Morte e vida severina

Morte e vida severina João Cabral de Melo Neto




Resenhas - Morte e Vida Severina


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Stella.Castilhos 16/01/2023

Só leia.
É isso. Leia. Você pode achar chato no início, porque é tudo rimado, mas você vai terminar a leitura com um triplex alugado na cabeça. Faz você pensar em muitas coisas. Faz sentido ser um clássico.
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ViniBarcellos 15/01/2023

Metáforas lindas que destroem o leitor
15.12 - 05.01
??| Morte e Vida Severina - João Cabral de Melo Neto
? 38/38
? nota: 5/5 ?????

- Não é à toa que esta obra é um marco na literatura brasileira - do Modernismo de Terceira Fase. João Cabral de Melo Neto conta a história do sertanejo Severino em versos e nota-se o esmero intrínseco ao trabalho desse autor na escolha lexical e no posicionamento dos termos. Tal fato resulta em palavras que ao mesmo tempo rimam e fazem referência ao passado histórico e aos problemas sociais do Nordeste, além de resultar na construção de lindas metáforas que possuem uma beleza e uma força de destruição, impactando a leitura.

- É forte como Severino apresenta-se ao leitor e não consegue individualizar-se/ apresentar-se como um ser único, de características únicas e de história única, já que muito de sua vida confunde-se com a de outros sertanejos. Estes, por fatores socioeconômicos, tentam ou tentaram a vida de retirante para sobreviver não só à brutalidade da seca, mas também à CERCA, ou seja, controle dos latifúndios pelos grandes coronéis

- Diria que os dois coveiros que vivem na Zona da Mata são essenciais para a história e para indiretamente trazer fatos para os leitores: a de que muitos retirantes apenas vão em direção à Morte que os espera nesses locais que "prometem" melhores condições de vida e a de que nem após a morte as desigualdades sociais deixarão de ser uma constante na vida desses vulneráveis.

- Mas também há algo de sublime que insinua-se na narrativa gradativamente: apesar da morte, a vida é teimosa e continua lutando pela sobrevivência. Aqui já há referências ou alusões ao nascimento de Jesus, algo simbólico que deixa o leitor entrever muito sofrimento no futuro, mas também esperança e desejo de mudança.

- É um livro curto, mas também impactante. Recomendo a leitura desse clássico moderno.
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legarcia 11/01/2023

Dura vida de retirante
João Cabral de Melo Neto costumava dizer que ?Morte e Vida Severina? não o satisfazia, que não entendia o grande sucesso da obra perante a outras produzidas por ele que julgava serem superiores. De certa forma, compreendo-o, mas, por esse livro ter sido meu primeiro contat?o com a produção de João Cabral, essa constatação me fez ficar um tempo contemplando as possibilidades das outras obras desse autor.

A questão é que escrever uma poesia boa é difícil, e faze-la com a maestria demonstrada por João Cabral nessa obra é extraordinário. Nos versos estão condensada uma história cheia de significados que, por meio da arte, potencializa-se e causa em nós um efeito dilacerante.

?Morte e vida severina? é definida em seu subtítulo como um auto, e para mim isso é incrível, uma vez que pode-se traçar uma relação entre o livro e os autos religiosos, dando uma possibilidade interpretativa muito interessante. Um dos pilares do cristianismo é a questão da peregrinação, o povo de Deus está sempre em uma caminhada para a cidade prometida, para o Reino dos Céus. A retirância de Severino, porém, distingue-se da cristã, pois diferente destes que andam em busca da elevação espiritual, Severino caminha pela sobrevivência.

É interessante perceber a tentativa do autor de distanciamento do poema, é como se João Cabral quisesse que os personagens expressassem a vida desse povo que não é ouvido e representado na sociedade, desse povo que sofre pela dureza imposta.

Severino aqui representa todos os retirantes, como uma metonímia. A voz dele é ecoada e amplificada em vários indivíduos. Quanto mais Severino fala dele, mais ele perde a individualidade para representar tantas e tantas pessoas. E esse efeito de reverberações de histórias reais é uma constatação dolorosa. Perceber que a vida e as dores de Severino são compartilhadas por milhares de pessoas causa náuseas.

Alguns dos poemas que li nessa obra marcara-me para sempre. A secura e a dureza dos versos são dolorosamente sentindos porque sabemos que são reais, que representam situações e realidades que acontecem hoje e agora.

Na retirância, sempre existe a esperança. E como em ?os sertões?, fortes são os que tentam, os que resistem e lutam. Porém, ao narrar a chegada de Severino a seu destino, ficamos diante da seguinte questão: diante dessas condições, vale a pena continuar vivendo? O que podemos ter ou fazer que valha a pena todo esse sofrimento? Ao mesmo tempo que reflito sobre a vida e creio que ela vale a pena ser vivida, esse exercício de colocar-se nessa situação, com as perspectivas e expectativas dessas pessoas e tentarmos entender esse dilema que infelizmente faz parte de muitas realidades.

