O Morro dos Ventos Uivantes

O Morro dos Ventos Uivantes Emily Brontë




Resenhas - O Morro Dos Ventos Uivantes


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Letícia 23/12/2013

Flexibilidade moral
Wuthering Heights, ou como foi traduzido no Brasil, O morro dos Ventos Uivantes, é o único romance escrito por Emily Brontë. Com uma prosa sarcástica e repleta de diálogos – digamos -, pouco adequados para uma moça solteira e luterana do século XIX, ela nos leva para um lugar isolado do resto do mundo; rústico, original e fustigado pelo vento. O poeta Dante Gabriel Rossetti afirmou que a ação se passa no inferno, só que os lugares e as pessoas têm nomes ingleses. A definição faz justiça. Charlotte Brontë, numa tentativa de explicar aos leitores da época toda a estranheza e originalidade do gênio da irmã, escreveu:

"Para todas essas pessoas, O Wuthering Heights deve parecer um livro rude e esquisito. As bravias charnecas do norte da Inglaterra não podem ter, para elas, qualquer interesse; a linguagem, as maneiras, as próprias moradas e os usos domésticos dos poucos habitantes dessas regiões devem ser, para tais leitores, em grande parte ininteligíveis e — quando inteligíveis — repulsivos. Homens e mulheres que, talvez por natureza muito calmos, com sentimentos moderados e pouco marcados, tenham sido desde o berço ensinados a observar a mais completa temperança de maneiras e o mais perfeito policiamento de linguagem sem dúvida não saberão como encarar o linguajar forte, as paixões brutalmente manifestadas, as aversões não contidas e as obstinadas parcialidades dos camponeses iletrados e dos fidalgos não refinados que vivem nessa região, e que se criaram sem outros ensinamentos e outras contenções que os de mentores tão rudes quanto eles próprios."

Considerado hoje uma obra prima da literatura inglesa, foi publicado pela primeira vez em 1847 sob o pseudônimo masculino de Ellis Bell, e provocou reações controversas com sua narrativa crua e minuciosa dos mais diversos tipos de violência mental e física. Criança, mulher, cachorro: apanha todo mundo. E quem não apanha é mandado pro inferno. Aliás, acho que não tem uma página sem que o diabo não seja invocado ao menos uma vez. Talvez O Morro dos Ventos Uivantes seja meu livro favorito. Apesar de ver inúmeras críticas a respeito da morbidade da história, o livro me faz bastante feliz. Um exemplar dele está sempre na cabeceira da minha cama, e diria que ele me traz até uma certa paz de espírito. É minha bíblia (eufemismo para obsessão). Admito que parece contraditório dizer isso, já que não sou nenhuma psicopata. Mas por trás de todo o turbilhão de angústias, vingança, egoísmo, praga e maldições, se o leitor descobrir o que sobrevive a todo esse choro e ranger de dentes, ficará encantado!

Tudo começa quando o Sr. Lockwood aluga a Granja Thrushcross, propriedade vizinha a Wuthering Heights, em busca de isolamento. Quando ele resolve se apresentar a Heahtcliff, dono das duas propriedades, se depara com um homem cuja misantropia é ainda maior que a sua. A curiosidade pelo vizinho o leva a interrogar a governanta, Nelly Dean, que conhece Heathcliff desde a infância. No final do século XVIII, em uma área rural da Inglaterra, o patriarca da família Earnshaw retorna de uma viagem trazendo consigo um pequeno órfão de origem obscura, que todos pensam ser um cigano, e a qual dão o nome de Heathcliff. A afeição que o Sr. Earnshaw tem pelo menino deixa Hindley, seu filho legítimo, profundamente enciumado enquanto a caçula, Catherine, desenvolve com ele uma grande cumplicidade. Quando o Sr. e a Sra. Earnshaw morrem, Hindley sujeita Heathcliff a várias humilhações; e ele, que vinha até então sendo tratado como um filho legítimo, se vê numa situação pior que a dos empregados. Mas o golpe mais duro vem por parte de sua adorada: Catherine decide se casar com Edgar Linton, um rico jovem das redondezas. Heathcliff então foge. E retorna anos depois com uma grande fortuna e uma disposição demoníaca para se vingar de todos.

