que ensina quem se supõe sabendo e aprende quem é tido como quem nada sabe."
"É que, na verdade, o contrário da manipulação nem é neutralidade impossível nem o espontaneísmo. O contrário da manipulação, como do espontaneísmo, é a participação crítica e democrática dos educandos no ato de conhecimento de que são também sujeitos. É a participação crítica e criadora do povo no processo de reinvenção de sua sociedade."
"Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso, aprendemos sempre."