O Morro dos Ventos Uivantes

O Morro dos Ventos Uivantes Emily Brontë




Resenhas - O Morro Dos Ventos Uivantes


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Vanessa.Tosta 24/04/2021

Ler "O Morro dos Ventos Uivantes" foi muito desconfortável e se tornou uma leitura maçante, a qual eu ansiava pelo fim. Os personagens são extremamente tóxicos, vingativos, levam uma vida triste e cheia de rancor. Fiquei muito decepcionada com a forma como a história se desenvolveu.
Thati 24/04/2021minha estante
nunca consegui terminar esse livro, já tentei umas três vezes kkkj


yasminmoony 24/04/2021minha estante
Parei na metade e nunca mais peguei no livro


Sofia.Queiroz 24/04/2021minha estante
eu odeio esse livro com todas as minhas forças


rafel 24/04/2021minha estante
esse livro é bem 8 e 80. ou você ama ou você odeia. bom ele é meu favorito justamente por não ser um romance felizes para sempre, mas sim uma coisa bastante trágica que não era comum ser escrito


Rafael.Andre 24/04/2021minha estante
Mas já ouvi tantos bons comentários que me interessei. Mas pelo visto, não é tão bom assim né.


laurasilvat_ 26/04/2021minha estante
Não consegui gostar desse livro. Só continuei lendo porque imaginava que no final a história ficaria melhor... li com muita expectativa e tive uma baita decepção.




Aninha 17/10/2020

Até onde conseguimos usar o amor para justificar o ódio?
A história de amor e ódio entre as famílias Earnshaw e Linton são contadas de forma crua, humana e sem muita romantização com excelência, e apesar disso ser um incomodo para muitos leitores, eu amo o realismo da autora, como ela mostra o lado obscuro do ser humano de forma verdadeira. Emily Brontë realmente deixou sua marca, com sua narrativa cheia de originalidade e pontos de vista marcantes.
Vemos também na história a religião opressora, o preconceito e o machismo da época.

Os personagens são complexos, com personalidades fortes e marcantes, com atos que me fizeram odia-los sim, muitas vezes, mas é interessante conhece-los, são personagens únicos e cativantes assim como toda a história.

A história termina com pontas soltas, como: De onde Heatchcliff veio?
Mas nada que tenha atrapalhado a minha leitura e a conclusão do livro (em minha opinião).
A narrativa feita pela empregada e o inquilino sobre as duas famílias me incomodaram, mas entendo que o ponto de vista deles foi mais imparcial e completo, do que teria sido pelo ponto de vista dos protagonistas.
É um livro que favoritei, e sem dúvidas vou reler bastante. Grande obra.
Lucas 28/12/2020minha estante
Obrigado, me fez quebrar meu preconceito e decidir dar uma chance pra esse livro ?


Aninha 29/12/2020minha estante
Fico feliz por isso!!




Ana Júlia 26/07/2020

Totalmente diferente do que imaginei
Não procurei spoiler, nem opiniões antes de começar a leitura. Fiz por minha conta e risco. Bem, fui totalmente supreendida. Esperava um romance que deixasse o coração aquecido. Dei de cara com um romance trágico, profundo, reflexivo. Não posso ousar dizer que odiei a leitura, estaria sendo bastante injusta. É um livro forte! E não, não é sobre amor!
Duda 26/07/2020minha estante
Começo a ler hoje. Estou apreensiva.


Lala 26/07/2020minha estante
Comecei a ler ontem e já tô intrigadíssima!


Duda 26/07/2020minha estante
Uau! ?


Ana Júlia 26/07/2020minha estante
Estejam preparadas, meninas kkkkk haja coração


R. K. 26/07/2020minha estante
Não, não é. É sobre existir.


Ana Júlia 26/07/2020minha estante
as vias tortuosas do existir




Amanda3913 28/03/2020

Uma história cativante... de pessoas terríveis.
Um retrato dolorido do que o ódio e a vingança podem gerar quando levados às últimas consequências. Não consegui largar o livro e não sentir a indignação que emana da trama. Impossível ficar insensível perante a obra e os personagens criados por Emily Brontë.
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Marcelle 04/01/2022

Clássico perfeito
Eu amo essa história e já a reli algumas vezes durante a vida. A louca história de Catherine e Heathcliff. Amor, obsessão, loucura, inveja, raiva, soberba. Um livro repleto de sentimentos que mostra a realidade dos sentimentos humanos. O quanto eles podem ser bons, mas tb horríveis?
sami 04/01/2022minha estante
esse livro é simplesmente perfeito


