A mulher ruiva

A mulher ruiva Orhan Pamuk




Resenhas - A mulher ruiva


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Jose.Maltaca 01/04/2021

Um Espetáculo de Coincidências
A vida é pautada por coincidências e por dramas que se assemelham a expressões artísticas, as quais sempre têm uma finalidade e uma conclusão bem delineadas. Assim parece o mundo descrito por Orhan Pamuk em A Mulher Ruiva, livro publicado originalmente em 2016. Se o autor tratasse a sua narrativa como fábula, isso seria um elemento enriquecedor da experiência literária, mas ao tratar de temas reais e bater reiteradamente na não fidedignidade, Pamuk distancia o leitor de uma experiência fantástica e cai nas águas profundas da irrealidade. O enredo do livro é composto por dualismos entre pais e filhos e pela reprodução na vida de um conto ocidental (a história de Édipo Rei) e de um oriental (Rostam e Sohrab). Assim, o protagonista oscila entre duas figuras paternas e todos os desdobramentos que dessa oscilação se sobressaem remetem ao parricídio ou ao filicídio. Tudo é amarrado por uma série de coincidências absurdamente convenientes, as quais são conectadas por um enredo que cobre um período de décadas.

Outro tema central é o de que a arte é um reflexo da vida e as expressões artísticas tendem a se repetir indefinidamente. Contudo, o que se percebe na leitura é o contrário: a obsessão pela arte dita os rumos das personagens. E o que mais agrava é o fato de que, na concepção de Pamuk, as histórias se repetem e sempre são reproduzidas em um círculo vicioso, tornando a arte um movimento estéril de mera reprodução de padrões já estabelecidos. Esta ideia é absurda para uma pessoa que escreve livros e acredita no potencial transformador de manifestações artísticas. Logo, o que poderia ser uma ode à escrita e ao teatro assume a forma de um manifesto à influência circular que a arte causa na vida e a vida na arte, fazendo com que cometamos sempre os mesmos equívocos. O livro torna-se mais um exercício sobre a obsessão – expresso na figura do interminável poço – do que sobre a relação complexa entre a arte e a vida. Assim, perde-se o foco e a mensagem central.

Por fim, o livro é dividido em três partes, as quais não mantêm um ritmo fluido. Tanto a primeira quanto a segunda são compostas de eventos esparsos, arrastados e cheios de descrições que pouco contribuem para o andamento da narrativa. Ao fim destes trechos, alguns eventos chocantes ocorrem de forma acelerada. A terceira parte funciona como uma explicação e uma amarração das pontas soltas deixadas pela obra. Todavia, a conclusão em si a e introdução da um personagem extremamente antipático deixam um gosto amargo ao fim da história: Pamuk falha ao tentar despertar no leitor a simpatia por este personagem, ao mesmo tempo em que usa um artifício barato para tentar dizer que o livro inteiro era outra coisa, e não o que o leitor supunha. Não obstante, o A Mulher Ruiva consegue entreter, não somente pelo valor do choque de algumas passagens, mas pela escrita, a qual é elegante, mas também acessível. É um livro que pode agradar pela quantidade de viradas que o enredo proporciona, mas que poderia ter sido muito melhor se fosse mais bem amarrado e elaborasse melhor seus simbolismos.
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Bianckah 04/04/2021

A vida imita o mito
O livro inteiro nos dá uma ideia do desfecho final, mas quando ele finalmente acontece é difícil de aceitar.
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Eloiza Cirne 02/07/2021minha estante
Sim. Fiquei com essas mesmas indagações.
Tenho a impressão de que a verdadeira mente é a da Mulher Ruiva.




(@daniella_o_o) 11/02/2021

Sensação de solidão ? Sentir-se perdido em seus devaneios
Então, eu gostei muito de toda reflexão que trás essa história, sobre às temáticas, as vezes soavam um tanto repetitivas, porém faz com que entenda seu propósito, é uma leitura que nunca imaginei ler porém me tirou da zona de conforto... Eu realmente gostei da história.
Acredito que não serão todas às pessoas que podem gostar desse final.
Achei triste e um tanto esperançoso, Mas, vale muito a pena ler, tem uma carga cultural única e diferente, com seus costume e vivências com diferenciadas percepções... Realmente é chocante o final me impactou e a história é uma que tenho vontade de reler novamente.
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Marques60 11/03/2021

Reflexões
Vale a pena ler o livro mais pelas reflexões e demonstrações culturais que ele faz do que pela história em si. No decorrer, já temos uma ideia do que vai acontecer pela quase obsessão de Cem, e apesar de muito descritivo, não achei monótono.
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Renata 12/02/2021

Não sei se criei expectativas devido às avaliações e comentários sobre esse livro, ou se ando enjoada mesmo.

