Tamy 06/02/2011Essa era uma viagem que tinha tudo para dar certo: Holly e Mark decidem fugir para se casar numa villa do interior da Itália, tentando evitar o stress causado pela diferença de religião entre suas famílias. Para acompanhá-los como madrinha, dama de honra e melhor amiga da noiva, a cartunista Jane Harris, uma mulher divertida e engraçada que mal pode esperar pela sua primeira viagem ao exterior. Mas é claro que Mark também convidou o seu melhor amigo, o jornalista internacional Cal Langdon, que passou os últimos anos em campos de guerra, plataformas de petróleo e outros lugares inóspitos.
Já no aeroporto, Jane e Cal sofrem de total ódio à primeira vista, e qualquer tentativa de aproximá-los parece ser totalmente inútil: enquanto Jane acha o jornalista um chato terrível, um cínico que não acredita em amor e nem ao menos conhece o personagem de quadrinhos criado por ela, a impressão que Cal tem da cartunista é a de uma mulher ligeiramente maluca para quem o fato mais impressionante a respeito do Coliseu é que Britney Spears gravou um comercial lá. Mas o que ninguém esperava era que somente esses dois pudessem salvar o casamento de seus melhores amigos. E, nessa inesperada união entre opostos, Cal e Jane acabam por descobrir que, mesmo que não pareça, existe algo que todo garoto tem... Eles precisam abandonar os problemas que têm um com o outro para ajudar os amigos a realizar o sonho do sagrado matrimônio. Será que Cal e Jane conseguirão deixar as diferenças de lado?
Falar que a diva-literária Meg Cabot (Ou deveria dizer Meggin Patricia Cabot / Patricia Cabot / Jenny Caroll?) conseguiu, mais uma vez, me conquistar com seu livro, é uma tremenda redundância! Ainda que ela tenha me decepcionado em um ou dois livros, essa autora de mais de 60 livros, dentre eles Best-sellers mundialmente famosos, como a série O diário da Princesa, A mediadora entre outros, conseguiu, sim, me fazer virar a noite lendo! Bom, isso tudo já não é novidade para a maioria dos leitores de seus livros mas hoje, venho falar sobre mais um livro encantador dessa fã de Jane Austen e Clarice Lispector: Todo Garoto Tem.
Ainda me pergunto: o que diabos todo garoto tem? Para mim, essa pergunta não ficou respondida, mas certamente alguma coisa tem! O livro, por outro lado, tem personagens engraçadíssimos, atenciosos e bem construídos. Você pode achar bem previsível, dizer que essa história – essa de homem e mulher que se odeiam de cara e descobrem que se estão apaixonados - está bem batida, ou que escrever livros em diários já é coisa do passado; não vou dizer que está errado, mas presta bem atenção, estamos falando de Meg Cabot! Você pode ler mil livros parecidos, mas o dela vai ser aquele que te prende até ter terminado, que narra de uma forma que só ela consegue e tudo mais. Puxações de saco à parte – não, eu não estou ganhando um cachê por isso -, vamos ao que interessa!
Esse é o terceiro livro da Trilogia Boy, mas isso não quer dizer que você, necessariamente, precisa ler os anteriores. Todos eles podem ser vistos como livros autônomos que tratam de um casal central, cada qual com suas histórias, mas todos seguindo um padrão: a história é contada pelo ponto de vista de um ou mais personagens, em primeira pessoa! São diários, e-mails, mensagens de texto... Enfim! É isso que torna a série peculiar!
Nesse livro em especial, temos o Diário de Casamento de Holly e Mark, escrito por Jane Harris como um presente de casamento para os noivos, que já em seu primeiro dia, antes mesmo que a viagem efetivamente comece, se torna o Diário de viagem de Jane Harris. Afinal, ela não podia presentear os noivos com um diário em que ela conta, já nos poucos minutos, como o cara da loja de conveniência do aeroporto é um grosso, que fala gritando no celular, e um maníaco com seu Blackberry... Só tem um detalhe: esse cara passa a ter muito outro adjetivos, a maioria ruins, depois, só porque ele é o tal Cal, amigo de Mark. Além do diário, temos o Palmtop do Sr. Anexo Grande, e as mensagens de e-mail trocadas entre os quatro por seus Blackberrys, os e-mails de fofoca enviados por Peter, um megafãobcecado pelo Wondercat, e e-mails dos familiares dos protagonistas, só pra encher o saco e deixar a confusão toda ainda mais engraçada!
Jane às vezes me irrita com seu mimimi-como ele é grosso, mimimi-que sem coração, e assim por diante, mas isso só prova que ela está prestando atenção demais à ele, e faz você ficar todo "Ohnn, isso vai dar namoro", sabe? Cal, por outro lado, é muito mais a minha cara, com essa coisa toda de ser sem coração e não acreditar muito no amor. Pois é, eu sei que pode ser um absurdo para muitos, mas eu sou mais da primeira teoria dele: o amor é apenas uma série de reações hormonais que podem passar com o tempo! Aliás, o final foi tão olha, o Cal também tem sentimentos que, não fossem as piadinhas da Jane, me faria olhá-lo meio atravessado, juro. Nada que eu não tenha superado, claro! Os personagens e a narrativa compensam, principalmente se você é daqueles que se prende à uma narrativa ruim com personagens bons e foge de personagens ruins em boas narrativas! Aqui temos os dois pontos positivos, mesmo que a história seja facilmente identificável.
É um livro leve, rápido, e bem engraçado! Dei boas risadas em casa sozinha, me sentindo uma louca! Só que é aquela historinha de sempre: por melhor que seja a Meg, você sempre acha coisas em comum nos livros dela se, como eu, você leu/quer ler quase todos. Valeu muito a pena pra mim, que já estava com saudades de seu estilo, e de ter uma nova book crush pra alegrar minha madrugada! Melhor que Pegando Fogo!, Cabeça de Vento e cia. E se não leu Garoto encontra Garota e O garoto da Casa ao Lado, está esperando o quê? Os livros não vão cair do céu e quero que você fique tão falido quanto eu, acha que vou à bancarrota sozinha é? Nem pensar!