spoiler visualizarGiovana.Dias 21/04/2020
Que decepção
Esse livro tem o propósito de finalizar a jornada da Mia Corvere e depois de dois primeiros livros fantásticos minhas expectativas para o último estavam altíssimas (o que só gerou uma decepção ainda maior). O livro começa em um ritmo interessante (mas nem perto do jeito instigante que inicia os outros dois) e conhecemos um personagem maravilhoso e original, o Cal Corleone, que é uma das poucas razões para esse livro não ter sido 2 estrelas.
Os problemas do livro realmente começam a partir do momento em que eles entram no barco, uma viagem que pareceu durar anos, e praticamente não acrescentou nada interessante a trama. Por mais de parecer séculos, a viagem não dura nem perto do tempo suficiente para a aproximação que acontece entre o Jonnen e a Mia, ainda mais considerando várias atitudes que ela tem quanto ao irmão (que até são compreensíveis) mas, mesmo depois desse tratamento e de ela ter "matado" o pai deles e continuar afirmando que vai matar Scaeva, quando a Mia simplesmente fica com ele na tempestade tudo parece ficar resolvido.
Quando ele chegam em Amai e as lâminas da Igreja atacam e matam dois dos gladiatti a briga que a Mia tem com o Sr. Simpático é ridícula e sinceramente achei um tanto quanto nada a vê ele ir até a Cleo lá na pqp depois disso, ficou óbvio que foi para tentar gerar um plot twist ("ele teria traído a Mia meu deus, mas não, uau, ele estava ali para ajuda-la a derrotar Cleo") que não funcionou. Pelo menos, nessa região acontece o que foi, na minha opinião, a melhor cena do livro: quando a Mia corta a cabeça de Einar Valdyr. Nessa parte me lembrei do quanto eu gostava da personagem e das viradas sensacionais do autor.
Quando eles finalmente chegam em Ashkah, achei interessante as cenas que foram escritas pelo Aelius para enganar o Ministério e o que isso desencadeou, mas não entendi muito bem o porquê de ele entregar a ajuda que Adonai e Marielle estavam dando a Mia, afinal os dois não tinham feito nada ainda que os entregasse completamente, dava facilmente para ter culpado ele mesmo e Mercurio apenas.
Achei a entrada na montanha e a luta em si meio fácil, tirando a parte em que a Eclipse morre e o Scaeva leva o Jonnen, nem parecia que eles lutaram contra os mais temíveis assassinos da República.
A cena do Tric perdoando a Ashllin achei ridícula e a morte dela foi tão mais ou menos. Além, de que mostrou um certo padrão na história: quase toda vez que um personagem importante ia morrer ele ganhava um capítulo meio que pelo seu ponto de vista, aconteceu com ela, com Bryn e Ondas, com Tric e com Aelius.
Outra coisa que foi repetida muitas vezes e ficou irritante foi os amigos da Mia falando pra ela que se importavam com ela e que iriam com ela pra tal lugar. Aconteceu em Alvatore, no barco, em Amai e na montanha (isso que eu lembre).
A possibilidade dos personagens voltarem a vida tornou tudo menos sério no livro, tanto que quando a Ash volta a única reação que eu exprimi foi tipo: hm legal, quem é o próximo?
O triângulo amoroso ficou muito ruim e eu não conseguia engolir a Ashllin com a Mia. Vai contra tudo que a personagem da Mia acredita. A história começa e inclusive termina com toda a questão da vingança da personagem, tudo que ela faz é para alcançar a vingança e até mesmo o "mantra" da série ("Nunca trema/ nunca tema/ e nunca, jamais, esqueça") deixam claro que a Mia é uma personagem que não aceita que mexam com quem ela ama. Mas tudo isso pra quê? Para ela terminar com a garota que matou o primeiro amor dela?
Sem falar do final nada justo que o Tric levou. Ele volta a vida pela Mia, fala toda as coisas bonitas pra ela, luta ao lado dela, ai morre de novo e a Mia em nenhum momento se importa,o autor simplesmente esqueceu que talvez,só talvez, fosse relevante ela pelo menos se importar pelo fato de ele ter sumido. O autor trouxe o personagem de volta a vida para cumprir tarefas que outros personagens poderiam ter desempenhado, enfia ele em várias cenas toscas, pra então matar ele e ninguém na história realmente se importar, tipo??????
A briga final com o Scaeva me pareceu um pouco como um final de desenho animado sessão da tarde, não que eu não goste disso, mas não achei que foi condizente com um final de uma série de fantasia adulta.
E uma das únicas certezas que se tinha desde o começo da série e que eu esperava chorar ou ficar com raiva (algo que me emocionasse de alguma forma) era a morte da Mia, nem isso aconteceu.
Além de tudo isso, eu fiquei com 3 dúvidas ao terminar o livro (pode ser que eu que não tenha entendido só, ok? se for isso alguém me explica). 1- Durante a triologia em geral a gente tem a ideia de que é a Deusa que conserva/envia as pessoas que morreram e depois voltaram a vida. Inclusive isso é insinuado pelo Tric em algumas falas, mas depois ele fala que voltou só pela Mia e ensina a Ashllin a voltar. Então, foi a Deusa que queria que ele voltasse ou ele que decidiu isso e a Deusa só mostrou como? Se tem um caminho que pode ser ensinado, então qualquer um pode passar pelo jeito, e ai tudo que foi dito antes sobre a Deusa conservar só o necessário é bobeira? Tipo ela não decide nada só pode mostrar o caminho? E já que tem um "caminho", e não é bem a Deusa que manda na parada, por que não se pode voltar duas vezes?
2- o Sr. Simpático fala pro Mercurio no final que o Jonnen tem que ficar, mas não entendi pra quê se tudo que ele faz é ir embora depois.
3- a Mia vai até a pqp atrás da Coroa da Lua pra achar a Cleo e pegar o poder necessário para vencer Scaeva. Mas, se Todos são um, por que o Jonnen não morre ali junto? E não tinha mais nenhum sombrio, então? Ou tinha, mas precisava só de uma determinada quantidade de partes do Deus pra dar certo?
Em geral o livro foi uma grande decepção, e foi 3 estrelas por ter algumas cenas bem boas, por ter acrescentado alguns personagens interessante e porque eu amei muito os dois primeiros livros.