Questão de Classe

Questão de Classe Christina Dalcher




Resenhas - Questão de Classe


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Joi Coimbra 23/03/2021

[...] e se fosse a sua filha?
O livro traz muitos reflexões. Gera incômodo, você se coloca no lugar na mãe, das filhas, da sociedade ali criada, nos faz imaginar quão cruel as pessoas podem ser, e qual o limite (de vários aspectos).

Os capítulos são curtos, fluídos, escrita fácil, envolvente. No entanto, o fim achei corrido, muita coisa pra resolver pra pouca página, tinha grandes expectativas sobre o final, e infelizmente para mim não foi atingido. Mas não deixa de ser uma leitura necessária, necessária pra entender o que não queremos, o que não aceitamos, e etc...

?Categorizamos, comparamos e inventamos formas de nos segregar em times, como na aula de educação física da escola. Escolho você, dizemos. Mas não ele. Alguém sempre fica por último; alguém sempre está no fundo do barril, o último a ser escolhido.?
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Coisas de Mineira 13/04/2021

“Questão de Classe” é o novo livro da autora Christina Dalcher, publicado no Brasil pela Editora Arqueiro. Sim, a autora volta com uma nova e excelente proposta de um universo distópico. Embora eu tenha me decepcionado muito com o final de “Vox” (seu primeiro livro), fiquei também muito ansiosa para dar uma nova oportunidade para a situação/problema criada por ela dessa vez. É sobre essa experiência de leitura que venho falar com vocês hoje.

A sociedade e sua mania de buscar a perfeição… Elena Fairchild é uma professora de um renomado colégio, um prata. E isso diz muito nessa nova organização social em que vive, ainda mais sendo esposa do idealizador de tudo isso. Mas suas vantagens não vem através de seus méritos como professora ou esposa, não diretamente. As pessoas agora tem seu valor medido através do seu número Q, e essa medição se inicia e tem seu principal foco nas crianças em idade escolar.

“Os ônibus amarelos só aparecem uma vez por mês, sempre na segunda-feira do dia de provas. E não retornam à tarde. Nunca voltam. Pelo menos não com passageiros. Além disso, não entram em bairros como o nosso.”

As crianças de médias 9 e 10 estão alocadas nas grandiosas escolas prata, as de média 8 nas escolas verde, agora abaixo disso… Bom, abaixo disso, após um teste mensal realizado em todas as escolas, essas crianças são recolhidas em suas casas e levadas para as escolas amarelas. Lá ficam longe de seus pais, podem receber uma visita ao ano e recebem uma educação voltada para a formação em atividades de suporte nos demais ramos. Não existe chance de ser grande ou “importante” vindo de uma escola amarela, mas a lógica é essa: você não merece.

As notas Q levam muito em consideração também. Apesar do principal ser as notas, considera-se também sua posição social, nota dos demais filhos ou irmãos e até mesmo atrasos e faltas no trabalho. Então Elena sempre viveu sua vida com certa “tranquilidade” em relação à seu número Q e o de sua família, ignorando os demais dramas e tristezas envolvendo os demais. Até o dia em que sua filha mais nova, Freddie, volta pra casa com uma nota baixa e precisa ir para uma escola federal amarela. Ela nunca soube do que seria capaz para salvar suas filhas, mas agora irá descobrir ao enfrentar todo o sistema.

“…o ponto crucial, o que as pessoas precisam entender, é que não somos todos iguais. Digam, pais, vocês querem seu filho em uma sala com alunos que se desviam do padrão? Com crianças que não têm capacidade para entender as lutas e desafios que seu filho de 5 anos enfrenta? Com professores cujo tempo é tão disputado que todo mundo, todo mundo, acaba se prejudicando?”

Em “Questão de Classe”, Christina Dalcher volta mais uma vez com um incrível recorte de um problema social, se inspirando corajosamente no nazismo e no movimento de eugenia americano. Sua composição da sociedade distópica é perfeita e te transporta facilmente para o local e para as vivências da personagem principal. Todos os elementos estão presentes: a revolta pela situação; a angústia pelo futuro; a curiosidade em saber como chegaram a esse ponto; e o medo e desespero pelas semelhanças encontradas com o que vivemos hoje.

