Resenhas - Eu, travesti

Rosangela Max 08/10/2021

A importância do Lugar de Fala.
Desde que assisti uma entrevista da autora , fiquei interessada nesta leitura.
A escrita é uma mistura de escrachado com pudico e, em alguns momentos, até poético. Tudo para descrever a vida difícil e desafortunada da Luísa.
Passar por tudo o que ela passou e ainda manter o bom humor e a dignidade não é para qualquer um.
As travestis são marginalizadas e vítimas de tantas situações degradantes e este livro mostra muito bem isso.
Recomendo demais a leitura!

@_leandropaixao 15/01/2023

Eu não poderia dar outro título a essa resenha senão "Devastador"
A tempos eu queria ler esse livros por alguns motivos... os principais deles são, a quebra de tabús (não só pra mim, mas acredito que para todos que não conhecem em detalhes a vida de uma travesti) e com toda certeza a ruptura de vários paradigmas e preconceitos que envolve a vida dessas pessoas que comemoram o seu renascimento após os 35 anos.

Luísa Marilac ficou conhecida no Brasil pelo seu famoso bordão "se isso é estar na pior, o que quer dizer estar bem?" mas poucos sabem toda dor, sofrimento e desprezo que ela já enfrentou em toda sua vida.

Desde criança Luísa enfrentou na pele de forma extremamente desumana o que é o preconceito e a represália de um fator muito simples, existir! Em um tempo onde não existia a palavra "Bulling" e muito menos a liberdade de ser quem você realmente é (e ainda temos muitas barreiras a serem quebradas), ela enfrenta as piores situações, uma infância marcada por dor e sofrimento não só nas ruas, mas também dentro de sua própria casa.

Já na sua adolescência Luísa teve o apoio de sua avó que sempre lhe ajudou e a guiou pelos melhores caminhos, uma pausa para refletir de que não importa a sua idade, mas sim seu coração! Para que possa acolher e amar as pessoas independente de seu corpo e de sua aparência. Em sua grande maioria as travestis aderem a prática da prostituição para garantir aquilo que deveria ser a consequência mais simples da existência, sobreviver. Vemos com detalhes de perto o quão perigosas e tristes são as vidas dessas pessoas que lutam apenas por sua vida.

Recomendo demais essa leitura e peço para que, aqueles que decidirem ler, a princípio tenham empatia pelo próximo e se coloquem no lugar, podem ter certeza de que será ainda mais impactante. Em meio a tanta dilaceração, Luísa junto com a brilhante autora Nana Queiroz consegue nos tirar boas risada de uma forma muito leve.

Conto de Travas_ 14/01/2024

O livro que você precisa ler!
O que dizer sobre ?Eu Travesti? de Luísa Marilac e Nana Queiroz?

Simplesmente fabuloso. Não quero romantizar os percalços alheio, não. Mas por trazer átona e olhar para vidas de mulheres trans/travestis que vivem à margem, ou melhor, que são jogadas à margem da nossa sociedade que além de tudo, fingem não nos ver.

Esse livro vem para denunciar as mazelas que essa comunidade está condicionada a viver.

Com este livro vc verá por uma perspectiva, de luta e superação e da volta por cima.

Vocês acharam que eu estava na pior?
Até estivemos. Mas tomamos de posse das chaves de nossas cadeia e viemos para revolucionar e Transformar o imaginário popular.


Seguimos gritando e Vivas ???????

Ri :) 08/03/2020

8 de março =)
A madrugada deste dia Internacional da mulher começou me chocando com a narrativa da concepção de Pingo. Uma mulher que eu faria questão de um abraço hoje (e sempre). Encontrei-me num universo totalmente alheio à minha realidade. Eu, travesti não é um tapa. É um lembrete. É uma tentativa de grito. Luisa escreve (pelas mãos de Nana Queiroz) uma trajetória de sobrevivência jamis pensada por mim. Eu, travesti é um choque. E eu queria que todos pudessem ler Luísa.

LeonardoGS89 02/07/2022

Muito envolvente
Um livro impactante. Luísa conta sua trajetória desde a infância até os dias atuais e conhecemos as alegrias e tristeza de sua vida, em momentos me sentia revoltado pelo que ela passou, como um ataque gratuito por ser quem é, ou quando pessoas de sua confiança lhe traíram, mostrando que a maldade vem sempre de onde menos esperamos, como o italiano que roubou 15mil euro ou a tia e tio que abandonaram a sua cachorrinha que estava cega e com tumor, sempre explorada, seja por cafetões, homens, familiares.
É um livro de verdades cruas, duras e incômodas, verdades estas as quais fechamos os olhos e fingimos não existir.
Recomendo muitíssimo.

Psi.Chrystian 12/04/2022

Achei incrível como a Nana Queiroz auxiliou a Luiza a escrever esse livro. Acho uma leitora totalmente pertinente nos dias de hoje pra gente entender como as identidades travestis circulam no país e no mundo. É uma história triste, de uma pessoa que se expôs exatamente para que a gente entendesse as consequências de existir como travesti no país que mais matam tais pessoas, e que ao mesmo tempo mais consome conteúdo pornográfico de pessoas trans e travestis.

Mora 24/04/2021

Sensacional
Esse livro é sensacional, um turbilhão de emoções, cada capítulo com uma história que pode nos sufocar de dor, nos arrancar uma risada ou lágrimas de emoção.
É uma história envolvente escrita com a narrativa maravilhosa da nana que imprime muito bem as memórias da Luísa...
Luísa realmente é uma sobrevivente e esse livro é prova disso.

