Bia 01/06/2016
Resenha Resenhística!
Finalmente, me voltei contra essa ressaca “resenhística” (se assim posso dizer haha), e nada melhor do que fazer isso falando do livro mais importante na minha vida como leitora.
Luna Clara e Apolo Onze fez uma reviravolta em 2009, quando me tirou dos livros infantis e me ensinou que eu poderia ler um livro com mais de 50 páginas. Mas o mais incrível de tudo isso, é que naquela época, apesar de nova, fui fisgada pela prosa poética de Adriana falcão, e foi esta prosa que fez uma menina que (malemá) lia um livro com trinta páginas, se apaixonar por um com 327.
Sete anos depois, tive a oportunidade de reler esta obra que contribuiu muito para que eu encontrasse meu amor pela leitura e pude também perceber que todos os encontros e desencontros narrados na história, também representam minha jornada com esta obra de uma forma meio maluca.
O enredo se passa entre as cidades de Desatino do Sul e Desatino do norte, cidades estas, que estão separadas pelo Vale da Perdição, que por acaso (mas só por acaso mesmo) é no centro do MUNDO. E partindo dessa premissa, conhecemos os personagens mais enigmáticos e cativantes, Luna Clara e Apolo Onze (yeeeey), da forma mais poética que uma história poderia ser contada. E a partir destes dois personagens centrais, conhecemos figuras ainda mais impossíveis e criativas como, Aventura e Doravante, pais de Luna Clara que ao se apaixonarem no dia 23 de Janeiro, à meia-noite, bem em baixo da lua, se perdem devido a um infortúnio do destino, dando início assim as desventuras de Doravante em busca de sua amada Aventura. (tudo isso, só por acaso, é claro.) E neste ínterim, é que Luna Clara aguarda ansiosa, com seus olhos de vagalumes, na beira da estrada todos os dias e por anos, pela chegada de seu pai que continua procurando Aventura pelo mundo, sem nem saber da existência de sua filha. E parafraseando as próprias palavras de Adriana Falcão, Luna Clara vive seus dias com um pai contado em vez de tido.
Do outro lado da moeda, ou devo dizer ao sul de tudo isso, se encontra Apolo Onze, filho de Madrugada e Apolo Dez que esperaram tanto um garoto, que deram uma festa em seu nascimento que não tinha data para acabar (também depois de sete filhas, é de se festejar a vinda de um menino). Muito bem, pois o garoto só tinha um único desejo nessa vida, ele queria muito querer alguma coisa. E digamos a verdade, não tem nada mais instigante do que uma pessoa que só QUER QUERER algo nessa vida. Pois este é Apolo Onze.
Devo dizer que é impossível não se apaixonar pelos personagens e cenas, pela forma como a história é desenvolvida e narrada, principalmente se você é uma daquelas pessoas que adoram ler em voz alta de vez em quando, só pra colocar um pouquinho de você na história. Esta é uma história de encontros e desencontros, de tristezas e alegrias multiplicadas. Tudo isso numa mistura só, numa beleza que dança com a língua portuguesa e forma todas essas borboletas no nosso estomago. E tenho quase certeza que algumas já devem ter fugido do meu, porque de outra forma eu não estaria escrevendo tanto.
Então, mais que uma resenha, conto aqui o relato do início do meu amor por livros, letras e histórias impossíveis, mas que são reais dentro de nós. Minha intenção, não foi falar demais (odeio spoileeeers) mas sim, deixar todos vocês com curiosidade por histórias bagunçadas, aventureiras e perigosas; histórias que são meras coincidências (é claro ;)).
Grande beijo e espero que a próxima resenha (ou relato pessoal), saia antes de dois anos hahaha