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12/01/2021Apaixonadíssima!Simplesmente encantada com Meia-Noite, Evelyn! Babi A. Sette nos entrega tudo que ansiamos em um romance de época, cheio de emoções. Apaixonadíssima pelo exemplar e seus personagens!
Evelyn Casey está em apuros. Para ter onde morar e manter a a tutela da meia-irmã, Violet, ela precisa urgentemente casar. Com a mãe e o padrasto falecidos somado da ausência do novo duque por vários anos, seu tio, o conde Derby, entrou com pedido para receber o título e assim tirá-la da propriedade. No entanto, quando a rainha convoca a volta do duque desaparecido fazendo exigências que Harry Montfort precisará cumprir, Evelyn acabará tendo uma oportunidade de alcançar o que quer. O único problema, é que apesar de ter que arranjar um pretendente o mais rápido possível, ela acredita em um matrimônio com amor, com o felizes para sempre. E casamento de aparência com Harry está longe de ser o que almejava porque ele não acredita mais nesse tipo de sentimento. Será capaz dela entrar nesse compromisso sabendo o que perderá para sempre? Ou tentará mudar as atitudes dele?
É um desenvolvimento incrível, principalmente quando penso nos pequenos aspectos da trama. Além da óbvia concepção do romance, a obra possui elementos cômicos, de drama e conjunturas emocionantes que engradeceram a história. A forma como esses componentes aparecem na construção dos acontecimentos nos prende do início ao fim, fazendo com que não exista cansaço no transcorrer da leitura. Fui literalmente conquistada! As quase 400 páginas são extremamente fluidas, ricas em aventuras, ocorrências e muita paixão. Além disso, temos uma grande inspiração no conto de fadas Cinderela, que com características ímpares da autora, tornou-se algo único.
Vale ressaltar que tivemos abordagem de assuntos relevantes e alguns outros sensíveis — ainda que superficialmente — nos traumas e medos dos protagonistas. Teremos mais uma vez a força feminina estando presente no gênero e sendo fundamental para as cenas, além de pincelar sobre abuso infantil, abuso de mulheres e a impunidade de homens com alta hierarquia. É certeiro o desfecho que a autora escolhe para esses tópicos.
"Era inegável também que existia entre eles — mesmo que não entendesse o porquê ou se aquilo era algo normal entre duas pessoas que falavam sobre a possibilidade de terem intimidades — uma eletricidade irresistível, um magnetismo, uma força que a fazia ter vontade de dizer sim a qualquer custo." pág. 60
Sobre nosso casal , tanto Evelyn quanto Harry são sensacionais. De personalidades tempestuosas e fortes, foi perfeito acompanhar o desabrochar dos sentimentos e o amadurecimento deles como pessoas. Gosto do fato deles terem qualidades e defeitos expostos, de assumirem os seus erros e os acertos, de correrem atrás do que querem, de enfrentarem os medos e receios, então foi fácil ser atraída pela dupla. Que aliás, quando estava em conjunto, demonstravam uma química explosiva fora do comum.
E não somente eles, os personagens secundários também tem seus destaques! Impossível não ser cativada pelas irmãs da Eve, pelo amigo do duque e por um animalzinho bem peculiar que quando aparecia, roubava a cena: a raposa Foxy! É um grupo harmônico, que exalava cumplicidade familiar muito bonita de se observar e entender. Particularmente, acredito ser um dos maiores destaques da obra.
E não poderia faltar, um final cheio de expectativas. O enredo é elaborado com a perspectiva de que em alguma circunstância decorreria o grande ápice da narrativa — que é a quebra da barreira dos traumas passados — e ele vem perto do final, nos deixando tensos de qual seria o resultado dessas ações. Sem soltar spoilers, posso afirmar que saio feliz com o que encontrei e não mudaria nada do que foi feito. Inclusive existe um plot twist tão estarrecedor, que abre possibilidades de uma continuação inusitada.
De uma forma geral, recomendo demais Meia-Noite, Evelyn! É um romance de época encantador e que com certeza agradará aos fãs do gênero — inclusive, converteu-se no meu livro favorito da Babi A. Sette. Prontas para conhecer uma impulsiva jovem ruiva?!
"Era confortante e perigosa a maneira como seu coração aquecia toda vez que se encontravam e ela sorria. Tinha que admitir que, maldição, estava começando a gostar e muito de ser esperado, das conversas sem pressa, de conhecê-la melhor. E isso era prazeroso e assustador. Era acostumado com a solidão, com a ausência de sorrisos, com não ser esperado. Não sentia falta de nada diferente, e agora? Agora estava ansioso e desconfortável ante a ideia de ela se afastar por alguns dias da casa." pág. 148
Na parte física, a capa é linda! Foi a primeira coisa que me chamou atenção e ela representa acertadamente seu conteúdo. A diagramação é a padrão da editora Verus, sendo espaçada e confortável de ler. Possui detalhes nos inícios de capítulos e nas quebras de texto. Não encontrei nenhum erro de revisão ou ortográfico. A narrativa é feita em terceira pessoa pelos dois pontos de vistas.
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