Resenhas - Ensaio Sobre a Cegueira

Carolina.Filth 29/01/2024

É dessa massa que somos feitos, 1/2 indiferença 1/2 ruindade
| É que vocês não sabem, não o podem saber, o que é ter olhos num mundo de cegos, não sou rainha, não, sou simplesmente a que nasceu para ver o horror, vocês sentem-no, eu sinto-o e vejo-o.

| Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.

| Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem.

| O medo cega... são palavras certas, já éramos cegos no momento em que cegámos, o medo nos cegou, o medo nos fará continuar cegos.

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Uma experiência profunda, completa, mas nem um pouco prazerosa. Não tinha como esperar outros sentimentos diante de um livro feito para ser um reflexo puro da humanidade e (nem tanta) civilidade.

Uma metáfora completa e inteligente sobre o círculo de apatia e alienação que todos nós vivemos.

Eu poderia dissecar esse livros por horas em uma conversa, espero nunca esquecer ele. ??

laura g 29/01/2024

Um livro necessário
o melhor livro que já li até então.
instigante e grotesco, realismo puro.
o homem social no seu estado mais verdadeiro que é nada acima indecência.
o quão importante é ter olhos que enxergam num mundo branco e não por paz.
sem falar da escrita do saramago, que torna o livro uma experiência ainda mais completa!

Mora 29/01/2024

Agonizante
Ler esse livro foi uma experiência e tanto. A cada página, uma nova inquietação, uma nova agonia e uma nova reflexão.
Muito louco a visão do autor sobre como seria o mundo se todas as pessoas subitamente parassem de enxergar. Mais louco ainda é perceber que se o mesmo cenário acontecesse na vida real, muito provavelmente esse seria o mundo que enfeetariamos: um verdadeiro caos. Afinal, o ser humano é egoísta por natureza.
Mais uma vez reforço o quão agonizante foi essa leitura. O modo do autor escrever (sem usar travessões para marcar falas, por exemplo), me fez sentir como se eu própria estivesse cega enquanto lia. E a cada minuto que eu ia imaginando o cenário descrito a agonia só aumentava.
É um livro que vale a leitura. Proporciona várias reflexões e te deixa, muitas vezes, com o coração na mão.

thaiscarbonari 29/01/2024

Melhor que o filme
Sempre que o Saramago citava: ?a mulher do médico? eu visualizava a Julianne Moore? É uma narrativa interessantíssima, todos deveriam ler

__thaysfonseca 29/01/2024

Para refletir!
Ótimo livro, no início o modo que o autor escreve causa um certo incômodo, em alguns momentos é difícil saber se é o narrador ou personagens, sobre estes em alguns momentos nota-se que o autor está a desdenhar de características físicas de alguns. E o final é meio as pressas. Mas definitivamente cumpre a sua proposta e nos faz refletir sobre a real cegueira da sociedade.

ErreBC 28/01/2024

Uou
Da um pouco de agonia realmente, te faz ficar aflito com as coisas que acontecem, é louco pensar que tudo isso "só" pq todo mundo perdeu a visao.
Teve cenas mt boas também, que te faziam sentir o alívio das personagens.

A única coisa q eu chamaria de ruim é que as vezes o autor detalha exageradamente e acaba ficando entediante algumas coisas, e que nessa edição a letra ta minúscula.
Mas a história é boa realmente, se achar chato insista maid um pouco pq vale apena.

Lulubiis 28/01/2024

FENOMENAL E ALGO MAIS!!!!!!!!!!!!!
Eu tinha um receio absurdo de ler este livro, muito medo principalmente do idioma, mas senti que tinha chegado o time de ler aquele que deixo de aviso se tornaria um dos meus livros queridos! Recheada de expectativas eu comecei e já sabia que iria gostar, e PQP VC BARBARIZOU SARAMAGO!!!!!! O autor consegue te deixar instigada, enojada, aflita e repleta de outros sentimentos, livro muito bem construído e merecedor dos seus diversos elogios. Sinceramente, como leitora sou amante do caos, mas clamava por um alento em um livro tão duro e pesado, quando chegou mesmo em que parcelas eu não botei fé e foi surpreendente o final não ser TREVASTREVASCAOSCAOS ainda que houvesse muito caos!! Como comentei com colegas, o livro termina em um mix de alegria e melancolia. Carrega reflexões atemporais sobre a sociedade e tudo que as pessoas carregam consigo, até onde dura a nossa bondade e sobriedade nas ações? no primeiro ato nos mostraríamos monstros? o que faríamos pela nossa sobrevivência e bem estar? Enfim, em muitos momentos tentei me colocar no lugar deles, quase nada pode ser respondido sem a vivência.
A cena do abuso me partiu e enfureceu a alma, já a delas na chuva me trouxe um alento, acho que nunca vou me esquecer dela, acho que nunca vou me esquecer de "Ensaio Sobre a Cegueira". VALE DEMAIS A LEITURA.

Mari 27/01/2024

Um livro denso que instiga profundas reflexões sobre a vida em sociedade e a convivência. A narrativa é tão bem escrita e envolvente que, em alguns momentos, provoca repulsa no leitor, fazendo-o visualizar vividamente as cenas de terror descritas.

