Cley 26/10/2019Às vezes, um livro consegue mexer comigo, principalmente os que são baseados em acontecimentos reais. Histórias sobre a 2ª guerra são as que causa em mim comoção e reflexão. Para entender o presente é preciso olhar para o passado e não esquecer. Não podemos esquecer as tragédias porque servem de alerta à humanidade. Esquecer o que aconteceu há pouco tempo, é fechar os olhos para o perigo, que é como uma cobra venenosa, em que fica à espreita pronta para dar o bote.
O navio alemão “Wilhelm Gustloff” simbolizava a esperança para milhares de refugiados.
O navio tinha capacidade para suportar 1.800 pessoas, mas em janeiro de 1945, zarpou com mais de 10.500. Milhares de pessoas se afastavam de um cenário caótico e iam em busca de abrigo. Mas as promessas de uma vida melhor nem sempre são cumpridas. O navio foi atacado e afundado por um submarino soviético, matando mais de 9 mil pessoas.
Quem dá voz a essa triste história da humanidade é a Joana, Emilia, Florian e Alfred. Quatro pessoas de lugares diferentes, mas que têm praticamente os mesmos objetivos: escaparem.
Narrado sob cada protagonista, percebi as marcas que uma guerra traz e os sofrimentos causados por ela.
Durante à leitura me vi aflito, porque a tragédia iria acontecer, só restava torcer para que os protagonistas se salvassem e chegassem ao destino esperado.
Com uma escrita clara, a autora se apropria de suas personagens e situações fictícias para narrar uma tragédia real e tão pouco conhecida. Foi o pior desastre da história, com seis vezes mais mortos que o Titanic.
Livros como esses são importantes para que não esqueçamos o passado, honrar à memória daqueles que tiveram suas vidas ceifadas por ambição e busca de poder dos governantes.
"Cautela nunca é demais... O simples fato de alguém bater à porta não significa que você tenha que abri-la. Às vezes, há lobos à porta. Se a gente não toma cuidado, eles podem nos devorar."