Antonia 02/06/2023
"? Qual poderia ser? Rainha"
Jude Duarte não se recorda de um momento em que sua vida não fosse um campo coberto de maquinações políticas e temor constante. Desde que vira aos pais sendo assassinados e que fora levada até o sombrio e intrincado com maquinações terríveis Reino das Fadas, seu maior sonho era alcançar o tão almejado lugar na Corte e superar a todos os feéricos que a subestimaram. No entanto, a maldade escondida em Elfhame está além de asas arrancadas e maldições de morte, e Jude terá que descobrir o verdadeiro significado da palavra poder antes que seja tarde demais.
O Príncipe Cruel ? Ou Cruel Prince ? é um livro com o qual possuo um apego emocional muito grande. Sempre sou arrebatada pelo fluxo familiar desta história a cada releitura (sendo em minha língua nativa ou não) e jamais deixarei de ser encantada pelo Reino das Fadas, por mais que tenha consciência de suas falhas em construção de enredo.
Eu fiz duas outras resenhas dos livros anteriores a alguns meses atrás ? os quais não sou tão apegada quanto a este aqui ? e pretendo relê-los também. Mesmo assim, quando finalmente peguei a O Príncipe Cruel fisicamente, decidi retornar novamente para o mundo de Elfhame após a O Herdeiro Roubado, que li em um dia.
Sim, não vou negar. Há inconsistências e furos ao longo do percurso que são fáceis de perceber com a passagem das páginas se observar com mais atenção. A política, ao menos para mim, possuí um desenvolvimento um tanto falho e simplório em minha concepção, assim como a construção de mundo feita pela Holly Black. Para mim, o desenvolvimento de universo em O Canto mais Escuro da Floresta é infinitamente mais profundo que o de Principe Cruel.
Jude é uma personagem com a qual possuo um forte apego emocional. Embora não seja perfeita em construção, a amo mesmo assim. Sua sede por se sentir aceita e sua determinação são fatores que me fazem adorar a personagem, e seu arco com Madoc é excessivamente interessante e similar. Provavelmente é uma das coisas mais profundas ao longo do enredo.
Continuo com o adendo de que o pouco de romance que há entre Jude e Cardan se desenvolve de maneira mais coerente aqui que nos próximos livros ? onde eles ainda se odeiam. Para mim, sua relação é bem mais genuína que o arco construído ao longo da trilogia ? que, principalmente em Rainha do Nada, decaiu bastante ? e eu adoro sua dinâmica juntos. Nenhum dos dois confia plenamente um no outro; nenhum dos dois é imune aos efeitos que causam um ao outro.
O Príncipe Cruel, apesar de ter seus erros e discrepâncias ao longo da passagem das páginas, sempre vai possuir um lugar em meu coração de uma maneira ou outra.
Espero que tenha uma boa leitura ?