O Morro dos Ventos Uivantes é de uma obra de grandiosidade solitária, surgida de uma experiência de vida que causa perplexidade. Emily Brontë é a mais genial dentre as irmãs Brontë, também escritoras. Ficava doente de saudade longe de casa e era quase uma reclusa, só saía para ir à igreja e passear solitária pelas charnecas, paisagem pelo qual era apaixonada e na qual ela situou sua narrativa. O seu profundo conhecimento da alma humana parece ter nascido de uma intuição quase selvagem. Ela desenvolveu uma Gnose original, uma religião inteiramente sua. Por toda a história ela se recusa unir os dois universos do seu romance: razão, natureza e sociedade constituem um mundo; o sobrenatural, transcendente e fantasmagórico é outro. O livro apresenta fatos sobrenaturais com uma evidência perturbadora. Enquanto o leitor fica num impasse, travando uma verdadeira batalha entre esses dois universos, Emily, com sua narrativa esplêndida, parece rir:

"Heathcliff) Subiu na cama e abriu a gelosia, explodindo, ao fazê-lo, numa incontrolável torrente de lágrimas. – Entre! Entre! soluçou. – Cathy, entre! Oh, venha… venha… uma vez mais! Oh, minha adorada! Escute-me agora, Catherine, finalmente! – o espectro mostrou um capricho bem digno dos espectros: não deu sinais de vidas; mas a neve e o vento entraram à vontade, chegando até onde eu estava e apagando a luz."

A história desafia qualquer ser humano com o mínimo senso de civilidade. Civilidade que muitas das vezes usamos como desculpa para explicar os sentimentos insossos e sem convicção que predominam. A propriedade de Wuthering Heights, no topo do morro, sujeita as mais fortes tempestades, é a metáfora estética para definir sentimentos não domesticáveis de uma classe praticamente extinta de seres humanos. É uma tarefa ingrata julgar seus personagens, dificilmente teríamos a profundidade emocional necessária. O que nos resta é esquecer de tudo que consideramos como correto, ético e moral, e simplesmente absorver que ali, naquela situação, forças maiores estão envolvidas. Sentimentos que nos arrebentariam por dentro.

"E você supõe que ela me haja quase esquecido? Oh, Nelly! Sabe muito bem que isso não é verdade! Sabe, tão bem quanto eu, que por um pensamento que ela gasta com Linton, gasta mil comigo! No período mais desgraçado da minha vida assaltava-me esse medo: medo que me acompanhou quando vim para cá, no verão passado. Agora, só a palavra dela pode me fazer admitir de novo essa horrorosa ideia. E então Linton já não representaria mais nada, nem Hindley, nem todos os sonhos que eu já sonhei. Duas únicas palavras seriam a suma do meu futuro: morte e inferno. A vida, depois de a perder, seria o inferno. E, assim mesmo, andei tão louco que cheguei a crer que ela dava mais valor ao amor de Linton do que ao meu. Mesmo que ele a amasse com todas as forças do seu mesquinho corpo, nem em oitenta anos a amaria tanto quanto eu a amo em um dia. E Catherine tem um coração tão profundo quanto o meu; seria mais fácil o mar caber todo nessa vasilha do que todo o amor dela ser monopolizado por ele! Ora! Ela mal lhe quer um pouco mais do que a seu cão, ou a seu cavalo! Não está na mão dele ser amado como eu sou; e como poderia ela amar o que ele não possui?"

Não é apropriado considerar o amor entre Heathcliff e Catherine doentio. Mais uma vez: precisamos nos abster de todos os conceitos que temos, para compreender que o que se passa entre eles é grandioso demais! É curioso como não há contato carnal entre os dois. Acho que o mais chocante na época que o livro foi publicado era pensar que, de certa maneira, eles eram irmãos. Acho que eles não estavam muito preocupados com a natureza dos seus sentimentos. Era tão sublime! Quando crianças, ficavam brincando pela charneca quando conseguiam fugir dos castigos de Hindley e isso era o sinônimo de felicidade para eles. Selvagens, livres. Não só das amarras do mundo físico, mas de qualquer ambição vaidosa. Há um trecho que ilustra bem o fato de como a ideia de ter inveja de Catherine era até mesmo incompreensível para Heathcliff:

"Edgar e a irmã eram donos de toda a sala. Como é que não estariam felizes? Se fôssemos nós, pensaríamos que estávamos no céu! E agora diga: – que é que você pensa que aqueles meninos bonzinhos estavam fazendo? Isabella – creio que tem onze anos, é um ano mais moça que Cathy – estava estirada no chão, no fundo da sala, gritando como se um bando de bruxas a alfinetasse com agulhas em brasa. E Edgar, de pé, junto ao fogão, chorava em silêncio; no meio da mesa estava um cachorrinho, balançando a pata e ganindo. E, pelas acusações que os dois faziam entre si, compreendemos que tinham quase despedaçado o bichinho. Idiotas! Assim é que se divertiam! Brigando para ver quem segurava aquela trouxa de pêlo quente e, depois da briga, choravam porque nenhum dos dois queria mais pegar o cão. Cathy e eu caímos na gargalhada, vendo aqueles dois enjoados; davam até desprezo. Você já me apanhou algum dia cobiçando alguma coisa que Catherine desejasse? Ou acha que nos encontraria sozinhos, brincando de chorar, soluçar e rolar no chão, cada qual a um lado da sala? Olhe, nem por mil libras eu trocaria minha situação aqui pela de Edgar Linton, em Thrushcross Grange. Nem que me deixassem atirar Joseph da cumeeira abaixo ou pintar a porta da rua com o sangue de Hindley!"

A violência que transborda de algumas páginas é repulsiva. Facada em mulher, maus tratos contra crianças… Talvez o aspecto mais sombrio de toda a obra seja a crueldade contra animais. Emily Brontë tinha uma relação muito diferente com eles. É conhecido que um Mastiff de nome Keeper foi seu fiel companheiro. Outros animais da família eram mencionados por cartas trocadas com as irmãs e é evidente que eram bastante considerados. Por isso mesmo, é surreal a neutralidade com que ela narra o enforcamento de um cachorro na história. Grande conhecimento ela tinha do lado escuro do vínculo entre homem e cão, que é, muitas das vezes, usado como bode expiatório. O que mais choca é saber que o cão enforcado, ao sobreviver, permanece fiel a dona que o abandonou. Lealdade para com o autor dos abusos é uma poderosa dinâmica em situações de violência doméstica. O cão em Wuthering Heights nem sempre é maltratado de maneira consciente, há também o desdém, ou a ingênua -mas não menos grotesca - crueldade que crianças podem cometer contra animais. O comportamento abusivo é igualmente exercido sobre mulheres e crianças, e Emily retrata essas situações com a mesma naturalidade que uma pessoa completamente desprovida de aversão a tais coisas faria. Sentimos a boca amargar, mas é fascinante mergulhar nas complexas relações de opressão e servilismo que caracterizam o abuso de poder.

É necessária uma grande dose de flexibilidade moral para nos aproximarmos de Heathcliff e Catherine e deixar que suas qualidades, que são tão grandes quanto seus defeitos, os tornem pessoas admiráveis aos nossos olhos. Gosto sobretudo de Catherine, que a despeito de todo o seu egoísmo e gênio manipulador, era uma pessoa com afetos sinceros e duráveis. Não havia nada de volúvel e leviano nela. Sinceramente acredito que quando se casou com Edgar realmente acreditava que isso permitiria que sua relação com Heathcliff continuasse a ser a mesma de sempre. Apesar de toda a tirania de Hindley e os castigos infligidos por Joseph, o caseiro detestável e hipócrita, as duas crianças nunca se lamentaram muito conquanto tivessem um ao outro. Eram tão felizes naquela propriedade desgraçada que um dia Catherine sonhou que estava no paraíso, mas não era feliz, e chorou até que os anjos a jogassem de volta ao Morro. Heathcliff é um personagem tão assombroso e implacável que quase chegamos a acreditar que não é filho de cigano, mas do demônio. O único sentimento humano que revela não é seu amor por Catherine, porque como ele mesmo diz, ela é sua própria alma. O elo que verdadeiramente liga Heathcliff à humanidade é sua inconfessada preocupação com Hareton – o filho de Hindley que ele arruinou para se vingar do pai – e uma insinuada estima por Nelly.

