The Word for World is Forest

The Word for World is Forest Ursula K. Le Guin
Ursula K. Le Guin




Resenhas - Floresta é o nome do Mundo


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gmorgana 21/08/2023

O ser nasce bom e é corrompido
Eu nao consigo fazer resenha sem comparar, e esse aqui é tipo avatar, o drama do colonizado e do colonizador. Ninguém consegue ser o mesmo depois de conhecer o que é o mal. Ou será qie só faltava um estímulo adaptativo? Cuidado com gatilhos de violência e tbm violencia s3xu4l
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Aline.Armond 19/08/2023

Muito bom
Esse é o terceiro livro da Ursula que leio e, apesar de ser o que menos gostei dos 3, é um dos livros que mais gostei na vida haha, isso pra dizer o quanto as histórias dela são certeiras pra mim. Essa, em específico, critica a colonização, o imperialismo, a falta do sonhar nos yumanos, só crítica necessária e de um jeito fantasioso. Achei que faltou um pouco de profundidade e se perdeu em tantos nomes diferentes de lugares. Algumas pessoas tb podem se incomodar com o fato de que a mensagem passada é bem explícita, mas isso não me incomoda. Gostei mt ??
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leitor_existencial 07/08/2023

Depois disso tudo, eles saberão o que é a violência?
Athshe é um planeta coberto de árvores e vegetação, muito parecido com a Terra, tanto em sua fauna quanto em sua flora. Mas há uma diferença: em vez de ser dominado por seres humanos, seus moradores são humanóides pequenos, com pouco mais de um metro de altura e pelos verdes pelo corpo. Um povo pacífico que não conhecia a violência. Assim, o homem viu a oportunidade perfeita de explorá-los, juntamente com seus recursos naturais. Até que ocorre algo que faz esses humanóides se revoltarem contra seus invasores.

"Floresta é o Nome do Mundo" é um dos livros que fazem parte do Ciclo de Hainnish, mas que pode ser lido independentemente. Nele, a autora abordará temas como a violência da colonização, onde o ser humano usa o planeta Athshe para a extração de madeira, escravizando assim os athsheanos, obrigando-os a trabalharem incessantemente. Uma grande crítica, ao meu ver, a exploração e dizimação dos ameríndios nas Américas.

Ursula K. Le Guin traz temas tão atuais e pertinentes da nossa sociedade, com uma pegada de ficção científica, mesclando assim uma escrita crua, direcionada a nos causar desconforto ao imaginar tamanha atrocidade com diferentes povos e com o nosso planeta.

O livro é intercalado do ponto de vista do colonizador e do colonizado, onde vemos as atrocidades cometidas pelo ser humano através da visão de Davidson e o ponto de vista de Selver, tentando proteger seu povo e em busca de vingança.

A premissa de humanos invadindo um planeta em busca de recursos naturais me lembrou Avatar, principalmente pelas questões ambientais abordadas.

Uma história que nos apresenta temáticas como genocídio, estupro, ecocídio, xenofobia, violência e desmatamento. Uma escrita forte, mas com uma mensagem real e dolorosa.
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Aline Teodosio @leituras.da.aline 31/07/2023

A narrativa se passa em torno de uma expedição humana que chega ao exuberante planeta Athshe, com o intuito de extrair recursos, a madeira principalmente, para suprir as necessidades da Terra já devastada.

Athshe logo se torna uma colônia de exploração onde os humanos tiram tudo o que podem, escravizam seus habitantes, submetendo-os ao trabalho pesado, tratando-os como verdadeiros animais. Animais esses que, segundo o "ser supremo e poderoso", o humano, não têm sentimentos e são desprovidos de inteligência, logo, só servem para satisfazer as vontades de seus mestres. Nós já vimos esse filme, né? Nada de novo no front... Mas, os nativos de Athshe não são tão passivos quanto parecem, e depois de um estopim, uma verdadeira revolução será travada.

Diante de todo esse cenário, mergulhamos em algumas reflexões acerca da ambição humana. Até onde somos capazes de chegar para afirmarmos o nosso poder? Quantos limites somos capazes de ultrapassar para atingirmos os nossos objetivos? A que custos? Até onde a nossa ganância nos impulsiona? E onde fica a ética frente a isso tudo?

Esse foi um livro curtinho, e embora não tenha muito aprofundamento em algumas questões levantadas, foi uma leitura bem densa. Algumas passagens foram bem indigestas e eu senti vergonha da humanidade, porque aqui não é só uma obra de ficção, a história nos conta diversas dessas atrocidades reais.

