Sobre a terra somos belos por um instante

Sobre a terra somos belos por um instante Ocean Vuong




Resenhas - Sobre a Terra Somos Belos por um Instante


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Rennata Everton 11/04/2022

Como alguém pode ser uma sensação? ?
Eu diria: Como um livro pode ser uma sensação?

É trágico e real. É uma constante alternância entre afeto e desespero. É uma constante mãe/monstro, e um amor desvairado de vó, que sobrevive até à falta de sanidade.
Me tocou mais do que me entendiou. Ele faz com que as partes caóticas e profundas possam valer a pena. Além de aflorar uma empatia sem igual, um afeto absurdo, e o apego por uma história autoficcional que é visceral na mesma medida que é bela.

Você sente o amor e o desamor, e as tentativas de amar, e os fracassos que também são amor. Então pela densidade do livro, pelo emocional abraçado e torturado, e pelos personagens banhados de realidade e ficção, fica impossível não deixar um pouco de si nas páginas, e não levar um pouco da vida do "cachorrinho" com a gente.

É só o reconhecimento de que também somos "cachorrinhos" da nossa história. E cabemos no abraço de uma Lan, e amamos uma mãe/monstro. E que ao contrário do autor, não estamos tão dispostos a usar nossa língua como testemunha dessa tragédia chamada "vida". No final das contas, nem todo mundo sabe ler, nem todo mundo sabe nos ler.
Mariimagno 11/04/2022minha estante
???




Beatriz177 05/05/2022

POÉTICO, SENSÍVEL E DOLOROSO
"Quando os bezerros são finalmente abatidos, a entrega de suas vísceras é seu último ato, os intestinos chocados com a súbita velocidade dos finais."

Me dói um pouco não conseguir avaliar esse livro com cinco estrelas, mas, assim como um remédio amargo, é preciso admitir: a partir do capítulo dois, o autor parece ter-se perdido do objetivo confessionário com o qual o relato de Cachorrinho se introduziu, embarcando para explorar as profundezas de uma relação amorosa que, de forma alguma, poderia ser descartada na hora de contar a história do personagem principal, mas que não nos permite enxergar bem qual é a relação daquele namoro com a tentativa do principal de alcançar (ou afastar) a sua mãe. Só por isso, pela súbita mudança de foco da história que escapa do que me deixou mais animada sobre ela, que eu tirei uma estrela da minha avaliação geral dele. Apesar disso, não posso dizer que gostaria que muitas coisas nele fossem diferentes; pelo contrário, o que o Ocean Vuong fez nesse livro ultrapassa as barreiras da imaginação e, de tão bem construído, te faz sentir por todo corpo a brutalidade de cada micro-agressão e violência pela qual o Cachorrinho passou e as quais ele teve que suportar. Esse é um livro que, assim como I'll be Right There (até mais que esse outro livro, na verdade), me fez ter uma visão diferente do que é a escrita, do que é um relato de vida.

Ainda que numa posição histórica e cultural diferente, além de viver uma realidade inegavelmente distinta, o estilo narrativo de Vuong e a maneira livre como ele faz uso de metáforas faz com que seja possível sentirmos em nosso corpo a devastação que a falsa paz pode trazer para a vida de um imigrante como ele ? cuja humanidade, dele e de sua família, foi tantas vezes dissolvida na sua origem pelos homens brancos ? e para a de sobreviventes de uma guerra tida como uma das mais violentas da história, ainda que a verdadeira dimensão dessas dores se guardem exclusivamente na mente e corpo daqueles que, de fato, vivenciaram essa sequência de eventos caóticos.

Não acho que poderia abrangir a ampla sensibilidade desse livro em uma resenha curta aqui no skoob porque questões como identidade e laços familiares turbulentos nunca foram algo suscinto e simples de se falar sobre e quando se trata do Cachorrinho, então, cuja criação girou em torno de uma mãe traumatizada e uma avó esquizofrênica tentando torná-lo tão apto à sobrevivência quanto elas através dos mesmos meios tortuosos pelos quais foram ensinadas (e que são os únicos que elas conheceram), essa discussão é ainda maior ? e, provavelmente, algo que só pode ser compreendido através do próprio livro.