O sistema de número Q criado em “Questão de Classe” teve como base a revolta por parte de pais e “pessoas de bem” que compraram o discurso da indignação pelo governo gastar dinheiro público com que “não merece”. Pais foram usados como massa de manobra ao serem questionados se queriam mesmo que seus filhos brilhantes ficassem misturados em escolas com outros jovens sem a mesma capacidade intelectual. Se queriam que o governo gastasse verba com estrutura e professores que não poderiam desenvolver igualmente todos os alunos devido à grande variação de capacidade.

“Não demorou muito para as pessoas ‘embarcarem no trem do bom senso’, como meu marido gosta de dizer. Claro, em troca de grandes mudanças na esfera da educação, o público precisaria fazer algumas concessões: os administradores, e não os pais, é que sabiam das coisas,”

E como toda ideia absurda baseada na exclusão e no capacitismo, com o consentimento social, não parou por aí. Novas regras começaram a ser implantadas, o cálculo começou a ficar mais complicado e novas variantes de desagrado “aos criadores” começaram a fazer parte da conta. Entendem então a gravidade a longo prazo (porque a de curto é evidente) desse sistema? Com a ampla gama de possibilidades de estar fora do padrão de perfeição, pode-se definir quem merece ou não continuar no convívio de todos e obviamente merece deixar suas informações genéticas para uma geração futura.

Sendo assim, situações incômodas e momentos de reflexão não faltaram para mim durante essa leitura. Por isso, mais uma vez eu esperava mais da autora na hora do desfecho. Pois é, mais uma vez me decepcionei com ela. Assim como disse em “Vox”, Dalcher parece ter deixado muito a ser resolvido no fim e concluiu metendo os pés pelas mãos. O seu padrão de escrita mais uma vez foi o mesmo: um início lento mas bem detalhado sobre a sociedade da história (necessário), um desenvolvimento moroso e com poucos acontecimentos marcantes, e um final acelerado repleto de situações sem muita explicação e até mesmo pouco críveis. Infelizmente!

Sei que muita gente gostou do seu primeiro livro, “Vox”, e acredito que isso seja de conhecimento da autora, pois em “Questão de Classe” ela praticamente usou o mesmo molde. Olha, em alguns momentos eu até achei que era a mesma protagonista! Mulher com grande papel no sistema, de formação profissional importante, marido omisso (mas justiça sendo feita, esse de agora é bem cruel), filhos que a motivam a lutar contra a opressão, uma filha encaixada nas novas regras e outra não, um amor do passado de quem nunca esqueceu… Muitas semelhanças!

Mais do que nunca eu torci para que Dalcher arrasasse no final, digno da grande ideia que criou. Mas acabou ficando até meio semelhante ao final do mais recente livro de uma famosa autora distópica (que tem uma série inspirada em sua obra suuuuuper premiada), com quem Christina Dalcher tem até sido comparada. No entanto, é ruim que não vale a pena ler o livro? De maneira nenhuma. Como eu disse, a história provoca incômodo e reflexão, além de mexer em uma boa ferida americana, que é seu antigo movimento pouquíssimo comentado de eugenia.

É inegável também como a identidade visual criada pela Editora Arqueiro para a autora é impactante. Assim como “Vox”, “Questão de Classe” tem sua capa toda branca com detalhes em um vermelho bem forte. Eu não sei vocês, mas quando pego um livro nessas cores já espero o impacto. E ele veio. Não tão forte como eu gostaria, mas veio! então meu conselho é para que não deixem de ler o livro, no entanto ignorem algumas pontas soltas ou enrolações e foquem em sua grande inspiração em fatos reais. Nas grandes chances de erros do passado serem facilmente replicados atualmente. Acredito, inclusive, que essa tenha sido a grande vontade da autora.

Por: Karina Rodrigues
Site: www.coisasdemineira.com/questao-de-classe-christina-dalcher-resenha/
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Lizandra.Mirelle 25/01/2024

Um futuro que nos serve de alerta
Pela nota da autora, parece que o livro foi baseado em fatos reais. O governo americano queria praticar a eugência em seu país, além de ter criado lugares para colocar pessoas que fossem consideradas "débis" mentais. Incrivel como isso é revisto na história do nosso mundo, a europa querendo embranquecer o mundo, Hitler fazendo exterminação dos judeus, a escravidão que houve por séculos.
Acho que o livro é sobre isso, pessoas com poder e inteligência, que usam isso para o mal e exterminar pessoas apenas por capricho e com ideias idiotas que tem.
A história é muito boa, a leitura te prende real e você fica comovida com a narrativa da Elena (chorei em muitas partes).
Recomendo.
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Ana 09/10/2022