Moon 04/01/2022minha estante
O maior sabe




Marii 03/05/2023

Catherine e Heathcliff desenvolvem laços desde a infância, que vão perdurar até o fim de suas vidas (e até mesmo depois). No entanto, essa história de amor não envolve paixão desenfreada, felicidade ou bondade: a relação de ambos é muito mais ?vampiresca? do que romântica.
Eu e a Vida dos Livros 03/05/2023minha estante
Aí não tenho coragem de ler esse




Benício 01/12/2020

Livro digno de aplausos, tem uma história envolvente, cativante e apenas flui. Todos os personagens são de sua maneira vingativos e egoístas.
Jane 01/12/2020minha estante
Prefeito! Embora angustiante


Benício 01/12/2020minha estante
Concordo.




spoiler visualizar
Beca 07/05/2021minha estante
Passei tanto ódio lendo esse livro




Ju.grace 20/10/2020

O Morro dos Ventos Uivantes
Achei um livro difícil no início, mas o decorrer da história ganhou meu coração. Surpreendente!
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Mariana 28/07/2021

Melhor do que o esperado
O enredo me envolveu totalmente na leitura, me surpreendendo a cada instante com os personagens complexos e com tamanha crueldade de alguns. A leitura fluiu muito bem, me deixando sempre ansiosa para o próximo capítulo.
Mel 28/07/2021minha estante
Adoro


Stelinha5 28/07/2021minha estante
Amo


kiwtty_z 28/07/2021minha estante
meu favorito ?




Letícia 23/12/2013

Flexibilidade moral
Wuthering Heights, ou como foi traduzido no Brasil, O morro dos Ventos Uivantes, é o único romance escrito por Emily Brontë. Com uma prosa sarcástica e repleta de diálogos – digamos -, pouco adequados para uma moça solteira e luterana do século XIX, ela nos leva para um lugar isolado do resto do mundo; rústico, original e fustigado pelo vento. O poeta Dante Gabriel Rossetti afirmou que a ação se passa no inferno, só que os lugares e as pessoas têm nomes ingleses. A definição faz justiça. Charlotte Brontë, numa tentativa de explicar aos leitores da época toda a estranheza e originalidade do gênio da irmã, escreveu:

"Para todas essas pessoas, O Wuthering Heights deve parecer um livro rude e esquisito. As bravias charnecas do norte da Inglaterra não podem ter, para elas, qualquer interesse; a linguagem, as maneiras, as próprias moradas e os usos domésticos dos poucos habitantes dessas regiões devem ser, para tais leitores, em grande parte ininteligíveis e — quando inteligíveis — repulsivos. Homens e mulheres que, talvez por natureza muito calmos, com sentimentos moderados e pouco marcados, tenham sido desde o berço ensinados a observar a mais completa temperança de maneiras e o mais perfeito policiamento de linguagem sem dúvida não saberão como encarar o linguajar forte, as paixões brutalmente manifestadas, as aversões não contidas e as obstinadas parcialidades dos camponeses iletrados e dos fidalgos não refinados que vivem nessa região, e que se criaram sem outros ensinamentos e outras contenções que os de mentores tão rudes quanto eles próprios."

Considerado hoje uma obra prima da literatura inglesa, foi publicado pela primeira vez em 1847 sob o pseudônimo masculino de Ellis Bell, e provocou reações controversas com sua narrativa crua e minuciosa dos mais diversos tipos de violência mental e física. Criança, mulher, cachorro: apanha todo mundo. E quem não apanha é mandado pro inferno. Aliás, acho que não tem uma página sem que o diabo não seja invocado ao menos uma vez. Talvez O Morro dos Ventos Uivantes seja meu livro favorito. Apesar de ver inúmeras críticas a respeito da morbidade da história, o livro me faz bastante feliz. Um exemplar dele está sempre na cabeceira da minha cama, e diria que ele me traz até uma certa paz de espírito. É minha bíblia (eufemismo para obsessão). Admito que parece contraditório dizer isso, já que não sou nenhuma psicopata. Mas por trás de todo o turbilhão de angústias, vingança, egoísmo, praga e maldições, se o leitor descobrir o que sobrevive a todo esse choro e ranger de dentes, ficará encantado!

