yasneryst 30/06/2021
Não é péssimo, mas esta longe de ser bom
O livro so começa na metade, antes disso ele só tempera ranço que você vai acumulando os personagens. Isso é, quando você se lembra deles, porque são muitos, mas a maioria esta ali pra ser pano de fundo e escusas para uma minoria se destacar (e ouso dizer, na maioria das vezes, não de uma maneira positiva).
As mulheres são insuportáveis e parecem presas em esteriótipos de rivalidade femininas e amizades falsas, os homens são trogloditas exceto por Doug, e ah! como falar de Doug, esse personagens morno que sofre de um extenso complexo de Edward Cullen (por favor, não se aproximem, fiz coisas horríveis no passado, não sou digno da companhia de ninguém, fiz mal a pessoas), sofri lesões graves na vista pela quantidade de vezes que revirei os olhos, então, sim, Doug, você fez mal a pessoas, pague meu oculista!
Existem repetições demais no livro, não sei se foram intencionais, mas me irritaram profundamente! Eu entendi da primeira vez que nem mesmo a Land Rover com rodas para neve conseguiria sair daquele lugar se nevasse demais, não precisava mesmo me dizer outras 80 vezes.
A narrativa é abordada de diversos pontos de vista, mas por causa da repetição e talvez um pouco da própria escrita parece que só tem uma pessoa ali falando com você.
Um ponto que até mesmo destaquei para evidenciar esse defeito foi que com a diferença de um capítulo dois personagens diferentes descreveram em diálogo interno que o perfume de outra tinha cheio ?defumado? e reservam um parágrafo cada para essa descrição.
Defumado não é uma palavra muito comum para descrever aroma de perfume, coincidência demais para mim.
Quebra da 4ª parede em livro só Machado tem licença pra fazer, na minha humilde opinião, nada mais broxante que ver os personagens tentando conversar comigo do absolutamente nada! E sempre para fazerem constatações fúteis e irrelevantes para o andamento da história. Destruiu minha imersão na obra!
(A partir daqui cuidado se você for muito sensível a spoilers - eu não acho que são, mas dependendo do seu grau de vontade de se jogar na livro ?no escuro? eu alerto que você pode ver o que vem a seguir como sendo spoiler)
O mistério fica sendo cozinhado em fogo baixo, bem baixo, tão baixo que em determinado ponto eu desejei que o corpo encontrado no início fosse na verdade só um de todos os outros que seriam encontrados mais adiante, eu queria que todos os personagens tivessem morrido.
Os islandeses foram um plot jogado no lixo no saquinho mais podre que havia, se não tivessem nem sido escritos não faria absolutamente nenhuma diferença, porque nem sequer houve a dignidade de dar a eles uma participação relevante o bastante para acrescenta-los ao rol de suspeitos, e o desfecho deles (na verdade o núcleo todo que os acompanha, é bem uma encheção de linguiça pra preencher páginas).
O final é super corrido, da a sensação de que talvez tenha sido pensado de última hora pra não ser nenhum dos outros personagens que foram melhor abordados no livro.
A escolha de deixar um final aberto para alguns personagens foi um pouco preguiçoso, ao meu ver.
Resumido: falta profundidade pra causar frio na barriga, falta contexto para dar ao leitor um rol digno de testemunhas, falta diálogos a respeito do mistério em si para alimentar o suspense.
Enfim, faltou muito pra ser bom.