A sabedoria de Emily Brontë é ainda mais incrível quando ela leva a filha de Catherine e o filho de Heathcliff a discutirem sobre como deveria ser o Paraíso. Acho que essa é a chave para imergir na complexidade da obra, na tempestade de sentimentos contraditórios, na felicidade descoberta nos lugares mais improváveis. Ninguém imagina ser infeliz no Paraíso.

"Um dia, porém, estivemos a ponto de brigar. Ele dizia que a maneira mais agradável de passar um dia quente de julho era ficar deitado, desde a manhã até a noite, sobre um talude de urzes em meio da charneca, a escutar, como num sonho, o zumbir das abelhas sobre as flores, o canto das cotovias que planam bem alto acima de nossas cabeças e a contemplar o céu azul e o sol a esplender, límpido e refulgente. Tal era a sua mais perfeita ideia da felicidade celeste. A minha era balançar-me numa árvore de verde folhagem murmurante, quando sopra um vento de oeste e belas nuvens brancas deslizam rapidamente pelo espaço. E não apenas quando cotovias, mas também tordos, melros, pintarroxos e cucos esparzem por todos os lados sua música; quando se avista a charneca de longe, cortada de frescos vales mergulhados na sombra; e, bem perto, grandes outeiros cobertos de grama alta, ondulando como vagas ao sopro da brisa; bosques e água tumultuosa, o mundo inteiro em movimento e fremente de alegria. Ele gostaria de ver tudo repousar em um êxtase de paz. Eu de ver tudo cintilar e dançar num glorioso jubileu. Disse que seu paraíso seria semimorto. Ele dizia que o meu seria ébrio. Disse que dormiria no dele. Ele dizia que não poderia respirar no meu. A discussão começava a se tornar mordaz. Afinal, convimos que faríamos a experiência dos dois, logo que o tempo fosse favorável. Depois nos beijamos e voltamos a ser amigos."

Heathcliff rejeita todas as tentativas de Nelly de fazê-lo confessar seus pecados. O Paraíso que Nelly acreditava, como cristã, não comportaria Heathcliff. Ela nunca nem questionou que isso, de forma alguma, seria um desejo dele. Ele afirma pra ela que já encontrou o seu próprio céu. Da sensata governanta é feita a pergunta mais heterodoxa de toda a história. Ao ver Catherine morrer em paz, depois da vida agitada e impaciente que levou, ela pergunta ao Sr. Lockwood se ele acredita que pessoas como Catherine sejam felizes no “outro mundo”, e que daria tudo para sabe-lo. Ela chega a conclusão de que só num momento de fria reflexão a resposta seria não.

Defendo Heathcliff e Catherine, me comovo com suas motivações e perdoo cada uma de suas atrocidades. Espero que o texto tenha lançado uma luz sobre as trevas que cobriram o coração deles. Desde sempre, a única coisa que desejavam, eram ser selvagens e livres. Liberdade que as convenções vitorianas não permitiram. Convenções que são defendidas, geralmente, por gente boazinha, leviana, descuidada, que não faz o mal de propósito, mas simplesmente se apropria de valores abstratos na falta de causas superiores e sentimentos sinceros.

site: http://escritorasinglesas.com/o-morro-dos-ventos-uivantes-emily-bronte
Pandora 13/12/2012minha estante
Tenho uma relação de amor e ódio eterna com esse livro, não sei se amo, não sei se odeio... Mas vez em sempre me pego relendo e sofrendo com ele.


Carol 15/05/2013minha estante
sim é amor aquele discurso que ela faz e ele escuta pela metade e vai embora, deve ser a declaração de amor mais bonita de todos os tempos


Jéssica 19/09/2018minha estante
confesso que eu não consegui ter muita afeição nem pela Cathy nem pelo Heathcliff, mas depois dessa resenha eu tenho que concordar que eles tiveram seus motivos...




Bruna 23/06/2021

Foi um dos primeiros livros de romance de época que tive o prazer de conhecer e me fez ter o prazer de ler mais e mais. Trás um amor nada convencional com várias reviravoltas e situações que deixam o coração apertado. Eu me apaixonei e me apaixono toda vez que tenho o prazer de ler!
ale 23/06/2021minha estante
Meu fav! ?


Vini 23/06/2021minha estante
Meu próximoooo!!


Bruna 23/06/2021minha estante
Você vai amar, amigo!