Bom
Eu vinha gostando da leitura, não achei monótono como muitas pessoas comentaram. Achei que vinha numa crescente que estava me deixando empolgada. Mas em algum momento comecei a ver quantas páginas faltavam para terminar o livro e comecei a perceber que o final ia ser corrido. Não deu outra, o livro sobe, sobe, sobe e, de repente, morre. As informações começam a ser jogadas até meio sem muito contexto, a velocidade dos acontecimentos não deixa muito espaço para absorver a história.
De forma geral gostei do livro, mas o final poderia ser mais trabalhado.
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@juliaavictorino 24/02/2021

Que leitura incrível!
Um livro que pega a gente de jeito e faz a gente refletir bastante sobre a nossa sociedade, estrutura de classes e segregação social, fazendo alusão a fatos históricos, como o movimento eugênico americano e a ascenção no nazismo. Uma leitura importantíssima e de fácil digestão/compreensão.
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Amanda Fidelis 11/01/2022

Questão de Classe é mais uma distopia que finca suas raízes em problemas nascidos bem debaixo dos nossos narizes e a partir deles se desenvolve um futuro sombrio em que tudo pode sair do controle.

A busca por uma sociedade perfeita em que, a partir de parâmetros definidos por um grupo restrito de pessoas, todos os que forem considerados abaixo de determinadas exigências seriam eliminados tem na triste realidade do século XX seu maior exemplo. Mas se a busca pela pura raça ariana não foi bem sucedida, isso não quer dizer que a humanidade tenha desistido do ideal de perfeição.

Às vezes, certas atrocidades podem ser camufladas, disfarçadas sob o puro véu da educação, dos costumes, das leis, de um governo que preza por melhorias. Não importa a forma, o que interessa é que a vontade de atingir a perfeição sempre vai se fazer presente. O problema é quando a sociedade passa a apoiar sem questionar. Até não ser mais possível voltar atrás.
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kitski 10/03/2021

Questão de Classe, por Christina Dalcher. Uma reflexão sobre a perfeição.
O mundo é perfeito, apesar dos bilhões de seres humanos subjetivos e únicos. Esse é o plano de fundo em Questão de Classe, uma sociedade perfeita, não há espaço para falhas, não há espaço para humanidade. Elena Fairchild, uma professora de elite, pertencente às escolas de prata, mãe nas horas vagas, raramente esposa, pensa que entende o sistema de de camadas. Como educadora, Elena acredita que o método funciona, como mãe, ela deseja justiça.

“O que elas não sabiam na época, e agora eu sei, é que você pode se livrar das maçãs podres no cesto, mas isso só libera espaço para uma nova camada de podridão esperando para ser salva e limpa.”

Em Questão de Classe conhecemos o número Q, uma junção de dados que te persegue, para sempre. O número Q é medido pelo seu desempenho acadêmico, quanto melhor você é, maior o seu número Q. Toda a experiência humana, todo processo de aprendizagem é reduzido em apenas um número. As pessoas que possuem o número Q acima da média são tratadas de maneira diferente. Em escolas especiais, cargos muito bem remunerados. Nesse sistema não há espaço para erros, muito menos para Qs abaixo da média.

Elena entende que o sistema é necessário, até sua filha amanhecer em uma escola amarela, destinada aos números Qs abaixo da média. Freddie é apenas uma criança de 9 anos, mas já carrega nas costas o peso de não encaixar-se no sistema. Ansiedade, síndrome do pânico, estresse, esses são apenas alguns dos desafios enfrentados por Freddie.

Com uma narrativa reflexiva Questão de Classe é uma pintura realista de tudo que vivemos. Uma distopia que nos faz encarar a realidade.

