spoiler visualizarbotluna 26/04/2023
Belíssimo livro com belíssimas lições
“Algumas coisas dentro de você brotam devagar. Outras surgem como o clarão de um relâmpago.”
O livro “O Castelo Azul” me foi proposto para a leitura em um clube do livro que eu iniciei no mês de abril, mal pude conter a minha animação com essa nova leitura, a ideia de um local onde eu poderia falar sobre as minhas experiências como leitora e dessa vez, com pessoas que estão lendo a mesma obra que eu ainda me é avassaladora de tão boa.
Agora falando exatamente do livro: O Castelo Azul é uma obra muito linda, quando vi o nome na lista de livros admito que não me brilhou os olhos acredito que seja porque eu não seja o público alvo (que no caso é o infanto-juvenil), mas eu teria perdido uma experiência de leitura incrível se não o tivesse lido. O começo é meio maçante, mas é a introdução a vida da personagem que é de fato maçante, triste e entediante eu entendi que o livro genuinamente quis me colocar nessa experiência de estar sem perspectiva e de algo chato. A personagem principal se chama Valancy e tem 29 anos, isso foi algo que eu estranhei no livro porque achei a personagem velha pra uma história infanto-juvenil, mas mais para frente tudo se encaixou e fez sentindo. Me vi extremamente presa a leitura, ansiando por momentos livres no meu dia para poder ler mais um capitulo (mesmo que nunca fosse apenas um, acabou acontecendo de eu passar quase duas horas lendo o livro e só parei porque tinha que ir para a faculdade), a cada capitulo eu torcia cada vez mais para a felicidade de Valancy, tornando as conquistas dela como mini conquistas pessoais minhas, é muito bonito a forma de emancipação da personagem principal, como ela decide se libertar de antigas amarras e com isso vai mostrando sua evolução pessoal.
O livro tem uma mensagem muito bonita sobre ser você mesma e mostra esse processo de emancipação das ideias de terceiros de forma muito corajosa, a personagem principal passa de alguém que se importa 100% do tempo com tudo o que os outros acham dela, se mantém numa relação de extrema toxicidade com a mãe que é narcisista, com familiares que estão sempre a zombando e criticando, a personagem no começo do livro não tem autoestima nenhuma porque isso lhe foi tirado ao longo de seus 29 anos de humilhação, quando ela descobre que pode morrer ela decide virar a chave e ser tudo o que ela sempre quis ser, fazer tudo que sempre quis fazer e é bonito ver essa virada de chave (mesmo que tenha precisado desse choque para a personagem).
Me emocionei em algumas partes do livro, me identifiquei com a personagem em alguns pontos desde falas mais bobinhas sobre amor até em problemas familiares, é engraçado como a nossa realidade está até mesmo nas coisas que nós lemos né? Como se atraíssemos nossas vivências em todos os âmbitos da nossa vida. Algumas vezes quando ela falava do amado dela eu só conseguia pensar no meu, as vezes quando o esposo dela elogiava ela eu só conseguia pensar em como meu namorado me elogia, ambos apaixonados que trazem a imagem da mulher como algo tão magnifico, quase etéreo.
Minha nota para o livro é 4⭐ e eu acho que estou sendo muito justa! É um ótimo livro e embora eu não faça parte do seu público alvo eu ainda o recomendaria para outras pessoas (da forma que faço agora), acho que ele traz essa ótima lição de ser você mesmo de uma forma muito bonita, ensina também que nem sempre família te faz genuinamente bem, mesmo que não seja por estrita maldade as vezes os laços sanguíneos podem ser bem cruéis.
O Castelo Azul é da Editora Principia, como design não posso não falar da capa dele, os elementos da capa remetem a algo de época e trazem um ar de sofisticação é engraçado porque as marcas Phebo, Granado e Francis usam o mesmo estilo de elementos e seguem a temática de cores quase que em um monocromático (a capa do livro é em tons de azul e branco no destaque).