Bruna 23/06/2021minha estante
Ele é perfeitooooo




Lorena Roseno 09/12/2021

O Morro dos Ventos Uivantes
Não consegui me apegar a nenhum personagem, não consigo dizer qual é o mais desagradável. Mas ainda assim os personagens são muito bem construídos, os conflitos são intrigantes, o que fez a leitura ser bem mais fluída do que eu esperava.
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Renisson 04/05/2021

O Morro dos Ventos Uivantes foi um livro que me deixou com a dualidade, em momentos gostei, em outro nem tanto.
Explicar o que não gostei está em dois pontos, que para mim se complementa um com o outro, que é: A descrição o estilo da narração que no início para mim não funcionou e deixou a história arrastada para mim. Porém, quando a história fica mais centrada ela melhora ao ponto de ser prazeroso a leitura, mas no final volta a cair, ao ponto de não me conectar com a história.
De um modo em geral, é um bom livro mesmo com seus altos e baixos.
Karen 04/05/2021minha estante
Eu só senti raiva.




Layla.Ribeiro 01/05/2021

Será que ele já ganhou como a maior surpresa de 2021? Um livro marcado pelo amor obsessivo, pela vingança e ódio, na qual a maioria dos personagens demonstram uma certa perturbação, mas não se assustem por essa premissa, a história é muito boa, embora o início demora um pouco o desenvolvimento, garanto que o livro é muito envolvente, você não consegue parar de ler, por eu ter lido em uma Leitura Coletiva, tive que me segurar muito para não devorar o livro por inteiro, sem falar da maravilhosa escrita da Emily, esse livro me instigou a querer conhecer as obras das irmãs delas, realmente entendi o porquê desse livro ser tão aclamado. Maravilhosa a sacada dela de colocar um narrador homem(para atrair diversos leitores) porém com a governanta contando a história roubando o brilho do narrador principal, fantástico, uma pena esse ter sido sua única obra publicada. Esse livro foi a minha maior surpresa. Amei, para finalizar quero entender uma coisa, porque vocês gostam tanto do Heathcliff?
Lina_2013 01/05/2021minha estante
Acho que se prendem demais no Heathcliff da primeira parte da história...


Punyama 02/05/2021minha estante
Não consigo gostar de nenhum personagem desse livro, mas isso não é uma reclamação




laxxal 02/07/2021

O morro dos ventos uivantes não é um livro fácil, tudo nele é violentos sofrido e triste, os bons momentos não são descritos apenas citados para nossa imaginação.

Tudo é muito intenso e tóxico, os personagens com seus sentimentos e emoções sempre no limite, demonstrando seu amor e ódio, as vezes ao mesmo tempo, de forma obsessiva. As gerações vão passando e os nomes e sobrenomes se repetindo, os relacionamentos entre primos, irmão, pais e tios se desenvolvendo mostrando a pior face do ser humano.

A governanta Nelly, que conta a história com detalhes desde o princípio, é essencial. Viveu de perto com todos os personagens e os conhece profundamente, relata tudo com suas interferências e pontos de vista, na maioria das vezes com uma sensatez e humildade impressionante.
Catherine II é quem da uma esperança para algo feliz e inocente, seu comportamento e o amor que tem por Ellen e seu pai é lindo, vivendo sem contato com a toxidade contagiante de Heathcliff.

Heathcliff é o pior personagem que ja conheci, visitou o inferno e aprendeu a apreciar e gostar do sofrimento e da dor que pode causar em todos a sua volta. Sua história de amor/obsessão com Catherine I é o retrato do sofrimento que ressoa por gerações.

Essa história me instiga muito, acho incrível a forma que Emily consegue desenvolver tudo maravilhosamente bem, tantos personagens e tantas emoções e pensamentos tão diferentes, mas que se entrelaçam de alguma maneira. Reler esse livro me fez admirar ainda mais tudo isso, as notas e textos extras dessa edição são perfeitos, aprofundam no contexto histórico e cultural, vida de Emily e muito mais, lerei novamente no futuro e com certeza recomendo muito à todos essa leitura!
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Aline.Rodrigues 19/08/2021

Clássico é classico!
Que história maravilhosa. Consegue prender, do início ao fim. Personagens interessantes, que fazem você sentir oa mais variados sentimentos.