Durante a narrativa da história existem muitas nuaces, significados resguardados nas entrelinhas e cenários precisos que custam palavras precisas, palavras específicas, e cada uma delas penetra nosso pensamento e nosso sentimento de maneira que, uma vez lidas aquelas prosas ? porque o livro do Voung é, realmente, quase isso ?, não é mais possível esquecê-las. Podemos ser, até, enganados pela tom, pela essência dolorosa e agressiva de algumas ocorrências, mas Sobre A Terra Somos Belos Por Um Instante é puramente isso: pessoas tentando sobreviver e, antes de si mesmas, tentando com a vida fazer com que os seus amados vivam ? que eles aprendam a sobreviver para que suas almas encontrem nisso, de alguma forma, paz.

Esse livro é, como a citação no início dessa resenha, isso: as vísceras reviradas de pessoas castigadas pela ganância e pelo ego de homens brancos que não enxergam mais do que os próprios lucros; os galhos de uma árvore extensa, as teias de aranha que entranharam todas as pessoas dentro da sua área de alcance e continuaram a persegui-las por meio de assombrações, miragens, animais empalhados ou componentes morfossintáticos.

E nenhum deles escapou dessas assombrações: nem os mais velhos, Rose e Lin, nem os mais novos, Trevor e Cachorrinho ? tendo um cedido aos intermédios de vícios nocivos e, o outro, se perdido em nomenclaturas vencidas, em partes de si que não puderam encontrar terreno firme para se fixar numa origem instável, que se reiniciou, e repetiu o ciclo, sem lhe permitir um espaço fixo. Como se ele fosse os escombros daquela guerra, mesmo não o sendo ? mas que todos naquele país estrangeiro tentaram fazê-lo acreditar ser por um longo tempo.

Eu admito que, de primeira, as idas e vindas temporais na narrativa tornaram a leitura difícil para mim ? cheguei até a desistir de ler 1 vez pela confusão com a qual me deparei logo no prólogo, apesar da beleza da estrutura textual?, mas essas mudanças de cenário se tornam mais sutis e compreensíveis após o prólogo e, depois, passam a contribuir para uma imersão maior nos sentimentos do Cachorrinho e na história dele.

O Ocean Vuong deu um show com esse livro. É espetacular, extremamente poético e lindo de uma forma dolorosa (mas de uma dor que vale à pena ser atravessada).
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skuser02844 16/03/2023

Toda liberdade é relativa?
Peguei esse livro achando que seria só um romance LGBTQIA+, mas é muito profundo. O livro inteiro é uma carta de um filho pra uma mãe vietnamita, onde ele conta através de memórias dele e de histórias que sua vó contava sobre a Guerra no Vietnã, sobre como é ser imigrante nos Estados Unidos, juventude, amores, trabalho, vivências? Uma leitura repleta de camadas que você vai descascando pouco a pouco.
O começo pode ser um pouco cansativo como foi pra mim, mas depois ele pega um ritmo muito envolvente.
Amei!
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M.R. 26/03/2023

Lírico e devastador
O que é liberdade?
Se você já teve aula de filosofia, provavelmente você já se deparou com uma pergunta desse tipo. Essa é uma daquelas questões que ficam em aberto porque não possuem uma resposta exata. Por exemplo, para mim, liberdade é curta e temporária. A vida é o caçador; é preciso ser mais rápido e esperto. Para alguns isso é encarado como um fardo e para outros como um desafio. Para mim, é um desafio, estou sempre no caminho da liberdade. Para o "Cachorrinho" e sua mãe também é um desafio. Para Lan, avó dele, é um fardo.
O título do livro é "Sobre a Terra Somos Belos por um Instante" e na passagem: "Estou de novo pensando na beleza, em como algumas coisas são caçadas porque achamos que elas são bonitas. Se, comparada com a história do nosso planeta, uma vida individual é tão curta, um piscar de olhos, como dizem, então ser belo, mesmo que do dia em que você nasce até o dia em que você morre, é ser belo apenas por um instante.(...)Para ser belo, você primeiro precisa ser visto, mas ser visto sempre permite que você seja caçado." descobrimos o porquê do nome. Nascemos e morremos sendo caçados a vida inteira.
No livro, o autor nos dá dois exemplos principais: o racismo e a homofobia. É horrível as coisas que ele descreve, mas não é ficção, não é apenas um romance, é real. São coisas que acontecem todos os dias a toda hora. Forçam a vírgula a ser um ponto. Forçaram a mãe dele a ser mais rápida e desaparecer. Te forçam a se tornar búfalos.
É um livro que retrata vários assuntos, e principalmente a relação dele com sua mãe, que eu descobri se tratar de uma autobiografia do autor. A mãe dele realmente é um monstro? Ele acha que não. Ele perdoou a mãe dele, mas não se perdoou por nunca perguntar se ela é feliz.
Todo mundo tem uma história e faz o possível e o impossível para sobreviver. Vimos pela história de Lan e Rose e agora do Cachorrinho.

