spoiler visualizarbuarqg 20/02/2022
Hiraeth
Esse conto quebra com uma peculiaridade do coraverso: o uso de palavras desconhecidas para nominar os romances. Ao longo do enredo, cora traz palavras únicas da língua portuguesa, uma sacada genial para por de personalidade pra Ivan e formatar um diálogo muito lindo entre os protagonistas.
O final me surpreendeu muito, porque ao finalizar o livro com a proposta de não definir em palavras a relação de Bruno e Ivan, Cora mostrou, mais uma vez, que seus romances são muito bem escritos para coexistirem.
Mais ainda, cada romance parece ter sua própria construção, sem se basear em qualquer outra convenção já conhecida. É o amor puro, de todas as formas, uns em picos outros na calmaria da rotina. Contudo, sempre intrigante e sendo surpreendente ao seu modo.
O que mais me aconchega nesse conto, para não dizer em todo o coraverso em si, é a leveza dos relacionamentos, como se cada parte soubesse exatamente o que está fazendo. Na verdade, não sabe, mas parece que o além constrói uma força de união, um querer ficar. Simples.
A pegada de inimigos nas telas e namorados no off deixou o conto mais divertido, sendo até engraçado ver que a trama não foca na relação deles dois para os outros, mas dentro do universo de cada um, típico do coraverso. Foca muito mais na relação a 2, trazendo poucas convenções de fora. A narração em terceira pessoa é uma sacada boa, que facilita o entendimento dos personagens, e na minha opinião se fosse uma narrativa pessoal seria muito... comum e reflexivo demais. Acho que precisamos de mais romances assim: um olhar 360°.