Não sei se existe vida em outros planetas, mas se existir, desejo fortemente que os humanos nunca consigam chegar até lá. Que o ego inflado, o sentimento de superioridade exacerbada e o caráter corrupto fiquem só por aqui mesmo. O Universo agradece!
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Mawkitas 29/07/2023

A violência muda tudo
Pra mim esse livro foi um soco no estômago. É uma crítica intensa à violência, à desumanização de quem é diferente. Le Guin escreve ficção científica mas na verdade fala sobre questões atuais, sobre misoginia, sobre racismo, sobre a objetificação do outro e sobre como a violência pode ser insidiosa. O pior: às vezes violência só se resolve com mais violência e mesmo que a barbárie pareça ter terminado sobra no fim um novo sujeito que já não é mais vítima, já não é mais resistência mas sim um sujeito agora atravessado por esse novo vazio e desesperança que a prática da violência produz. Sobreviver, defender a própria vida e direito à existência e singularidade também cobra seu preço. É importante, é necessário, mas também é uma merda.
Alê | @alexandrejjr 24/08/2023minha estante
Então é uma boa ficção científica! Esse gênero só presta, verdadeiramente, se for um espelho do presente que projeta o futuro, em geral com pouquíssimo otimismo...


Mawkitas 30/08/2023minha estante
Sua definição de ficção científica é basicamente o que eu procuro em um bom livro do gênero mesmo. E uma espécie de niilismo também.




hellensbruzzi 18/07/2023

Demorei um pouco pra refletir sobre esse livro, a proposta dele é muito boa e ele é escrito de uma forma simples que deixa muito explícito o objetivo e o que quer dizer, mas apesar disso, os temas são tão complexos que acabam te deixando muito pensativo e num primeiro momento não consegui definir se havia ou não gostado dele.
Justamente por ser tão direto, eu fiquei pensando se havia sido uma escrita boa, pois a autora deixa claro o que é bom ou não, você não tem um espaço pra refletir sobre as razões do Davidson, ele era horrível e ponto, enquanto você sabia que o Selver era o heroi, o escolhido e que estava certo sobre suas ações; também, a forma como ela expõe os acontecimentos, não são de uma forma direta, na maioria das vezes eram relatados através dos pensamentos e lembranças dos personagens, além de a parte da ação acontecer muito rapidamente sem grandes explicações do que havia acontecido.
Depois de pensar sobre meu estranhamento com a forma como a história foi narrada vi que não estava acostumada com a escrita da autora, pois ela não estava preocupada em explicar cada instante da história e sim em relatar o que havia de importante no dilema dos personagens e apresentar como o colonialismo age em uma sociedade, deixando claro pra que não ficasse dúvidas a ninguém o mal que causa.
Um personagem que me deixou muito pensativa foi o Lyubov, eu queria saber mais sobre ele e fiquei um pouco chocada com o desfecho que teve. Também fiquei muito interessada na estrutura daquela sociedade, gostaria que tivesse algum conto pra entender melhor sobre aquela espécie e como ela vivia.
Para encerrar e vendo agora, acho que foi um livro excelente e muito didático. Apesar de ser fictício, conseguimos relacionar com a história do nosso mundo com colonialismo e exploração. Recomendo fortemente a leitura.
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vinícius 10/07/2023

O protagonista nativo ser marcado por cicatrizes e ter uma identificação com toda a população, a floresta e o mundo como um todo, tem o peso gigantesco na crítica da colonização e do imperialismo. marcas eternas em civilizações exploradas, com a justificativa da lógica de produção capitalista, que apenas destrói tudo que toca
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Laís 01/07/2023

Achei a premissa da história de Avatar. Questões ligadas ao meio ambiente e a invasão de novas terras. Não me surpreendeu muito, mas foi bom.
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Ana Sá 30/06/2023

Muito bom, nota 3!
Quando eu dava aulas de redação (saudades!), uma aluna (engraçada e dramática) certa vez esbravejou: "Ah, Ana, sempre assim: 'Muito bom, nota 6!'". Rindo desse protesto, calmamente eu repeti o que ela já sabia: "Isso mesmo... Você defendeu um argumento crítico, sólido, um argumento 'muito bom', mas escorregou no desenvolvimento...". Uma lacuna aqui, um senso comum ali, um vocabulário limitado lá... Mas argumentos muito bons!

