Bi Sagen 26/07/2020"(...) só podia ser um chamado, e, fosse quem fosse quem fosse que o ouvisse, desejaria obedecer-lhe e (mais ainda) encontraria meios para atendê-lo (...) como um pássaro que voa para o ninho."
A primeira vez que li O sobrinho do mago foi mais ou menos há dois anos. Decidi reler para conversar com algumas amigas. E de novo me surpreendi com a quantidade de coisas que conseguimos aprender em tão poucas páginas. Seja criança ou adulto, sempre é tempo de ler essas fábulas.
A mudança de Digory para Londres não foi em circunstâncias felizes. Sua mãe estava gravemente doente, seu pai foi trabalhar na Índia, e o garoto teve que abandonar o campo para viver com dois tios desconhecidos e meio estranhos.
A única coisa positiva é que ele conheceu sua nova vizinha, Polly. E juntos eles passam a brincar pelo bairro. Em uma dessas brincadeiras, ela conta sobre seu sótão que se interliga com outras casas do bairro, e ao explorarem isso, acabam caindo no quarto secreto do tio André.
Enganados e chantageados, eles vão parar em outro universo, conhecendo seres fantásticos, e tendo experiências totalmente diferentes de tudo que eles podiam imaginar.
Esse é o primeiro livro da série, e não só explica o surgimento de Nárnia, como também sobre o icônico guarda roupa do segundo volume. É também o primeiro vislumbre de Aslam, da Feiticeira Branca, e de seres míticos. Assim, é uma experiência incrível.
E como se não bastasse todo o universo fantástico que C. S. Lewis cria, seus livros ainda modificam nosso olhar sobre a vida.
Nesse livro pensei muito sobre aquilo que pode seduzir nosso coração, e as consequências do pecado em nossas vidas. E também na beleza da confissão e do perdão, e como não somos definidos pelas escolhas erradas.
Em todos os livros podemos ver que as pessoas que entram em Nárnia e conhecem Aslam tem a chance de serem modificados por completo. Ainda assim, alguns optam por se tornar de surdos e se afastar de tudo. É interessante como são insensíveis a toda aquela beleza.
"E sentiram que jamais na vida haviam sido realmente felizes, bons ou sábios até aquele momento. A lembrança daquele instante permaneceu com eles para sempre; enquanto viveram, se alguma vez se sentiram tristes, amedrontados ou irados, a lembrança daquela bondade dourada retornava, dando-lhes a certeza de que tudo estava bem."