Tudo começa quando o Sr. Lockwood aluga a Granja Thrushcross, propriedade vizinha a Wuthering Heights, em busca de isolamento. Quando ele resolve se apresentar a Heahtcliff, dono das duas propriedades, se depara com um homem cuja misantropia é ainda maior que a sua. A curiosidade pelo vizinho o leva a interrogar a governanta, Nelly Dean, que conhece Heathcliff desde a infância. No final do século XVIII, em uma área rural da Inglaterra, o patriarca da família Earnshaw retorna de uma viagem trazendo consigo um pequeno órfão de origem obscura, que todos pensam ser um cigano, e a qual dão o nome de Heathcliff. A afeição que o Sr. Earnshaw tem pelo menino deixa Hindley, seu filho legítimo, profundamente enciumado enquanto a caçula, Catherine, desenvolve com ele uma grande cumplicidade. Quando o Sr. e a Sra. Earnshaw morrem, Hindley sujeita Heathcliff a várias humilhações; e ele, que vinha até então sendo tratado como um filho legítimo, se vê numa situação pior que a dos empregados. Mas o golpe mais duro vem por parte de sua adorada: Catherine decide se casar com Edgar Linton, um rico jovem das redondezas. Heathcliff então foge. E retorna anos depois com uma grande fortuna e uma disposição demoníaca para se vingar de todos.

O Morro dos Ventos Uivantes é de uma obra de grandiosidade solitária, surgida de uma experiência de vida que causa perplexidade. Emily Brontë é a mais genial dentre as irmãs Brontë, também escritoras. Ficava doente de saudade longe de casa e era quase uma reclusa, só saía para ir à igreja e passear solitária pelas charnecas, paisagem pelo qual era apaixonada e na qual ela situou sua narrativa. O seu profundo conhecimento da alma humana parece ter nascido de uma intuição quase selvagem. Ela desenvolveu uma Gnose original, uma religião inteiramente sua. Por toda a história ela se recusa unir os dois universos do seu romance: razão, natureza e sociedade constituem um mundo; o sobrenatural, transcendente e fantasmagórico é outro. O livro apresenta fatos sobrenaturais com uma evidência perturbadora. Enquanto o leitor fica num impasse, travando uma verdadeira batalha entre esses dois universos, Emily, com sua narrativa esplêndida, parece rir:

"Heathcliff) Subiu na cama e abriu a gelosia, explodindo, ao fazê-lo, numa incontrolável torrente de lágrimas. – Entre! Entre! soluçou. – Cathy, entre! Oh, venha… venha… uma vez mais! Oh, minha adorada! Escute-me agora, Catherine, finalmente! – o espectro mostrou um capricho bem digno dos espectros: não deu sinais de vidas; mas a neve e o vento entraram à vontade, chegando até onde eu estava e apagando a luz."

A história desafia qualquer ser humano com o mínimo senso de civilidade. Civilidade que muitas das vezes usamos como desculpa para explicar os sentimentos insossos e sem convicção que predominam. A propriedade de Wuthering Heights, no topo do morro, sujeita as mais fortes tempestades, é a metáfora estética para definir sentimentos não domesticáveis de uma classe praticamente extinta de seres humanos. É uma tarefa ingrata julgar seus personagens, dificilmente teríamos a profundidade emocional necessária. O que nos resta é esquecer de tudo que consideramos como correto, ético e moral, e simplesmente absorver que ali, naquela situação, forças maiores estão envolvidas. Sentimentos que nos arrebentariam por dentro.

"E você supõe que ela me haja quase esquecido? Oh, Nelly! Sabe muito bem que isso não é verdade! Sabe, tão bem quanto eu, que por um pensamento que ela gasta com Linton, gasta mil comigo! No período mais desgraçado da minha vida assaltava-me esse medo: medo que me acompanhou quando vim para cá, no verão passado. Agora, só a palavra dela pode me fazer admitir de novo essa horrorosa ideia. E então Linton já não representaria mais nada, nem Hindley, nem todos os sonhos que eu já sonhei. Duas únicas palavras seriam a suma do meu futuro: morte e inferno. A vida, depois de a perder, seria o inferno. E, assim mesmo, andei tão louco que cheguei a crer que ela dava mais valor ao amor de Linton do que ao meu. Mesmo que ele a amasse com todas as forças do seu mesquinho corpo, nem em oitenta anos a amaria tanto quanto eu a amo em um dia. E Catherine tem um coração tão profundo quanto o meu; seria mais fácil o mar caber todo nessa vasilha do que todo o amor dela ser monopolizado por ele! Ora! Ela mal lhe quer um pouco mais do que a seu cão, ou a seu cavalo! Não está na mão dele ser amado como eu sou; e como poderia ela amar o que ele não possui?"