É óbvio que corrigir redação não é igual a resenhar e avaliar um livro, sobretudo no meu caso, que me entrego à paixão/despaixão nas minhas leituras pessoais. Como professora, não há espaço pro meu eventual "gostei/não gostei" na hora de dar uma nota. Já aqui, com a pobi da Le Guin, eu descontei estrelas também (mas não só) pela minha (falta de) emoção. Eu diria que no meio da leitura o livro ficou morno e que o final foi igual ao meio... Achei monótono mesmo, sabe? A meu ver, trata-se de uma ficção científica com pontos fortes no conteúdo, mas crua na linguagem e simpatizante de alguns lugares comuns. Ou seja: uma típica leitura "Muito bom, nota 3!".

O enredo é o seguinte: com a escassez de madeira na Terra, acompanhamos a colonização do planeta Athshe e os conflitos da relação entre os colonos (os "terráqueos") e os creechies (os "nativos"/"indígenas"). São três as personagens principais: Davidson (o colono detestável), Lyubov (o colono gente boa) e Selver (o nativo que faz a ponte entre os dois mundos, assumindo inclusive o papel de tradutor).

Leitoras bem informadas já me disseram que esta talvez não seja uma boa porta de entrada para a ficção de Le Guin, escritora famosa sobretudo pelas obras "A mão esquerda na escuridão" e "Os despossuídos". Ainda assim, acho que consegui encontrar indícios do porquê de a autora ser aclamada por parte significativa do público e da crítica. "Floresta é o nome do mundo" faz uma crítica à colonização bastante complexa, tocando desde questões étnicas e ambientais, até pontos relativos à colonização do pensamento e da linguagem, não necessariamente nesta ordem. O modo como são inseridos elementos como a importância dos sonhos e da ancestralidade para os creechies ecoa (na minha leitura) certos aspectos da cosmovisão de povos indígenas da América do Sul e da África, convidando as leitoras a repensar a racionalidade eurocêntrica. Por exemplo, assim como o líder yanomami Davi Kopenawa afirmou que "os brancos dormem muito, mas só conseguem sonhar com eles mesmos", Selver nos dirá "vocês dormem, acordam e esquecem seus sonhos, dormem novamente e acordam novamente, e assim desperdiçam sua vida inteira".

Não por acaso, me informaram que Le Guin é filha de antropólogos... Coincidência? Acho que não. Aliás, associar o livro à sua biografia só soma positivamente... Uma mulher branca e estadunidense publicar um livro desses na década de 1970 é um pouco fora da curva. E a atualidade do que está escrito ali entristece na mesma medida em que enaltece a obra. Os diálogos de Lyubov e Selver sobre a amizade que surge entre eles a partir de seus esforços conjuntos de tradução da língua de seus povos é bonito e também interessantíssimo em termos linguísticos (eu realmente gostei do jogo de palavras que vai sendo jogando ao longo do livro - "A palavra athsheana para mundo também é a palavra para floresta"). Por outro lado, os capítulos dedicados exclusivamente ao vilão Davidson e aos demais colonos são chaaaatossssss, paradoxalmente são trechos muito objetivos mas quase sem nenhum propósito. Percebi que faz parte do projeto da autora essa mudança de tom, mas achei que ficou destoante demais. Chato, chato.

Mas ainda não falei do maior incômodo: Davidson é um vilão verosímil; como ele, há muitos "colonos" machistas, gananciosos, violentos, opressores etc. 17, 22 etc. Mas na obra essa figura é unidimensional, nada complexa. E isso, pra mim, faz o livro escorregar QUASE que numa visão do "bom selvagem"; me explico: de um lado (na Terra), o pior do ser humano representado em Davidson; de outro (em Athshe), a pureza, a bondade. E digo "quase" porque a obra extrapola sim esse maniqueísmo, mas ao mesmo tempo em que flerta com ele. Sei lá, pra mim faltou complexidade na composição das personagens, sabe? O que vi foram ideias e passagens fortes, poéticas, alternadas com outras meio "pá-pum, é isso aí".

E é isso aí mesmo. É um livro bom. Em alguns pontos, achei muito bom! Mas não entregou tudo que podia ou que parecia prometer. Ou talvez esta seja apenas eu e a minha despaixão por ficção científica que envolva mais de um planeta (viagem no tempo, terrorismo biológico e robôs são bem mais legais, vai!).

Obs. 1: ouvi algumas pessoas relacionarem este livro a Avatar! Eu cheguei a assistir o primeiro filme, mas a minha falta de memória não me permite traçar paralelos.

