Manu 10/03/2021
O dia do curinga - Jostein Gaarder
O livro conta a história de Hans Thomas e seu pai que cruzam a Europa em busca de sua mãe/esposa que os deixou 8 anos antes. Com as belas descrições do autor, somos levados as mais belas paisagens como se estivéssemos sentados ao lado de Hans dentro do Fiat de seu pai. No caminho que deveria ser somente uma busca, eles encontram um desvio e então a trama paralela se inicia. Um anão os faz desviar do caminho e vão parar em um vilarejo, e enquanto abastece o carro entrega uma pequena lupa ao Hans. Enquanto o pai da Hans procura uma forma de saírem dali, o deixa esperando em uma padaria e lá ele conhece o padeiro, que conta algumas histórias e em sua partida lhe dá quatro pãezinhos com a recomendação de deixar o último para ser comido sozinho e sem que ninguém veja.
O pai de Hans volta, eles seguem viagem, comem os pães e o último é deixado para depois. Dentro dele existe um pequeno livro, que de letras tão miúdas só pode ser lido com a lupa entregue pelo anão. Temos duas ótimas histórias para acompanhar na leitura de somente um exemplar. Uma trama lida em segredo que se enquadra exatamente na realidade de Hans e sua família. Um mundo onde cartas têm vida e escapam da mente de seu criador para a vida real aguardando finalizar a partida de paciência, pois assim somos nessa vida, cartas distribuídas na mesa tentando se organizar.
Com os dois pés dentro da filosofia, O dia do curinga, embora escrito pelo mesmo autor, tem uma abordagem diferente de O mundo de Sofia para o mesmo assunto, mas de forma semelhante nos desperta o desejo de saber mais sobre a vida. Todos somos cartas, mas somente alguns são curingas. E para saber em qual nos encaixamos, temos que vir do início e nos responder antes de tudo: Quem somos? De onde viemos?