Thais Lima 20/07/2023
Eu já tinha visto alguns comentários negativos a respeito desse livro, especialmente sobre o protagonista, que me fizeram ficar bastante receosa em ler esse livro, pensando que eu poderia vir a não gostar dele e até mesmo odiá-lo. Mas a verdade é que esse livro me encantou e me envolveu muito mais do que outros livros que li da autora, porque achei Bourne e Penelope os personagens mais complexos e bem construídos de Sarah MacLean.
Sim, é verdade que Bourne é um cretino. E sim, ele tem várias atitudes moralmente questionáveis na história, especialmente no começo, onde ele decide raptar Penelope para se casar com ele, para recuperar as terras que ele perdeu e agora estão incluídas no dote dela. Não é mentira que ele é, sim, um vilão em sua própria história. Mas é justamente essa característica vilanesca que torna o Bourne tão interessante.
O livro é baseado no conto de Hades e Perséfone, e devo dizer que a história segue muito bem essa linha de “vilão do submundo que se apaixona pela deusa da primavera”. Acho que ficou bem claro que Bourne é um cretino, né? Aí temos Penelope, que é uma moça que, após ficar manchada devido ao fim de um noivado, fica ansiando por mais que um casamento comum e desejando por amor. O que é claro, acaba nunca acontecendo e ela se torna uma solteirona, fazendo com que até suas irmãs tenham problemas em arrumar um marido.
Penelope é uma moça de educação perfeita e imaculada, uma verdadeira dama. Mas, apesar disso, ela deseja muito mais. Ela quer uma vida, viver aventuras, sentir adrenalina, coisas que não poderia fazer na sua vidinha comum. Mas sua vida muda drasticamente quando se casa com Bourne, que costumava ser seu melhor amigo de infância, mas está muito diferente agora.
A relação deles inicialmente é conturbada, obviamente. Bourne não quer se envolver e nem quer que Penny se envolva, fazendo com que a o início de casamento dos dois seja um fiasco, Penelope se sente frequentemente sozinha, e ele se isola, preso na sua obsessão por vingança contra aquele que tirou tudo dele. A relação deles não dá certo principalmente porque os interesses dos dois são opostos: para se vingar, Bourne precisa destruir um amigo de Penelope. E ela obviamente não vai permitir isso.
Mas é claro que a parte de se envolver se torna impossível, e aí que fica interessante. Quanto mais Bourne passa a se importar e se apaixonar por Penelope, mais difícil as coisas ficam para ele. Afinal, ele passou nove anos tramando por vingança, um sentimento que o alimentou e o fez sobreviver todo aquele tempo, e agora ele não sabe o que fazer, já que se vingar significa perder Penelope.
Gostei muito de forma que a narrativa é contada, da complexidade do “mocinho” que é o vilão na maior parte do tempo, e a mocinha forte, destemida, que não aceita abaixar a cabeça e o enfrenta o tempo todo. O embate entre eles era interessantíssimo de acompanhar, e a cada embate, o sentimento entre eles apenas crescia.
Gostei muito da premissa dessa série, ansiosa demais para conhecer o próximo casal! Até porque, já gostei muito de Pippa e Cross individualmente nesse livro. Mal posso esperar para ver o que será os dois juntos!