Obs. 2: estou refletindo aqui e acho que (seriamente) eu recomendaria uma leitura restrita aos capítulos 1, 2, 5 e 8 deste livro! rs.
Flávia Menezes 30/06/2023minha estante
Que resenha, amiga! ???? Sem palavras! Mas eu estou agora aqui pensando: ela dava aula de redação?. Vou sempre caprichar bem no que eu escrevo, porque amiga?que olhar o seu! Estou encantada com a forma precisa que você detalhou os pontos. Achei técnico em um nível que mostra a profundidade do seu conhecimento. E acima de tudo, está formidável! ????


Ana Sá 30/06/2023minha estante
Flávia, olha quem fala, né? rs Suas resenhas são sempre impecáveis, sua escrita é tão boa de acompanhar! ?

Mas fica beeem tranquila pq a última coisa que eu quero fazer qdo não estou trabalhando é ser corretora/fiscal do texto das pessoas na internet! haha Além disso, nosso uso aqui na internet é outro, né... Eu mesma pra expressão certas emoções tenho a necessidade de comer uns plural às vzs! rsrs

Obrigada pela leitura da resenha? Fico muito feliz que você tenha gostado! ??


Flávia Menezes 30/06/2023minha estante
Amiga, você disse tudo: na internet precisamos nos permitir falar essa linguagem sem pressões e nos divertir! E nada de trabalho mesmo! Só descanso, não é? Faz bem! ??

E eu preciso dizer: estava ansiosa por essa resenha pelo que você já vinha postando aqui. E foi ótimo ler e tirar todas as dúvidas que surgiram. Resenha perfeita mesmo ??


dani 30/06/2023minha estante
Amei sua resenha, Ana! Os últimos livros de ficção científica que li me desanimaram bastante exatamente por causa do machismo e misoginia gritantes nas obras. O pior é que apareciam como algo normal, não como algo a ser combatido. Enfim, mesmo sem gabaritar a nota, acho que um dia vou dar uma chance para esse livro.


Carolina.Gomes 01/07/2023minha estante
Eu amo suas resenhas. Quero muito ler ou não a partir delas kkkk


Ana Sá 01/07/2023minha estante
Dani, eu não comentei mas neste livro eu também gostei do fato de a autora não se esquecer da questão da violência sexual que marca processos de colonização... Dizem que nos outros livros ela explora bem questões de gênero também... Se vc ler, vou ficar de olho nos seus históricos!


Ana Sá 01/07/2023minha estante
Carolina, sofro do mesmo "mal" ao ler suas resenhas! ?


JurúMontalvao 02/07/2023minha estante
? 'leia, mas só uns pedaços' kkkk taí uma indicação sincera?


Ana Sá 02/07/2023minha estante
hahaha ri alto aqui Juliana


livrosepixels 28/03/2024minha estante
A primeira vista parece mesmo ser o enredo base de Avatar, e não é por menos. O filme Avatar tem forte influência nessa obra (que foi escrita em 72, enquanto o filme, começou a ser escrito em 99). A relação entre nativos e floresta, a pureza de um mundo intocado, a destruição levada pela humanidade, são bastante similares. Se o filme não mudasse algumas coisas, iria ser uma adaptação clara desse livro hauah


Ana Sá 15/04/2024minha estante
Ahh, agora preciso assistir de novo avatar!!




Andre.Pithon 19/06/2023

Floresta é o nome do mundo foi uma leitura feita com motivações extremamente questionáveis, e antes mesmo de abrir o livro declarei para mim mesmo que precisava gostar dele, independente do conteúdo em si. Deplorável, eu sei, as segundas intenções que movem a humanidade. Já marcado por um histórico complicado com Ursula Le Guin, tendo lido Earthsea e, mesmo reconhecendo a importância, achado insuportável de chato (que nem LoTR coff coff), comecei a ler com medo. Talvez tivesse que mentir muito.

Não precisarei.

Floresta é o nome do mundo é uma história extremamente simples, carregando o plot de Avatar (azul, não careca), no qual humanidade encontra planeta alienígena feliz e bucólico e decide que ia ser top demais começar a desmatar as coisas. Alienígenas ficam tristes. Guerra estoura. Nada de novo sob o sol, mas em 1972 não era tão comum assim, e o livro conseguir se manter extremamente contemporâneo é um feito a se admirar. Mas diferentemente de Avatar, Floresta consegue criar bons personagens, e marcar a dor e o sofrimento propagado pelo conflito. Pois a dor é o tema do livro.