Não é apropriado considerar o amor entre Heathcliff e Catherine doentio. Mais uma vez: precisamos nos abster de todos os conceitos que temos, para compreender que o que se passa entre eles é grandioso demais! É curioso como não há contato carnal entre os dois. Acho que o mais chocante na época que o livro foi publicado era pensar que, de certa maneira, eles eram irmãos. Acho que eles não estavam muito preocupados com a natureza dos seus sentimentos. Era tão sublime! Quando crianças, ficavam brincando pela charneca quando conseguiam fugir dos castigos de Hindley e isso era o sinônimo de felicidade para eles. Selvagens, livres. Não só das amarras do mundo físico, mas de qualquer ambição vaidosa. Há um trecho que ilustra bem o fato de como a ideia de ter inveja de Catherine era até mesmo incompreensível para Heathcliff:

"Edgar e a irmã eram donos de toda a sala. Como é que não estariam felizes? Se fôssemos nós, pensaríamos que estávamos no céu! E agora diga: – que é que você pensa que aqueles meninos bonzinhos estavam fazendo? Isabella – creio que tem onze anos, é um ano mais moça que Cathy – estava estirada no chão, no fundo da sala, gritando como se um bando de bruxas a alfinetasse com agulhas em brasa. E Edgar, de pé, junto ao fogão, chorava em silêncio; no meio da mesa estava um cachorrinho, balançando a pata e ganindo. E, pelas acusações que os dois faziam entre si, compreendemos que tinham quase despedaçado o bichinho. Idiotas! Assim é que se divertiam! Brigando para ver quem segurava aquela trouxa de pêlo quente e, depois da briga, choravam porque nenhum dos dois queria mais pegar o cão. Cathy e eu caímos na gargalhada, vendo aqueles dois enjoados; davam até desprezo. Você já me apanhou algum dia cobiçando alguma coisa que Catherine desejasse? Ou acha que nos encontraria sozinhos, brincando de chorar, soluçar e rolar no chão, cada qual a um lado da sala? Olhe, nem por mil libras eu trocaria minha situação aqui pela de Edgar Linton, em Thrushcross Grange. Nem que me deixassem atirar Joseph da cumeeira abaixo ou pintar a porta da rua com o sangue de Hindley!"

A violência que transborda de algumas páginas é repulsiva. Facada em mulher, maus tratos contra crianças… Talvez o aspecto mais sombrio de toda a obra seja a crueldade contra animais. Emily Brontë tinha uma relação muito diferente com eles. É conhecido que um Mastiff de nome Keeper foi seu fiel companheiro. Outros animais da família eram mencionados por cartas trocadas com as irmãs e é evidente que eram bastante considerados. Por isso mesmo, é surreal a neutralidade com que ela narra o enforcamento de um cachorro na história. Grande conhecimento ela tinha do lado escuro do vínculo entre homem e cão, que é, muitas das vezes, usado como bode expiatório. O que mais choca é saber que o cão enforcado, ao sobreviver, permanece fiel a dona que o abandonou. Lealdade para com o autor dos abusos é uma poderosa dinâmica em situações de violência doméstica. O cão em Wuthering Heights nem sempre é maltratado de maneira consciente, há também o desdém, ou a ingênua -mas não menos grotesca - crueldade que crianças podem cometer contra animais. O comportamento abusivo é igualmente exercido sobre mulheres e crianças, e Emily retrata essas situações com a mesma naturalidade que uma pessoa completamente desprovida de aversão a tais coisas faria. Sentimos a boca amargar, mas é fascinante mergulhar nas complexas relações de opressão e servilismo que caracterizam o abuso de poder.