Esse livro possui umas partes bem pesadas que se você for sensível aconselho ler com cuidado, sobretudo: recomendo à todo mundo a leitura ?

Rogeria11 09/07/2023

Uma história de sobrevivência.
A história da Luisa Marilac é um exemplo do instinto de sobrevivência do ser humano. Literalmente, uma história sobre sua vivência em uma sociedade que colabora para a sua não existência.

Fiquei impressionada, mas não surpresa porque é a realidade de muitas travestis e transexuais, que a figura do famoso video da internet tenha passado por tantos percalços em sua vida e mesmo assim conseguiu juntar forças para renascer, e renasceu mais de uma vez para saborear a vida!

Uma grande transcestral, sua trajetória é de grande aprendizado e Nana conseguiu imprimir com uma escrita acessível e sensível.

Tomlucitor23 24/10/2023

Luíza Marilac é uma potência, desde que conheci pelo icônico vídeo no YouTube, para depois amadurecer e me fazer conhecer as dores da comunidade trans, eu sempre tive ela como referência, na real, foi meu primeiro contato com o que é uma mulher trans, ler esse livro me transportou para muito além do que eu já vi a mesma falar em entrevistas, me entregou a dor, ao sentimento, a sobrevivência, a luta diária de uma sociedade que rejeita pessoas trans de todas as formas, incrivelmente narrado de uma forma espetacular, esse livro partiu meu coração, e me fez amar ainda mais Luiza Marilac.

Michael 09/01/2022

Você tem culpa
Esse livro foi um tapa na minha cara em relação a minha vida privilegiada e sobre a história LGBTQIAP+ em nosso país e no mundo, principalmente das travestis.

A história é contada de uma forma muito objetiva e crua, falando sobre prostituição, estupro, pedofilia, assassinato, tráfico de pessoas, cafetinagem, drogas, enfim, é um livro sobre a marginalização das vidas das travestis. Como elas sempre foram invisibilizadas e mortas sem nenhuma investigação séria à respeito.

Acho que é um livro necessário para todo mundo. Não deveria ser um livro nichado. Por favor, leia.

Barbara602 02/05/2024

?SIGO GRITANDO?
?Eu, travesti - memórias de Luísa Marilac? é um livro que retrata não somente a vida de Luísa, mas sim de muitas travestis e mulheres trans.
Apesar de eu ser uma mulher CIS, a história dela me emociona profundamente?
O livro retrata as explorações, abusos, traumas, toques, amores e os desamores de uma mulher, que apesar de ter sido sempre colocada a margem da sociedade (hipócrita), se tornou cada vez mais forte, e o que mais me admira nela, é a ânsia de viver, mesmo com todos os percalços e adversidades. Aprendo muito com ela.
A escrita da Nana Queiroz é fluída, envolvente e perspicaz, com certeza irei ler outras obras dela.
É um dos meus livros favoritos (já o li varias vezes, rs) e indico de olhos fechados para quem curte o gênero.

Jhoni 02/12/2020

Leitura necessária
Ano passado eu li o livro Vidas Trans, o texto era formado por pessoas trans, com intelecto, base de estudos e leituras privilegiadas. É um livro essencial. Mas ao ler esse livro da Marilac, eu tive uma outra visão do mundo e do corpo de uma pessoa trans. As mazelas em que estão sujeitas pela falta de acesso aos veículos, a força que precisam ter diariamente, a rotina muitas vezes miserável.
Um livro que dá um soco no estômago. Mas um soco necessário!

Henrique_ 17/12/2019

Um relato de superação
Considero louvável a iniciativa de relatar um drama pessoal marcado pela marginalização social, pelo preconceito, pela morte e, sobretudo, pela superação. Nesta biografia, Luisa Marilac, travesti, não menciona seu nome verdadeiro. Ainda teme pela sua vida, tamanho é seu envolvimento com pessoas perigosas. Desde criança não teve medo de ser quem era e ainda não tem medo de assumir quem é, mas a vida lhe deu esperteza suficiente para fazer um relato que denuncia vários problemas sociais, como o tráfico de drogas e tráfico de pessoas, claro, sem mencionar nomes ou sem citá-los pelos seus nomes verdadeiros. Em que pese o relato marcado pelo humor diante de tantas mazelas pessoais, é comovente saber como uma pessoa pode ter passado por tudo que passou e ainda ter forças para gritar que está viva. Um belo relato de superação.

Aécio de Paula 14/06/2021

Eu, travesti - Luísa Marilac, Nana Queiroz
Luísa conta como desde pequena começou a se envolver sexualmente com os garotos, e relata todos os perrengues que passou, os dilemas familiares, a mudança corporal com silicone e os abusos que sofreu. Depois foi ser prostituta na Itália sob o comando de uma cafetina. Livro bem interessante. Porém, tem muito palavrão, descrição de sacanagem.

Isasc.exe 16/04/2024

Preservação da Memória
É pelo espaço de Nana Queiroz que uma história de antiestática se preserva. Luísa Marilac é transcendental, assume todas as vidas que já viveu e representa tantas outras que morreram aos montes e não chegaram nem a ser dado concreto. É nesse contexto que o livro se faz necessário. Essas pessoas precisam contar suas histórias, precisam ser ouvidas, acolhidas; precisam viver pra além da marginalidade.
Luísa VIVE apesar de tudo, e encontra o bom humor a ponto de contar sua história de um jeito que mescla o engraçado com o comovente muito bem.
Além disso, o livro se encontra em épocas diferentes do Brasil, antes do Pajubá e outros elementos da cultura LGBT se perderam e serem apropriados pela cultura hegemônica.
É um livro que deve ser reinvindicado.