Adriana 05/04/2012A Fada, de Carolina Munhóz, é um livro que eu não conhecia nem de longe até chegar à livraria, observar ele dando sopa com uma capa linda, uma história de fadas logicamente e uma autora nacional, que foi quando decidi comprar na hora!
Apesar de não estar em minhas prioridades de leitura, justo no dia em que comprei tive que esperar meu namorado no centro da cidade por um tempo e acabei começando a ler (aviso: não consigo ler vários livros ao mesmo tempo, se eu pego um e começo, vou até o fim).
A história gira em torno de Melanie Aine das Fadas sim, este é o nome completo dela, uma garota que, ao fazer 18 anos, recebeu magicamente uma tatuagem de fada nas costas e a morte de seu pai, que veio junto com o presente. A garota acaba por descobrir que seu destino tem muito a ver com a raça humana, mas que ela não faz parte dessa raça como sempre acreditou.
Logo no início do livro descobrimos que há um homem misterioso na vida de Mel, que irá ajudá-la a entender sua missão de vida. Arthur surge em visões e, numa bela tempestade no meio da floresta, ele acaba atropelando-a. Esse é o início da saga de ambos, que irá levar-lhes a viver momentos mágicos e também aprender lições de vida.
A resenha pode estar parecendo confusa, mas é o reflexo do livro e do que eu achei dele: uma confusão. Não é que a escrita da Carolina seja ruim, mas muitas vezes as situações e lugares são jogados às páginas sem um maior cuidado e explicação. Falta ao leitor àquela vontade de continuar, de saber o que vai acontecer e, no final, de visualizar um sentido na maioria das coisas que ocorreram no livro.
Inacreditavelmente, foi o final que salvou a obra de ter uma avaliação ruim da minha parte. Apenas no desfecho da trama é que consegui realmente dizer que gostei de A Fada. E mesmo assim, ele não foi suficiente para abrandar o fato de que todo o livro é como uma introdução que deveria durar, no máximo, trinta páginas, para o desfecho, que deveria ser desenvolvido ao longo de toda a obra e foi contado em cinco páginas.
Um aspecto que me incomodou muito durante a leitura foi a edição mal revisada da Novo Século. Frases sem concordância, o uso de mais no lugar de mas e, principalmente, a não tradução de vários termos em inglês me deixaram extremamente irritada.
O livro se passa na Inglaterra e, por isso, a autora resolveu usar termos de lá para compor o livro. Até aí tudo bem, existem expressões que são difíceis de traduzir, mas que podemos entender mesmo em outra língua. Porém, não é só porque o livro se passa em Londres que o leitor irá querer ler inúmeras palavras em inglês misturadas ao livro. E não são palavras sem tradução aqui ou que não se possa entender em português. Portrait, que significa retrato, por exemplo, está escrito como portrait mesmo. Um leitor que não conhece a língua estrangeira iria ficar sem entender nada! Mas o pior nem foi isso, o pior foi ter que ler: os vestidos eram dignos de estar no red carpet do Oscar! Red carpet??? WTF? O que aconteceu com o bom e velho tapete vermelho? Qual é o problema de escrever tapete vermelho em português?
Outra coisa bastante chata foi que os encantamentos ditos pelos personagens são todos escritos em inglês, sem nenhuma tradução ou explicação posterior. Simplesmente colocaram parágrafos inteiros escritos em outra língua e não foi colocada nem uma nota de rodapé pra ajudar a entender!!!
Claro que eu consegui distinguir as palavras com meu parco conhecimento de inglês, mas alguém que não tenha esse entendimento vai sentir bastante dificuldade!
Por tudo isso, fiquei na dúvida sobre a nota do livro. Mas acho que, no fim, vale mais a pena ser sincera de verdade: não foi ruim, mas também não foi bom, duas estrelas definem bem o que A Fada foi pra mim.
Resenha em http://mundodaleitura.net/?p=2619