É necessária uma grande dose de flexibilidade moral para nos aproximarmos de Heathcliff e Catherine e deixar que suas qualidades, que são tão grandes quanto seus defeitos, os tornem pessoas admiráveis aos nossos olhos. Gosto sobretudo de Catherine, que a despeito de todo o seu egoísmo e gênio manipulador, era uma pessoa com afetos sinceros e duráveis. Não havia nada de volúvel e leviano nela. Sinceramente acredito que quando se casou com Edgar realmente acreditava que isso permitiria que sua relação com Heathcliff continuasse a ser a mesma de sempre. Apesar de toda a tirania de Hindley e os castigos infligidos por Joseph, o caseiro detestável e hipócrita, as duas crianças nunca se lamentaram muito conquanto tivessem um ao outro. Eram tão felizes naquela propriedade desgraçada que um dia Catherine sonhou que estava no paraíso, mas não era feliz, e chorou até que os anjos a jogassem de volta ao Morro. Heathcliff é um personagem tão assombroso e implacável que quase chegamos a acreditar que não é filho de cigano, mas do demônio. O único sentimento humano que revela não é seu amor por Catherine, porque como ele mesmo diz, ela é sua própria alma. O elo que verdadeiramente liga Heathcliff à humanidade é sua inconfessada preocupação com Hareton – o filho de Hindley que ele arruinou para se vingar do pai – e uma insinuada estima por Nelly.

A sabedoria de Emily Brontë é ainda mais incrível quando ela leva a filha de Catherine e o filho de Heathcliff a discutirem sobre como deveria ser o Paraíso. Acho que essa é a chave para imergir na complexidade da obra, na tempestade de sentimentos contraditórios, na felicidade descoberta nos lugares mais improváveis. Ninguém imagina ser infeliz no Paraíso.

"Um dia, porém, estivemos a ponto de brigar. Ele dizia que a maneira mais agradável de passar um dia quente de julho era ficar deitado, desde a manhã até a noite, sobre um talude de urzes em meio da charneca, a escutar, como num sonho, o zumbir das abelhas sobre as flores, o canto das cotovias que planam bem alto acima de nossas cabeças e a contemplar o céu azul e o sol a esplender, límpido e refulgente. Tal era a sua mais perfeita ideia da felicidade celeste. A minha era balançar-me numa árvore de verde folhagem murmurante, quando sopra um vento de oeste e belas nuvens brancas deslizam rapidamente pelo espaço. E não apenas quando cotovias, mas também tordos, melros, pintarroxos e cucos esparzem por todos os lados sua música; quando se avista a charneca de longe, cortada de frescos vales mergulhados na sombra; e, bem perto, grandes outeiros cobertos de grama alta, ondulando como vagas ao sopro da brisa; bosques e água tumultuosa, o mundo inteiro em movimento e fremente de alegria. Ele gostaria de ver tudo repousar em um êxtase de paz. Eu de ver tudo cintilar e dançar num glorioso jubileu. Disse que seu paraíso seria semimorto. Ele dizia que o meu seria ébrio. Disse que dormiria no dele. Ele dizia que não poderia respirar no meu. A discussão começava a se tornar mordaz. Afinal, convimos que faríamos a experiência dos dois, logo que o tempo fosse favorável. Depois nos beijamos e voltamos a ser amigos."

Heathcliff rejeita todas as tentativas de Nelly de fazê-lo confessar seus pecados. O Paraíso que Nelly acreditava, como cristã, não comportaria Heathcliff. Ela nunca nem questionou que isso, de forma alguma, seria um desejo dele. Ele afirma pra ela que já encontrou o seu próprio céu. Da sensata governanta é feita a pergunta mais heterodoxa de toda a história. Ao ver Catherine morrer em paz, depois da vida agitada e impaciente que levou, ela pergunta ao Sr. Lockwood se ele acredita que pessoas como Catherine sejam felizes no “outro mundo”, e que daria tudo para sabe-lo. Ela chega a conclusão de que só num momento de fria reflexão a resposta seria não.

Defendo Heathcliff e Catherine, me comovo com suas motivações e perdoo cada uma de suas atrocidades. Espero que o texto tenha lançado uma luz sobre as trevas que cobriram o coração deles. Desde sempre, a única coisa que desejavam, eram ser selvagens e livres. Liberdade que as convenções vitorianas não permitiram. Convenções que são defendidas, geralmente, por gente boazinha, leviana, descuidada, que não faz o mal de propósito, mas simplesmente se apropria de valores abstratos na falta de causas superiores e sentimentos sinceros.

site: http://escritorasinglesas.com/o-morro-dos-ventos-uivantes-emily-bronte
Pandora 13/12/2012minha estante
Tenho uma relação de amor e ódio eterna com esse livro, não sei se amo, não sei se odeio... Mas vez em sempre me pego relendo e sofrendo com ele.


