La Oliphant 28/09/2021
Talvez você ainda não saiba disso, mas a Scarlett Peckham é relativamente nova no mercado dos romances de época. O duque que eu conquistei foi o seu primeiro livro publicado, sendo parte de uma trilogia extremamente sedutora e completamente diferente de tudo o que você provavelmente já leu de romances de época.
Esqueça Julia Quinn, Sarah Maclean ou Tessa Dare.
Scarlett Peckham chega ao brasil com Os Segredos de Charlotte Street pela editora Arqueiro e uma proposta ousada para os seus romances.
Você está preparada para entrar de cabeça no submundo de prazer que é Charlotte Street? Eu, confesso, não estava.
UM HERÓI SUBMISSO
O primeiro livro dessa trilogia maravilhosa nos apresenta ao duque de Westmead. Um homem atormentado pelo seu passado devastador que, como todo o aristocrata responsável, precisa produzir um herdeiro que dê continuidade ao seu legado.
Infelizmente, os requisitos para ocupar o cargo de duquesa são um pouco complicados. Westmead precisa de uma mulher que não questione suas atividades noturnas e, principalmente, não esteja procurando uma união que inclua amor.
O que mais me atraiu no nosso herói foram as atividades clandestinas.
No começo do livro fica um pouco difícil de entender a natureza do que Westmead realmente faz em Charlotte Street.
Nós sabemos que tem uma chave envolvida e muito cuidado para não ser descoberto, mas é só quando ele começa a apresentar certos tipos de comportamento, é que fica claro o que é que ele realmente está buscando.
POPPY É UMA FORÇA DA NATUREZA
Eu sou completamente apaixonada pelo poder que o romance de época tem de dar vida a personagens femininas empoderadas que, mesmo quando a sociedade faz um esforço enorme para privá-las de seus sonhos, ainda assim elas encontram um jeito.
Um dos pontos que mais me atraiu nela como protagonista foi o fato de, apesar da atração por Westmead ser muito forte, ela não estava disposta a abrir mão dos seus sonhos ambiciosos e nem a arriscar a sua reputação por uma noite de prazer.
O que faz poppy a mulher perfeita para o nosso duque é o fato de ela ser uma dominadora por natureza.
Ela gosta de estar no controle da situação, de ser a pessoa que dá as ordem e que tem os seus desejos realizados. Por isso, e também outros motivos, casamento sempre soou como um problema, muito mais do que uma solução.
Geralmente, nos romances de época, é necessário que os personagens abram mão daquilo que desejam para ficarem juntos, mas nesse primeiro livro, nossos protagonistas conseguiram tudo e eu amei como a autora conseguiu fazer isso acontecer.
UMA NOVA PROPOSTA DE ROMANCE DE ÉPOCA
Quando eu peguei esse livro pela primeira vez, confesso que não esperava um enredo que girasse em torno de uma casa de BDSM.
Me surpreendeu e me chocou, mas de uma forma positiva.
A Peckham leva o fator “explorar sua sexualidade” em um outro nível em O duque que eu conquistei — e acredito que na série toda também. Você não só tem uma heroína no controle de tudo, como você tem um herói que, geralmente é colocado em uma posição de poder, cedendo aos desejos de sua amada.
E isso é feito de uma maneira muito sedutora e, ao mesmo tempo, com muito cuidado.
Pra mim, a autora conseguiu encontrar um equilíbrio perfeito entre as cenas de sexo e a construção do romance entre os personagens, simplesmente porque um não conseguia existir sem o outro no livro.
SCARLETT PECKHAM TEM UMA ESCRITA IMPECÁVEL
Não foi difícil me envolver com a história destes dois personagens e me apaixonar por eles a medida que eles se apaixonavam um pelo outro. Peckham conseguiu me entregar um romance bastante genuíno entre pessoas machucadas pelo passo que conseguiram encontrar um futuro juntas.
Os diálogos são muito bem construídos e a dinâmica de dominação entre os personagens fica em evidência mesmo nas cenas onde eles só estão em uma discussão muito calorosa sobre quem está certo ou errado (geralmente a Poppy tá certa).
Eu gostei muito do cuidado que ela teve para começar a amarrar a nossa trilogia desde o primeiro livro, nos deixando conhecer alguns personagens que serão apresentados de maneira mais profunda nos volumes seguintes. Inclusive, ansiosa demais para O Conde que eu Arruinei.
Embora o enredo tenha algumas falhas de continuidade e questões que ficaram em aberto ou não tiveram consequências, a minha primeira leitura de Scarllet Peckham foi, num geral, fantástica.
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