Esse é um romance contado de maneira lírica pelo poeta Ocean Voung, isso foi determinante para transformar em pura poesia algo tão intenso.

Oi.
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brenobebeto 08/11/2023

Literatura da melhor qualidade!
Fiz uma resenha do livro no meu podcast, Teimosia Literária:

https://anchor.fm/brenobebeto/episodes/Sobre-a-terra-somos-belos-por-um-instante--de-Ocean-Vuong-e2blttp
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lilaceblue 12/12/2023

Uma carta sobre existir
Borboletas, sombras, guerra, linguagens, família, pertencimento, preconceito, dor, vida, mesas e histórias.

Um livro que carrega o peso de uma existência, o amadurecimento vivido em outro país, descoberta sobre si mesmo, o peso de uma guerra nas gerações, a língua num lugar distante, das dores, dos relacionamentos e do realismo de existir, sobre a terra, sobre a beleza.

Por mais que eu tente encontrar palavras pra explicar minha experiência com esse livro, acho que não sou capaz de encontrar nenhuma digna. Assim como nossa vida, encontrei muitos sentimentos nessa leitura. É um livro sobre uma vida que carrega muitas lembranças e narrativas a serem contadas, justamente por ser algo extremamente real, é um livro cru, por vezes dilacerante, outras penetrante e sempre sincero. Um filho que conta tudo isso a mãe, que nunca irá ler, pelo menos não nessa vida. E nesse caminho, ele reconhece a própria existência, origens e dores.

Aviso: o livro possui as vezes alguns temas e cenas mais ?adultas?
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rafa 17/06/2023

Bah que livro lindo. Dava de cara com esse livro em todo lugar, e quando comecei a única coisa eu sabia é que era uma carta do filho para a mãe analfabeta. Durante a leitura você percebe que o autor precisa liberdade de uma carta que nunca será lida para, fazer algo que nós nunca podemos, ser complemente vulnerável e sincero com a mãe.
No Sobre o Autor, li que é o primeiro romance de Ocean e tudo fez sentido. A escrita é extremamente poética e bem amarrada. É um daqueles que você não fica ansiosa pelo final pois está aproveitando o caminho.
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laviniast91 21/03/2024

Saí com depressão
Cara, que livro sensacional!!!
Eu gostei igualmente das três partes, cada uma tinha seu foco, que foram muito bem trabalhados. O autor aborda temas como racismo, guerra, imigração, homofobia, identidade queer e morte, e tudo isso de forma sensível, mas ao mesmo tempo de um jeito cru e direto.
Em diversos momentos me vi refletindo sobre algumas coisas com uma nova perspectiva por causa desse livro.
Chorei, me emocionei, fiquei triste, fiquei com raiva, mas me apeguei a cada um dos personagens.
Apesar da leitura ter sido longa e demorada, eu amei!! É o tipo de livro que não dá pra ler rápido e é melhor assim mesmo.
No início pode ser um pouco difícil de se acostumar com a narrativa não linear e as metáforas, mas uma vez que você entende a dinâmica, o livro fica uma delícia.
LEIAM LEIAM!!
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ana clara :) 23/01/2023

leitura puxada e feita pra ser devagar. ritmo é bem lento em algumas horas e às vezes traz a sensação de ?legal isso, mas não entendi nada?
assim, muito bom e interessante, mais uma vez provando que gay só sofre e a gente, leitor, sofre também
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Ester71 09/08/2022

Uma história de 3 gerações que lutaram pela sobrevivência nos Estados Unidos. Uma carta de um filho onde ele se abre totalmente para a mãe. E no meio, duas personagens importantes, que ensina o autor da carta sobre a vida, sua avó e Trev. Achei a leitura um pouco complexa, mas a história muito envolvente.
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Jane Mary 18/07/2023

A verdade é que a memória não nos esqueceu...
Sobre a Terra somos belos por um instante... é um livro sensível, poético e ao mesmo tempo visceral. O Autor ao assumir a narrativa tocante de traumas de guerra, abusos, sofrimentos psicológicos e relacacinamentos abusivos conta a triste e bela história de uma Geração ,..conseguindo ao mesmo tempo abordar de forma tão clara questões políticas, questões tão doídas como a luta LGBTQIA+, e nesse misto de informações ele cria uma narrativa comovente ao tentar chegar à sua Mãe através da Carta qie ela nunca lerá... nele a narrativa de seus traumas, o sofrimento tô e a sabedoria de sua bela avó Lan (orquidea) e sua filha Rose , "a Rosa crescendo no caule da Orquídea..." e na tentativa de estabelecer este vínculo com Mãe nos emociona..
Não é um livro pra todos creio eu..
Por ser sensível e extremamente poético você deve se desnudar e embarcar nesta bela Narrativa de coração aberto...
Para compreender a complexidade e sensibilidade de cada trecho tão tocante e marcante.