Carol 15/05/2013minha estante
sim é amor aquele discurso que ela faz e ele escuta pela metade e vai embora, deve ser a declaração de amor mais bonita de todos os tempos


Jéssica 19/09/2018minha estante
confesso que eu não consegui ter muita afeição nem pela Cathy nem pelo Heathcliff, mas depois dessa resenha eu tenho que concordar que eles tiveram seus motivos...




Sheila 30/01/2022

Um livro angustiante...
Estava louca para ler, mas quando comecei não via a hora de acabar...

Achei que é um história angustiante e é a primeira vez que não gosto de nenhum personagem, mas acredito que seja proposital. Não pense que será um livro fácil de engolir ou de leitura fluída, porque você irá se arrepender.

Todos os personagens são cruéis e você não sabe se eles realmente são tão ruins daquele jeito, já que a história é contada por meio da convernanta que não é imparcial.

Apesar de ser um livro pesado, em minha concepção, vale a pena por ser um clássico e fundamental. So não comecei achando que será uma história romântica porque não será.
karol320 30/01/2022minha estante
eu também não gostei e a leitura não fluiu nada pra mim


Sheila 30/01/2022minha estante
É um livro difícil de engolir




Bruna 23/06/2021

Foi um dos primeiros livros de romance de época que tive o prazer de conhecer e me fez ter o prazer de ler mais e mais. Trás um amor nada convencional com várias reviravoltas e situações que deixam o coração apertado. Eu me apaixonei e me apaixono toda vez que tenho o prazer de ler!
ale 23/06/2021minha estante
Meu fav! ?


Vini 23/06/2021minha estante
Meu próximoooo!!


Bruna 23/06/2021minha estante
Você vai amar, amigo!


Bruna 23/06/2021minha estante
Ele é perfeitooooo




. J e n n i . 23/03/2021

'Deixaria para trás as minhas tempestuosas colinas'
Tô encontrando uma certa devoção da minha parte por este livro, virou um dos meus preferidos. Nunca fui muita fã dos clássicos, quanto mais os melancólicos, e se estes ainda estiveram romances, são irritantes em minha visão, mas este conquista o coração de qualquer um, se não pela história pelas sensações que vem junto com o livro quando o lê.
É um romance, mas não diria que a trama toda se concentre no desenrolar de um romance, é mais na luta para o amor ainda reinar entre eles, não que eles tenham a ausência do sentimento. Fala muito sobre os obstáculos que precisam ser superadas, mas é como se tudo e todas as pessoas ao redor deles fossem uma pedra no caminho, o que trás uma visualização um pouco amarga e diabólica entre as relações pessoais dentro da história. A mensagem final, acredito eu, é a nota de como o amor (e a falta dele) pode nos transformar quando estamos vivendo o seu extremismo.
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Leitorina 29/01/2021

Uma verdadeira viagem ao inferno
Eu tinha altas expectativas de ficar presa na história, mas não é isso que aconteceu. O que me moveu a continuar a leitura foi que era em conjunto no meu grupinho.
Morro dos ventos uivantes começa com um narrador LOUCO da cabeça e inconveniente PARA UM CARALHO, super se convidando pra Wuthering Heights, a casa onde tudo acontece. A história de fato é narrada pela Nelly, que trabalhou lá e era super fofoqueira (amei).
O livro mostra personagens amargos, ninguém é perfeito e os defeitos deles superam as qualidades de longe, mas é MUITO bom, fiquei pistola em várias partes e o final não quebrou em nada minha expectativa, eu fiquei feliz.
É engraçado sentir a angústia de cada um dos personagens, sentir empatia e raiva ao mesmo tempo e eu não pude deixar de me identificar com diversos defeitos de vários deles.
Digo tranquilamente que o Heathcliff é o personagem mais complexo que já conheci, e eu sinto que conheci ele até demais. Por mais que odeie admitir, talvez eu seja um Heathcliff (?). Mas eu sou a Nelly, Catherine e Linton também. Sou o Hareton e sou o Sr. Lockwood.
A coisa desse livro é que ele dura uma vida, parece que até agora eu estava imersa nesse mundo sombrio e amargo, ácido. Me sinto ácida e vivida, e essa vida me ensinou muito sobre vingança e perdão. Me ensinou a viver, a superar e a gostar da vida.
Se você se aventurar e se permitir mergulhar nessa angústia, prometo que vai sair melhor do que entrou.
Eu amei, se tornou um dos meus livros preferidos.
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