spoiler visualizarAna Júlia 11/09/2023
Santo e a Porca é um livro, que vem da peça teatral, do gênero comédia, escrita pelo escritor paraibano Ariano Suassuna em 1957, abordando o tema da avareza. O texto, segundo o próprio Suassuna, é "uma imitação nordestina" da peça Aulularia, também conhecida como a Comédia da Panela, do escritor romano Plauto. O livro O Santo e a Porca representa a manifestação da cultura nordestina. É um livro dividido em três atos: apresentação dos personagens, desenvolvimento e ápice. Suas ilustrações foram feitas por Zélia Suassuna, a capa por Isabela Perrotta e essa edição foi publicada pela editora José olympio editora.
Ariano Vilar Suassuna (João Pessoa, 16 de junho 1927 ? Recife, 23 de julho de 2014) foi um intelectual, escritor, filósofo, teórico da arte, dramaturgo, romancista, ensaísta, poeta, artista plástico, professor, advogado e palestrante brasileiro. Ariano Suassuna foi um escritor paraibano que fundou, na década de 1970, um movimento intitulado Armorial, que visava à construção de um conjunto de obras artísticas em que o elemento erudito fosse fundido ao elemento cultural popular, principalmente o nordestino. Escreveu, assim, inúmeros textos teatrais, como o Auto da Compadecida, obra que se apropria de um gênero clássico, o auto religioso, para abordar temáticas ambientadas em cenários tipicamente nordestinos. É reconhecido, também, como um dos mais importantes autores da geração de 1945 do modernismo brasileiro. Ariano Suassuna foi um preeminente defensor da cultura do Nordeste do Brasil e um dos maiores expoentes da literatura brasileira, tendo sido, em 2012, indicado pela Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal como representante do Brasil na disputa pelo Prêmio Nobel de Literatura. Ocupou a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras.
A história gira em torno de Eurico, um velho avarento, o qual tem uma grande devoção a Santo Antônio, possui uma porca de madeira, a qual ele colocou dinheiro dentro dela e tem ela como seu bem mais precioso. Tudo começa quando Eudoro envia uma carta para Eurico dizendo que quer seu bem mais precioso. Eudoro é um fazendeiro, viúvo, que já foi noivo de Benona, ao enviar a carta para Eurico e quando ele se refere a seu bem mais precioso ele está falando de Margarida. Ela é filha de Eurico e vive em um relacionamento as escondidas com Dodó, que é seu "segurança", ele vive lá disfarçado, pois ele é filho de Eudoro, o qual pensa que ele está em Recife, estudando. Caroba, que é funcionária de Eurico, é a única pessoa que sabe o que Eudoro quer e que sabe do relacionamento de Dodó e Margarida, então ela vai fazer diversas tramoias para essas pessoas ficarem juntas, pois assim ela se beneficiária e podia casar com Pinhão. Ele é funcionário de Eudoro, o qual leva a carta até Eurico, vive dizendo ditados populares, morre de ciúmes de Caroba e tem Benona que é irmã de Eurico e ex-noiva de Eudoro, a qual ainda tem sentimentos por ele. Depois de enviar a carta, Eudoro avisa que vai fazer uma visita a Eurico o qual acha que ele quer dinheiro emprestado, ele chega e é bem recebido por Caroba, a qual já tem tudo planejado, ela faz um acordo com Eurico de ele pedir vinte conto para Eudoro no jantar, que é para o casamento dele com Benona e ao receber ele não dá esse dinheiro a ela. Eudoro assim que chega, pede um jantar e uma entrevista com Margarida e no dia dessa entrevista Pinhão e Dodó vão ficar com ciúmes da sua esposa e para ver o que vai acontecer se esconde, nessa entrevista quem era para ir era Margarida, mas quem vai é Benona com o vestido de Margarida, no dia dessa entrevista vai acontecer diversas confusões e uma delas é por que Eurico acha que a porca que vão comer no Jantar é a porca dele, mas depois ele ver que não é, ele vive mudando a porca de lugares e vive se questionando entre o santo e a porca. Nesse dia Eurico tem a ideia de ir esconder a porca no cemitério e Pinhã houve ele dizendo onde é o esconderijo e depois vai lá roubar a porca. Durante a entrevista, vai haver diversas confusões, mas no final os casamentos dá tudo certo, Caroba e Pinhão, Margarida e Dodó, Benona e Eudoro e Eurico fica só e atrás da porca, perguntando por ela a Santo Antônio, o qual ele descobre que foi Dodó que robou e depois de muitos discussões eles fazem um acordo e Eurico terminar sozinho, sem dinheiro e triste.
Gostei muito da obra e recomendo a leitura, no início é normal achar um pouco confusa mas ao desenrolar vai melhorando, percebemos que na obra podemos relacionar diversos personagens com os da obra o Auto da Compadecida, como Eurico com o padeiro, Caroba com Chicó. Apesar de ser uma obra de comédia ela retrata, sobre temas importantes, através da história, podemos atentar para desdobramentos mais complexos, como a relação do homem com o divino( pela devoção que Eurico tem a Santo Antônio) e com o mundo material ( pela relação dele com a porca de madeira). Na obra os personagens representam diferentes classes sociais e existe uma critica a vida difícil no Nordeste, gerando uma divulgação da cultura nordestina. E nós deixar uma ótima lição de moral, pois Euricão ter um triste fim, termina sem o dinheiro e sozinho e perceber que o dinheiro que guardou a vida toda não vale mais nada.