História sombria, envolvente e muito fluida. Vou sentir falta!
Joana 19/08/2021minha estante
Lindo, perfeito amo ??




Dem 01/08/2021

Surpreendente!
Quanto ódio, desespero, opressão, angústia, traição, menosprezo, vingança, pode ter um livro?
Na minha leitura, o que mais percebi foi ódio e falsidade de uns com os outros! Não achei que teve um final feliz e sim uma calmaria após a tempestade! É um livro pra se ler várias vezes e sempre descobriremos algo novo!
Queria que tivesse uma continuação!
Nota 1000!
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Rafa Purps 27/08/2020

Esse vento não me balançou.
Com todo respeito a época em que o romance foi escrito e a ousadia de Emilly Bronte e de suas irmãs que também foram escritoras, eu fiquei com sono da primeira a última página.

Provavelmente eu já tenha absorvido a ansiedade trazida pela era digital e pelo excesso de comunicação mas não tive paciência alguma para com essa obra. Nem com a história, massante e arrastada, tampouco por qualquer um dos personagens que seja. Nem com a empregada fofoqueira, coitada.

Siga-me no insta @rafapurps

RESENHA: Após voltar de uma viagem a trabalho, o Senhor de uma família tradicional do interior da Inglaterra traz consigo um garoto que se torna parte da família Earnshaw. Logo o recém batizado Heathcliff se torna grande amigo de sua "irmã" Catherine e inimigo mortal de seu "irmão" Hindley. No decorrer da história vamos entender que mesmo após o casamento de Catherine com o vizinho da família, o amor por seu irmão adotivo ainda perdura e possivelmente se transforma em uma obsessão doentia - mesmo sendo esse um ser humano desprezível.

O livro retrata bem a posição das mulheres naquela época, relacionamentos abusivos e psicologicamente infernais. Visto até que em sua primeira publicação a autora precisou escolher um pseudônimo masculino.

Sorry, mas definitivamente não vai para a estante de favoritos. Você já leu algum clássico e se arrependeu?



site: https://www.instagram.com/rafapurps/
Anderson.Henrique 27/08/2020minha estante
Sugiro que vc não leia Shakespeare então. hahahaha


Anderson.Henrique 27/08/2020minha estante
Ele foi inovador em sua época mas se vc ler tendo em vista a nossa realidade, também não vai curtir.


Rafa Purps 27/08/2020minha estante
Acho que vou ficar com os mais moderninhos mesmo rs! Apesar de que o entendimento do livro vai além das palavras, cada um carrega uma bagagem que interfere no entendimento, né! Você é culto, já te falei isso, talvez consiga captar coisas que eu ainda não entenda. ?


Anderson.Henrique 27/08/2020minha estante
Obrigado pelas palavras mas inteligência vc tem de sobra. Mas as vezes ler algo muito distante do nosso tempo, atrapalhe um pouco pq acabamos trazendo o texto para nossa realidade. Leitura é muito de sentimento e de bater na alma. É normal não gostar de algumas leituras mesmo que sejam livros clássicos. Tá tudo certo. ;)


Rafa Purps 27/08/2020minha estante
Inclusive, você está me devendo uma cerveja!


Anderson.Henrique 27/08/2020minha estante
Verdade. Por mim tomaríamos hoje.




bawbara 25/06/2021

Controverso
Nessa obra somos apresentados a Catherine Earnshaw e Heathcliff. A primeira vive confortavelmente com a sua família, quando o senhor Earnshaw adota o pequeno Heathcliff. A princípio a relação dos dois é conflituosa, talvez pela imaturidade das crianças ante a presença do estranho. Então, conforme eles crescem, essas brigam cessam e eles passam a ter uma boa relação, o que o irmão de Catherine, Hindley, não aprova. O enredo é, então, desenvolvido a partir de como esses personagens irão lidar com a rivalidade e esses sentimentos de amor e ciúme.

