Samuel M de Paula 09/01/2021
"Um curinga é um pequeno bobo da corte; uma figura diferente de todas as outras. Ele está no mesmo monte das outras cartas, mas aquele não é o seu lugar."
O Dia do Curinga foi uma leitura que me encantou do começo ao fim, no livro acompanhamos uma aventura repleta de magia, questionamentos filosóficos sobre o destino e a vida como um todo. Não é simplesmente a história de Hans-Thomas e de seu pai, rumo a Grécia em busca de sua mãe; mas da interação entre pai e filho, de como os encontros e desencontros da vida estão interligados, sobre questões filosóficas, sobre destinos, ou seja, uma história curinga na literatura, pois é diferente das demais.
O último da trilogia de leituras sobre indicação da minha querida amiga Ísis Demarchi. Essa foi, possivelmente, minha primeira interação com a literatura nórdica, como é bom ler histórias que se passam em lugares reais diferentes da nossa realidade.
O livro cativa o leitor pela simplicidade inicial da história: um garoto chamado e seu pai, que cruzam a Europa, da Noruega à Grécia, à procura da mulher que os deixou oito anos antes. Até aí se espera uma aventura entre os dois, mas a aventura maior está no pequeno livro. Livro esse que na história parece no começo uma ficção para o jovem leitor, Hans-Thomas, mas que mostra, ao longo da viagem de ida e volta, a história de vários padeiros que se sucederam em uma pequena cidade na Suíça e que também é a história de sua família. A história no fim se tornou complexa e intrincada, mas clara de se compreender.
Não me lembro de uma leitura recente que me levasse tanto a teorizar o que iria se suceder e a ligar os pontos soltos, questões essas que são concluídas até o final da obra. Além de se fascinar ao conhecer o Curinga, e a sua importância em toda a história, Jostein consegue cativar de uma forma indescritível.