Detestei. Só se salva o fato de poder conhecer um pouco uma cultura diferente da minha, mas só. Devia ter aberto um guia de viagens, ganhava mais.
Erika 17/02/2021minha estante
Minha opinião também é bem sincera. Achei bem mediano. Para não dizer ruim. Não gostei .


Debora 05/03/2021minha estante
Eu também odiei. Não se puna. Rs


Renata 05/03/2021minha estante
Boa! Kkkk




Quel 02/01/2022

A Mulher Ruiva
Esse é o segundo do autor que leio.
Um livro dramático, se é que posso falar assim. Nos leva à Sheakspeare, amor, traição e amor.
Não amei, mas vale a leitura.
???
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A Dama E Os Livros 11/03/2021

A Mulher Ruiva
Um romance cheio de mistério e que surpreende a cada página. Era pra ser só um serviço temporário, era apenas para cavar um poço...surge um teatro, surge uma mulher ruiva e principalmente surge um afeto...e deste,um amor incompreensível.
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Malu 16/01/2022

Bastante repetitivo
Apesar de ter capítulos curtos - tornando assim a narrativa dinâmica - toda a história de A mulher ruiva soa repetitiva. A primeira parte é de longe a mais interessante. A segunda parte o protagonista fica dando voltas em torno dos mitos de Édipo e Rostam/Sohrab tornando meio óbvio o que irá acontecer na história. Porém a última parte torna a coisa ainda mais repetitiva quando a própria mulher ruiva sai de personagem secundário para protagonista e reconta novamente toda a história trazendo poucos elementos novos a narrativa. Não é um livro ruim mas poderia ser melhor.
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Sayd 04/04/2021

Divagações interessantíssimas
Acompanhamos a jornada de vida do jovem Çem, seus sonhos, seus traumas e suas paixões até a pessoa em quem ele se tornou. O autor consegue trabalhar, a partir dessas divagações do protagonista, pensamentos interessantíssimo sobre os laços de família e a ganância humana. Recomendo!
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Nazrat 21/04/2021

Múltiplos Édipos e Sohrabs
Primeiro livro que tive acesso de Orhan Pamuk. É uma obra que entra num loop infinito de piras edípicas, com a relação entre pais e filhos. É Freud elevado à máxima potência.

Junta-se a isso a fluidez e o crescendo que a narrativa toma. Há uma mudança num ponto de narração que é bem interessante também. E haja reviravolta! É tudo premeditado, as cartas estão marcadas desde o início, mas a jornada concedida pelo autor é fantástica e não perde o frescor, conforme ele nos guia.
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Felipe 09/04/2022

Pra devorar
É um romance meticulosamente bem-escrito. O suspense brilhantemente desenvolvido pelo autor é capaz de manter, e instigar, de página a página, a curiosidade do leitor. Trata-se de um enredo engenhoso, construído sobre jogos de espelhamento, feitos para provocar nossa reflexão: sobre as relações familiares (principalmente entre pai e filho), as origens de nossas obsessões, o abandono afetivo e até mesmo sobre a universalidade da literatura. Eu só confesso que fiquei bem desapontando com o desfecho, que é fraco. Achei a ideia interessante, mas a execução não me causou impacto.
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Rodolfo 20/02/2021

Quando a tragédia da lenda se torna realidade
Quando o pai de Cem Çelic abando ele a sua mãe, Cem toma a decisão de começar a trabalhar como ajudante na arte da perfuração de poços. O que ele não imaginava era que esse ofício lhe proporcionaria conhecer sua primeira grande paixão, a mulher ruiva, que dá título ao livro.
Pelo que aconteceu em sua vida, Cem acaba desenvolvendo uma fixação pela fábula "Édipo rei", fábula essa que conta a história de uma profecia em que o filho mata o pai e se casa com a própria mãe.
Muitos anos depois, já casado e bem sucedido, Cem decide voltar na cidade onde tudo começou. O que ele não esperava era encontrar novamente a mulher ruiva e que esse encontro poderia terminar em tragédia.
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