Todos os personagens são transformados pelo conflito, toda uma espécie, pois a guerra e a violência deixam marcas, e é isso que os yumanos trazem. Genial a leve alteração de "humanos" no dialeto local para simbolizar o quão próximos eles estão dos humanos, mas o quanto lhes falta de humanidade. Yumanos portanto.

Cada capítulo muda de perspectiva, saltando dos colonizadores mais deploráveis, com uma voz fortemente odiosa e poderosa de se ler, carregada de tudo que há de errado na yumanidade; para os Athsherianos aprendendo a se defender e matar; para cientistas humanos mais redimíveis pendendo na fronteira entre um e outro. Diferente de Earthsea, onde a voz é massante e devagar, aqui Ursula cria capítulos extremamente distintos um do outro, em um mosaico de vozes que se move rápido, e dá um ritmo acelerado pra história. Sua prosa é competente e com passagens ocasionalmente bonitas, elevando-se acima da maioria do estilo seco de ficção científica, e deixando claro sua posição como uma das pioneiras da área.

Em alguns momentos o humor não é bom, com uns personagens dando uns apelidos meio questionáveis uns pro outro, mas pode-se dar por conta de perda de jogos de palavras na tradução, ou porque o personagem que mais costuma fazer isso é um imbecil completo (e se tal evento fosse presente apenas em seus PoVs, não haveria problema, mas dá as caras aqui ou ali nos capítulos de Lyubov)

A narrativa se desenvolve dentro do esperado, mas há escolhas extremamente única, que jamais seriam vistas se a história fosse contada por uma obra menor (como em Avatar, que serve apenas para ver 3d bonito). Da metade do livro para frente surge estranhas relações com um novo governo intergalático recém formado, levantando uma nova e fascinante facção no jogo, que chacoalha o status quo. Os Athsherianos possuem a capacidade de alterar entre sonho consciente, vivendo entre dois mundos, e sua cultura é construída a partir dessa capacidade de viver na fronteira, de alucinar sóbrio, de se conectar com a Floresta, que é o mundo; assim como a Terra é o mundo yumano. O conceito de Deus/Tradutor Athsheriano é um desenvolvimento único, e consegue fechar o livro de forma extremamente satisfatória.

Clássica, é uma obra cuja mensagem é óbvia, colonialismo bad, mas trás muito mais camadas e nuances que o (não-merecido) vencedor do Nebula desse ano, Babel, e tem mais a dizer. O final sobre a propagação da violência e a permanência da mudança, por mais que se tente reverter, é bonito. Ursula na década de 70 já superava grande parte da premiada fantasia contemporânea.

Fico alegre de genuinamente ter gostado do livro, a ponto de cogitar em breve mergulhar em mais Sci-Fi da autora. Sci-Fi. Não toco em Earthsea novamente nem com uma arma na minha cabeça.
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rfvlsht 04/06/2023

Precisarei dar uma segunda chance
Não curti muito, mas acredito que pelas ideias exploradas no livro, vale demais ser relido posteriormente. Tenho um pouco de dificuldade de imaginar algumas das coisas e não tem linearidade, porque a história é contada a partir de diferentes perspectivas, tornando um pouco dificil de compreender em alguns momentos.
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Professor Eddie 26/05/2023

Uma triste similaridade com a atualidade
Esse livro me trouxe algumas comparações com o mundo atual. O homem destruindo tudo sem se preocupar com O futuro ou com outro povo em uma espécie de "xenofobia" interestelar.

Esse livro escrito pela Ursula K. Le Guin fala de um planeta que está sendo colonizado pela humanidade e mostra a relação de colonização que ele tem em relação aos nativos do planeta.

Essas ficções científicas que fogem daquele padrão de guerras interestelares e viagens cósmicas tem me interessado muito, pois nos dá uma nova perspectiva do ser humano e de autores e autoras fora do padrão euro americano branco que dominam as publicações.

Mais uma autora clássica que não tinha lido pra lista.
Amei e lerei outras obras da Ursula K. Le Guin
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Gabriela.Alvim 17/05/2023

Me fez viajar
Se passa em outro planeta mas consegue conversar com a realidade que temos com a natureza que nos envolve.
Foi meu primeiro livro dela e diria que começou bem. Por mais que tenha gostado bastante da história, sinto que poderia ter sido trabalhado mais, trecho ls mais desenvolvidos. Poderia ter facilmente umas 300-400 páginas e eu leria com prazeer
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