Marielly.InAcio 21/03/2021
Te faz pensar sobre o racismo e suas diversas formas de manifestação.
No livro são apresentadas duas amigas de infância de origem negra, que em razão da tonalidade da pele, podem facilmente se passar por brancas. Elas se afastam durante a adolescência e perdem o contato por anos. Já adultas, estas mulheres, que seguiram caminhos opostos, se reencontram.
Irene Redfield se orgulha de pertencer a comunidade negra, ao passo que Clare Kendry tira proveito da tonalidade mais clara da pele, pra se passar por branca e manter um casamento por conveniência com um racista, que obviamente desconhece a árvore genealógica da esposa.
A história se desenrola abordando questões como preconceito racial e o embranquecimento. Tudo isso é apresentado nas interações sociais entre as protagonistas e os demais personagens do livro, o que acontece após a reaproximação um tanto forçada entre duas mulheres com personalidades bem diferentes.
O final foi repentino, confesso que não esperava o desfecho escolhido pela autora, mas ainda assim, gostei bastante.
A leitura foi válida, principalmente, por expor como alguns negros miscigenados negam sua ancestralidade e buscam o branqueamento dos seus descendentes, mostrando o quanto o racismo está entranhado na sociedade, ainda que às vezes ele não pareça explícito. Mesmo porque, o desejo de um negro ser branco nasce do medo de não ter oportunidades, de ser rejeitado, de não ter livre acesso a determinados locais, de sofrer preconceito e discriminação.
Basicamente, é o racismo que sustenta a tese do branqueamento e se não fosse por ele, nenhum negro teria vergonha da cor de sua pele ou negaria suas raízes culturais. É um livro que te leva a reflexão.