Luh 10/03/2022
A verdadeira essência do homem
Esse livro me lembrou "Ensaio sobre a Cegueira" em alguns aspectos, principalmente onde Saramago diz "dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos".
No "O Homem Invisível" acontece o mesmo problema interior. O quão longe de nossa "humanidade" conseguimos chegar, para alcançar essa coisa grotesca e brutal que temos dentro da gente?
Se não pudermos ser vistos, podemos nos transformar em qualquer coisa? Podemos garantir nossa impunidade, fazer o que quisermos - não importa o quão cruel seja - sob a capa do nosso anonimato?
Se não há um rosto para culpar, um nome para chamar, uma presença visível para apreender, o quão longe das regras de sociedade e etiqueta um homem pode chegar sem que seja responsabilizado e punido? É assim que encontramos nossa verdadeira essência? Longe dos olhares alheios e das convenções da sociedade? Será que se fosse assim, todos evocaríamos o que temos de pior dentro de nós? Será que voltaríamos aos nossos primórdios e só teríamos a oferecer a brutalidade, latrocínio, assassinato, crueldade, tortura física e psicológica, simplesmente porque podemos?