“Sempre fizemos isso, nós, seres humanos, em nossas pequenas sociedades. Categorizamos, comparamos e inventamos formas de nos segregar em times, como na aula de educação física da escola. Escolho você, dizemos. Mas não ele.”

site: https://www.instagram.com/p/CLHYdLzjvkx/
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Gabrielly.Goncalves 27/04/2023

XXI
A premissa do livro é mto interessante, os primeiros capítulos...
No entanto, a autora n consegue desenvolver a história como ela merece, li comentários q criticam o egoísmo da protagonista, mas eu discordo, na vida real as pessoas são movidas por seus interesses por mais q digam q não.
O maior defeito ao meu ver é a resolução, devido a temática , era esperado algo mais robusto , uma revolução real... Infelizmente temos uma solução questionável.
Gostei mto do livro , super indico , apesar do desfecho, o livro consegue o principal, q é induzir reflexão sobre o tema. Altamente real e atual, por mais q seja revoltante e até impalpável, a temática é algo possível de ser levantada, são inúmeros os casos de pessoas com pensamentos "pro progressista" , q pregam e disseminam atrocidades semelhantes ...
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Regina.Luiza 20/06/2021

Qual seria a cor do seu cartão?
Em um mundo onde é preciso ser perfeito como você se sairia? Essa é a pergunta da contra capa do livro Questão de Classe, uma distopia que mostra um futuro próximo e bem possível de acontecer, onde a sociedade é dividida em camadas, determinadas pela sua nota Q.
Para trabalhadores ?comuns? e alunos com média inferior a 8, existe cartão amarelo e as escolas federais, cujas crianças são mantidas longe dos pais sob o pretexto de dar condições para que elas desenvolvam sua aprendizagem em um ambiente ?adequado? a elas. Pessoas com média de 8 a 9 recebem um cartão verde e estudam e trabalham conforme a categorização delas de medianas. Já para pessoas e alunos com média acima de nove, o cartão prata garante os melhores empregos, remunerações e escolas.
Elena Fairchild, assim como muitas pessoas, sempre se achou melhor do que os outros, que outros, você pode estar se perguntando. Todas as pessoas que não se encaixam, os que fogem ao padrão determinado pela sociedade, os que não seguem as regras silenciosas impostas pelo domínio da minoria que se acha perfeita. E Elena poderia continuar vivendo assim, mas foi se dando conta aos poucos de que algo estava errado nesse sistema, até que o sistema tratou de mostrar sua verdadeira face para ela.
Mãe de duas meninas e casada com um dos fundadores do sistema de camadas, Elena vê sua vida perfeita de professora de escola prata desmoronar ao ter a filha mais nova rebaixada de um escola verde para uma amarela. Diante da perspectiva de perder sua filha para o estado, Elena vai além dos limites da lei para recuperar a filha, mesmo que isso custe um preço muito alto.
Ao chegar na instituição em que a filha se encontra, nossa protagonista se depara com uma realidade diferente do que a divulgada pelo governo e o ministério da educação, com seus programas de ?família mais apta? e percebe que o que está acontecendo de fato, é uma tentativa de minar cada vez mais, as pessoas com ?falhas?, em uma verdadeira continuação de eugenia que surgiu na segunda guerra mundial. Assim como a Alemanha Nazista queria desenvolver uma supremacia racial, os Estados Unidos querem, nessa distopia, desenvolver uma sociedade de supremacia de inteligência, de heterossexuais , de pessoas sem necessidades especiais, entre tantos outros conceitos e preconceitos.
Pensar em como sempre categorizamos as pessoas me deixou incomodada nesse livro e tenho a desconfiança de que esse foi, de fato o objetivo da autora. Mesmo quando éramos crianças, tínhamos nossas patotinhas, sempre discriminando os que fossem muito diferentes de nós ou que não nos deixavam entrar nas patotas deles. Mas até que ponto isso é uma situação aceitável? Será isso fruto natural do ser humano, ser atraído ao que lhe é familiar? Ou será que somos ensinados a ter esse comportamento? Essa é muitas outras perguntas pipocaram na minha mente ao ler esse livro e posso dizer que ele abalou meus alicerces. Desejo muito que ele abale os seus também, só assim poderemos evoluir sempre, mas não para uma supremacia padronizada do ser humano, mas sim para uma supremacia da empatia com as diferenças, a final de contas, quem faz a forma para termos que nos encaixarmos todos do mesmo modo?
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sonia__jardim 24/06/2023

A sociedade como um dominó
Questão de classes é um livro extraordinário e cheio de críticas sociais do mundo fictício que não estão longe do nosso mundo real.

Fazendo alusões a acontecimentos do passado os colocando como acontecimentos do futuro, a autora soube desenvolver muito bem a trama nos prendendo em cada detalhe e tirando o nosso fôlego em cada momento.