A estrutura é bastante interessante, já que ela é contada a partir de um diálogo da governanta, Ellen Dean, com o locatário da propriedade vizinha ao Morro dos Ventos Uivantes, a Granja Thrushcross, o senhor Lockwood (a princípio eu tive dificuldade de entender quem era quem. mas depois ficou mais claro). Interessante colocar um pouco de protagonismo nos empregados, pessoas sem notoriedade. Além dessa diferença, o mais importante nesse romance é que os protagonistas estão, na verdade, mais próximos de serem antagonistas, pois eles não são idealizados, tal qual costuma ser os romances de época.
Apesar de ser um pouco mais realista, nesse sentido, percebi, em alguns momentos, uma falta de lógica nas atitudes dos personagens. Isso mais ocorreu na relação da Ellen com a Catherine Linton. O objetivo da Nelly era claro: proteger Cathy dos moradores do Morro dos Ventos Uivantes, mas ela era muito negligente, fazendo todas as vontades da menina.
A intensidade dos sentimentos me chamou atenção e talvez foi quando eu mais pude me conectar com os personagens. O meu trecho preferido é o seguinte: "ele é mais eu do que eu mesma. Seja qual for a matéria de que nossas almas são feitas, a minha e a dele são iguais".
Por fim, achei o desfecho da história muito simples e conveniente. Na verdade, eu até levei um susto quando o livro acabou, achei que tinha mais capítulos.
Nado 25/06/2021minha estante
Ótima análise.
Eu amo esse livro.


bawbara 26/06/2021minha estante
Obrigada. a princípio eu tinha detestado esse livro, mas acho que eu não entendi bem. vou reler e escolher uma edição melhor




Nicole781 18/11/2023

Melancolicamente magnífico
"O Morro dos Ventos Uivantes" é uma obra tristemente magnífica, cativando com sua narrativa instigante. Brontë tece uma trama onde os oprimidos transformam-se em opressores, revelando a complexidade das relações. Exceto o pobre Hareton, vítima genuína da ignorância infligida durante sua vida, que lhe impôs um destino cruel, proporcionando uma reflexão sobre a perpetuação do sofrimento nas gerações.
Davi Cirne 18/11/2023minha estante
Esse é um dos meus livros favoritos!




Vic 17/05/2021

O morro dos ventos uivantes
"Mas porque ele é mais do que eu mesma. Seja qual for a matéria de que nossas almas são feitas, a minha e a dele são iguais."

Uma obra complexa e emocionante, uma história que não se consegue resumir ou explicar!
A leitura foi mais arrastada no começo, pois não estava acostumada com a linguagem que a escritora utiliza, mas depois da metade do livro fluiu muito bem.
Muito bom!!
?????/5 + ?
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debs.lendo. 26/05/2021

Uma obra de arte
Eu fiquei maravilhada com esse livro, não que a história desperte isso, mas o jeito como ela é contada

Os diálogos são intensos e escritos muito bem, você esquece que aquilo é uma ficção, são muito reais.

O jeito como a narrativa foi escrita também é bem diferente e requer bastante concentração, principalmente no comecinho. ( Pois tem vários narradores)

Acho que no livro todo só tem uma pessoa normal do juízo, foi muito tangível para mim essa história, recomendo para quem gosta de um drama mais realista e denso.
Flávia Menezes 13/06/2021minha estante
Bela resenha ??????


debs.lendo. 13/06/2021minha estante
?? obrigada!




Babs 26/07/2021

Perfeito. Não sei como Emily conseguiu escrever um livro desses no século 19, com tão poucas referências. O que torna tudo mais genial, cru e original. A obra é simplesmente sublime. Virou um dos livros favoritos da vida.
Criss 26/07/2021minha estante
eu comecei a ler fiquei no 1 cap e esqueci, agr motivar a ler ele




Gustavo.leão.3D2Y 15/01/2021

Eu esperava romance
Eu particularmente achei q foi mais drama do que romance.
Eu achei muito bom o início que o livro teve, apresentando os personagens e sem muita enrolação.
Os personagens do livro são todos chatos e depois de uns quarenta por cento a autora começou a dar uma enrolada na história, dando voltas no mesmo ponto e repetindo as mesmas coisas.
A escrita da autora não me pegou, além da história ser meio maçante e te dar um pouco de sono, porém, ela faz um bom trabalho com relação ao enredo e dando um final que fizesse sentido na história.
rayssa 15/01/2021minha estante
a última coisa que se pode esperar dessa história é romance kkkkkk só vingança mesmo


Gustavo.leão.3D2Y 15/01/2021minha estante
Ssiimmm, eu pensei q eu tinha perdido alguma coisa mas depois q caiu a ficha kkk




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