A leitura, então, desse livro colocou-me diante de cenas e questões que nunca irei esquecer. Recomendo fortemente! Ainda quero conhecer outras obras desse que demonstrou ser um excelente autor e um dos grandes nomes da literatura brasileira!
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Rafaela.Rezzadori 11/01/2023

Mais um clássico!
A forma segue sendo uma dificuldade para mim. Poesia sempre flui menos. Ainda assim, é uma emocionante jornada, de um retirante nordestino em contínua luta pela vida.
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Ratinha de Biblioteca 07/01/2023

Para ler no Natal
Não sou muito de ler poesia, mas este poema de João Cabral de Melo Neto é uma narrativa em verso, de forma muito poética e emocionante.
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Giovanna.Pegoraro 07/01/2023

Elite
Isso aqui é elite. Parabéns para o autor João Cabral de Melo Neto, nosso porta engenheiro por essa obra de arte em forma de rimas e palavras entrelaçadas.
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david andriotto 03/01/2023

???
da série "livros obrigatórios que esperei maior maturidade para ler e, assim, compreender". creio ser necessário mais uma ou duas outras leituras para captar por completo a essência ali contida, mas foi uma adorável primeira experiência.

ter noção de que a travessia desses retirantes apenas os leva a morte, uma morte severina, faz com que a leitura seja mais emotiva e dolorosa. é natural ao coveiro questionar o motivo dos sertanejos migrarem ao litoral para, no fim, viver na lama e serem enterrados em terra seca.

gosto muito do final, quando todos se unem para presentear o mini querido que nasce. cada um tenta entregar um presente, o que suas vidas severinas podem angariar. a vida, mesmo miserável, deve ser celebrada:

"[...]
Minha pobreza tal é
que não tenho presente melhor:
trago papel de jornal
para lhe servir de cobertor;
cobrindo-se assim de letras
vai um dia ser doutor."

obrigado, joão cabral de melo neto.
PAULINHO VELOSO 03/01/2023minha estante
Deve ser uma boa experiência entender João Cabral...


Pietra 04/01/2023minha estante
mini querido!!!




Bruna.Cristina 01/01/2023

Retirante
Este narra aspectos da maioria do retirantes nordestino que fogem da seca. Os mesmos procuram lugares melhores para sua sobrevivência.
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Laura 29/12/2022

Um clássico
Morte e vida severina é o melhor poema da coletânea, sem dúvidas.
É representativo, reflexivo e comovente.
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Beatriz 27/12/2022

Poemas maravilhosos
Não há como ser diferente, mas morte e vida severina é o melhor poema da coletânea.
Porém, todos os poemas são lindo. Falam sobre o Brasil e trazem aquela sensação de beleza em contrate com a desigualdade.
A sensibilidade é a principal característica desses poemas.
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The Alchemist 22/12/2022

Uma fascinante leitura da vida sertaneja, em um misto de ritualismo e sobriedade estética.
A crônica te conduz, te apresentando os seus personagens e cenários desolados.
Um mundo cruel e desigual, perfeitamente relacionável.
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Aline 21/12/2022

Surpreendente
Nossa eu amei Morte e Vida Severina. Muito bem escrito, bem pensado e tudo de maneira simples. Incrível como a sociedade é representada de maneira fiel e mostra a dificuldade da sobrevivência de maneira impecável.
Os outros poemas também são muito bons, mas Morte e Vida Severina e um quê a mais
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flaviabit 21/12/2022

Penso que são "poemas em voz alta" porque o ritmo e as rimas das estrofes são quase musicais, e contam histórias que dão voz a vidas nordestinas e retirantes negligenciadas pela sociedade
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Leandro.Bonizi 19/12/2022

O livro possui quatro cantos para vozes, segue a ideia de cada um e citações:

1. O Rio

O poeta canta a natureza como se tivesse uma intimidade com ela. Ele e personifica. Parece que ele sabe o nome de todos os rios do Sertão. Não só dos rios, mas da região, das igrejas, etc. Trata da seca. Fala da vida difícil que os que moram lá sofrem. Parece que ele faz uma jornada pelo Sertão, boa parte navegando pelos rios, e o vai descrevendo e nomeando tudo que vê. Fala muito de uma usina trouxe muitos males à região e às pessoas, é uma grande inimiga do Sertão. Fala dos canaviais e as péssimas condições de trabalho lá. Fala dos desastres naturais que atingem a região.

"A terra vou deixando
de minha infância primeira"

"A mesma dor calada,
o mesmo soluço seco,
mesma morte de coisa
que não apodrece mas seca"

27. Morte e Vida Severina

Também fala das difiçulddes do Sertão. Como era de se esperar, fala da morte, e percebe-se que a expectativa de vida era baixa na região. Há muitos diálogos envolvendo coveiros. Os diálogos possuem ritmo.

"— E belo porque com o novo
todo o velho contagia"

61. Dois Parlamentos

Um diálogo sobre os mortos no cemitério, depois a reflexão sobre vida de cossacos.

"— Se não são da mesma mãe,
irmãos da mesma morte."

81

Reflexão sobre o ato de dormir e algumas associações com a morte, muitas entre diálogos de detentos. Um deles condenado à morte, e o enredo gira em torno dele. Há diálogos longos que seguem a mesma rima neles inteiros.

"O mundo tem alma autônoma,
é de alma inquieta e explosiva"
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