O livro mostra como o extremismo, como a alienação e os preconceitos podem moldar uma sociedade de formas absurdas, com capacitismo, com exclusão e com preconceitos sobre todos os grupos sociais presentes na sociedade.

Essas pessoas, que acham e moldam o ?perfeito? seguindo padrões absurdos, constroem uma fila de dominós que acreditam ser como ?perfeito? mas se esquecem de o que nos torna tão humanos, tão incríveis são as nossas diferenças, são as nossas formas diferentes de pensar, agir, são as crenças diferentes, os gostos diferentes e tudo, principalmente, com respeito um pelo o outro pq não devemos moldar as outras pessoas pelo que achamos ?certo? ou ?errado?. Uma das maiores virtudes é aprender sobre coisas novas com pessoas diferentes de nós, sair da nossa bolha e crescer espiritualmente e como pessoa.

Além desse fator, a autora mostra o que uma mãe está disposta a fazer pelo seus filhos e eu achei isso extraordinário pq além dela ter feito tudo pelas filhas dela, ela fez também por TODA a sociedade, fez por todas as mães, por todas as famílias e principalmente por todos os grupos que estavam sendo abafados nesse mundo horrível.

Amei a leitura e aconselho todos a tirarem um tempinho para ler.

5 ??
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Ingridh.Weingartner 21/03/2021

"Estou em prantos", essa foi a última coisa que decidi escrever na última página do livro para as minhas companheiras de leitura. Eu senti tanta coisa com essa leitura, eu acho que eu ri sim em algumas partes, talvez não tenha sido de felicidade. Senti o desespero no final, o medo de que nada fosse dar certo, coisa que eu só havia sentido lendo dias perfeitos. Eu chorei. A Elena não teve tempo de aproveitar a vida quando ela realmente pôde. Eu adorei essa personagem, ela faz questionamentos reais, que eu mesma acredito que faria no lugar dela. Minha cabeça parece que vai explodir, eu pude sentir o medo, a falta de esperanças, todas essas coisas terríveis. Leia esse livro. Que escrita primorosa.
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Lane @juntodoslivros 27/05/2021

O que você faria se sua filha fosse levada para longe de você?
"Nossa, quero dizer, a gente é mesmo pobre. Meus avôs trabalhavam em minas de carvão, voltavam para casa pretos como a noite e ganhavam uma miséria. Mas pobre não é a mesma coisa que burro."

No universo de Questão de Classe, os EUA vivem em uma sociedade separada por um Q (quantificador de inteligência). Esse Q é uma nota a partir do seu desempenho cerebral, quanto maior ele é, melhor são suas chances de prosperar nessa sociedade: ser aceito em uma boa escola, em uma boa universidade e ter o melhor emprego. Ao longo dos anos o cálculo do Q foi ficando tão sofisticado que até dá para medi-lo a partir do estágio de feto.

É nesse universo opressivo que Elena Fairchild vive com seu marido e as duas filhas. E quando sua filha mais nova de nove anos tira uma nota baixa nas provas da escola e acaba por ser mandada para uma escola amarela, há muitos quilômetros de casa, é que Elena vê que deve fazer alguma coisa para que aja mudanças nessa sociedade. Ou ela aceita tudo como está e fica longe da filha ou ela vai buscar a mudança.

Questão de Classe e Vox não são do mesmo universo, mas são similares ao falarem sobre o machismo, o patriarcado, a segregação e etc, mas as histórias seguem abordagens diferentes e ainda assim importantes. No livro as temáticas de homofobia, capacitismo e eugenia estão muito presentes também, principalmente com essa quantificação cerebral.

O livro vai trazer a temática da segregação a partir do Q de cada pessoa. Toda a sociedade gira em torno dele e a partir daí, atrocidades são cometidas em nome do progresso e do “melhor” para todos. Não tem como ler esse livro e não ter vontade de bater em alguém, vontade de gritar que as coisas que estão fazendo não estão certas, que as pessoas podem sim ser diferentes e está tudo bem ser assim.

Infelizmente o final foi rápido, a solução foi entregue com facilidade, mas isso para mim não tira o brilhantismo da história. Para quem for ler, a dica que dou é focar nas lições que a história traz e esquecer a solução rápida. Pessoalmente, foi uma leitura que valeu muito a pena!

site: https://www.instagram.com/p/CNnycvxjnkt/
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