Frasson 27/01/2024

Além dos olhos
Estamos a um dia ruim de nos tornarmos o vilão. Frase que ressalta a fragilidade da natureza humana, basta um cenário ruim para acordar o pior de nós, nossa humanidade é frágil e rapidamente nos tornamos selvagens. Selvageria essa retratada ao longo das páginas do livro. Achei custoso de ler por conta dos paragrafos extensos, o que não deixou a leitura menos agradável. Termino com a reflexão de que realmente parece que precisamos parar de enxergar, tirar toda essa distração e excesso de informação para que possamos finalmente ver?

jennibel 26/01/2024

9\10
Muito difícil de ler... José Saramago é doido, não coloca travessão em nenhuma fala, mas o ser humano que escreve bem. De mundo distópico com crítica a sociedade, foi oque mais gostei de ler até o momento. Te faz refletir, e faz uma analogia a cegueira humana, de formas tão distintas e de tantas formas que chega a ser lindo. Adorei ler, mesmo sofrendo, sofri, mas não tem como não gostar.

carol 26/01/2024

Por mais que eu já tivesse ouvido falar sobre esse livro, não imaginava o seu verdadeiro peso. Samargo me fez questionar diversas vezes se realmente uma cegueira branca poderia ser um distopia, teve momentos que minha vista chegou ao tremor me fazendo acreditar que em algum momento até eu, leitora, poderia cegar.
Livro pesado, com uma linguagem forte que faz com que você queria devorar até o final ao mesmo tempo que sobe uma angustia para uma pausa, ou até um abandono. Me trouxe boas reflexões e com certeza me fez ter uma nova perspectiva entre o enxergar&ver.
Com certeza vou demorar um pouco para digerir tudo o que foi lido (e ensinado), é uma leitura que não acaba na ultima pagina, talvez podendo classificar até como um ensinamento de vida. Espero carregar conscientemente e inconscientemente tudo o que foi absorvido. Ansiosa para ler outros do Saramago.

Sha 26/01/2024

??????
Esse merece mais do que 5 estrelas!

Sinopse: Pouco a pouco os habitantes de uma cidade vão ficando cegos. Quando se dão conta de que uma epidemia de cegueira alastra-se sobre a cidade, já são muitas as pessoas afetadas.

Eu estava com "medo" de ler um livro do Saramago e não compreender totalmente, porém eu achei a escrita muito fluida e de fácil compreensão. Eu li a última edição da Companhia das Letras e eles mantêm a regra ortográfica de 1990, mas ainda assim é super tranquilo.

A história me tocou muito e me fez sentir muitas coisas. Não vou falar muito porque tenho medo de dar spoiler rs!
Mas é incrível, leiam!

@pedro.h1709 25/01/2024

Ensaio sobre a cegueira
Faz muito tempo que eu tinha interesse em ler o livro "Ensaio Sobre a Cegueira", com este título tão curioso e sobre o qual havia escutado falar muito bem sobre a ideia principal do livro.

Este livro me tocou bastante e me causou certas impressões um tanto assustadoras... Primeiro, que fiquei tão envolvido no livro, que diversas vezes me peguei questionando-me como alguma pessoa que era conhecida a mim poderia realizar uma atividade qualquer sendo cega, e então, me dava conta de que não, esta pessoa não é cega. Segundo, certo dia ao ler o livre fui tomado por um ofuscamento da vista que me parecia estar vivenciando a perda da visão; a vista se fechava em um cone concentrado em palavra por palavra disposta nas páginas. Terceiro, o retrato de cada situação descrita causava uma intensa angústia sobre as fragilidades humanas se nos faltas um sentido que seja.

A história parte de um caso isolado de cegueira incomum, então é ampliado para uma construção que servira de ala psiquiátrica no qual foram colocados de quarentena os demais casos... e acreditei que o livro chegaria ao seu fim nesse contexto; um descaso com o ser humano que me fez recordar a reforma psiquiátrica, e sobre como as pessoas eram abandonadas em manicômios totalmente sem dignidade, em condições sub-humanas de existência e ainda sujeitos a castigos até pouco tempo no Brasil. O que parecia já ser catastrófico toma proporções maiores ao se descobrir que toda a cidade sofre do mal-branco, como chamavam este caso de cegueira, e aparentemente, todos os países. Mais uma vez acreditei que seria então o fechamento da história, já sem esperanças de que a situação pudesse melhorar ou piorar, e então, no final, mais uma surpresa.

Algo interessante que notei nessa leitura é que nenhuma personagem recebe um nome, sendo identificados por uma relação conjugal, por um aspecto físico ou algum acessório. Parece que o autor buscava tratar a história com certos arquétipos de existências, certamente carregada de alguns estereótipos comuns ao seu tempo, mas que ainda continuam a existir no dia de hoje. Caso ocorresse tal situação a toda a humanidade em contextos reais, não seria de se surpreender que o autor tivera feito sua profecia com alto grau de confiabilidade.

O livro é um tanto extenso, mas não é difícil de se ler, enquanto a história é bastante envolvente. Certamente é um clássico da literatura.

Choquei.amo-te 25/01/2024

Uma trágica porém necessária leitura a respeito do nosso mundo contemporâneo, Saramago tece uma critíca esmagadora sobre a moral humana, tudo isso com sua característica e boa escrita

Ramon 25/01/2024

Inferno.
Um retrato do que a humanidade pode se tornar quando um dos sentidos lhe é retirado. Os indivíduos, a sociedade, o governo, tudo no meio do inferno criado potencializa mais um inferno dentro dessa condição infernal generalizada, uns "se aproveitando do mal dos outros". É um ótimo livro, não esperava não ser traduzido do português de Portugal e nem o texto ser corrido com parágrafos longos e diálogos sem aspas ou travessões, mas sempre que abria o livro eu continuava querendo saber mais do que aconteceria dali a diante, essas questões se tornavam portanto mínimas perto da grandiosidade da história.