"Estou de novo pensando na beleza, em como algumas coisas são caçadas porque achamos que elas são bonitas. Se comparada com a história do nosso planeta, um vida individual é tão curta, um piscar de olhos, como dizem, então ser belo, mesmo que do dia em você nasce até o dia em que você morre, É ser belo apenas por um instante.."

"Porque o por do sol , assim como a sobrevivência, existe apenas à beira de seu desaparecimento . Para ser Belo, você primeiro precisa ser visto, mas ser visto sempre permite que você seja caçado.."

""Você se lembra do dia mais feliz da tua vida? E do mais triste? Você já se perguntou se é possível combinar tristeza e felicidade, para criar um sentimento púrpura profundo, nem bom nem mau, mas notável simplesmente porque você precisou viver de um lado ou de outro?"

"Ela Dor.. o meninos então pensou, meditando sobre as palavras de Lan.
Como uma pessoa pode ser uma sensação?"

Estou apaixonada em.toda construção deste romance e ficaria aqui horas descrevendo todas as partes dele..
Livro Extraordinário para pessoas de Alma sensível a apreciar o que é Belo, mesmo que seja apnas por um instante...
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Marcelo 06/07/2021

Escrita poética e sensível com temática LGBTQIA+
Este é o romance de estreia do poeta Ocean Vuong, um retrato devastador de uma família, um primeiro amor e o poder redentor da narrativa.

Trata-se de uma carta de um filho para uma mãe que não sabe ler. Escrita quando o narrador, Cachorrinho, está com quase 30 anos, a carta desenterra uma história de família que começou antes dele nascer e morar nos Estados Unidos - uma história cujo epicentro está enraizado no Vietnã - e serve como uma porta de entrada para partes de sua vida que sua mãe, que carrega cicatrizes da guerra, nunca teve conhecimento, com direito a uma revelação inesquecível. Ao mesmo tempo um testemunho do amor intenso e inegável entre uma mãe solteira e seu filho, é também uma exploração brutalmente honesta sobre raça, classe e masculinidade.

O autor relata as experiências de vida (em primeira pessoa) do personagem ?Cachorrinho?: a pobreza, o sofrimento, os abusos em família, as descobertas da vida e da sexualidade, as perdas.]

O que chama a atenção no livro e por isso tem sido motivo de muitas avaliações positivas é a forma poética com que ele é escrito (o autor venceu importante premio de poesia nos EUA recentemente e este é seu primeiro e tão aguardado romance). Para além disso, não foi um livro que me encantou, mas também não é desprezível. Vale a leitura para quem quiser conhecer a escrita de Ocean Vuong.

E o título que é uma das coisas mais lindas que lí nos últimos tempos
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Licia Maria 21/08/2021

Cachorrinho
Há dois anos, escolher minhas leituras deixou de ser um ato completamente aleatório. Comecei um processo de escolha mais atento, pensando na importância de diversificar minhas referências, conhecer novas culturas e eliminar alguns preconceitos (não só literários)... e porque tô falando tudo isso? Bom, sem esse movimento eu provavelmente não teria chegado nesse livro. Que triste seria.

Cachorrinho mudou tudo aqui dentro?. Trajetórias e histórias costuradas com (no) sangue combinadas à uma escrita visceral, que faz seu coração acelerar no ritmo dos batimentos do narrador.
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marcuswco 21/02/2022

Para um romance de estreia, o autor até que se saiu bem. Nota-se pelo estilo da escrita no começo do livro que o autor escreve poesias. A leitura foi bastante tranquila, tanto pela linguagem quanto pelo número reduzido de personagens. No entanto, sinto que o livro foi de 0 a 100 de forma brusca, visto que no início há relatos da guerra do Vietnã com sofrimentos na infância, quando >do nada< o livro se torna hot. Falha minha não estar preparado pois não pesquisei sobre o autor e não li a sinopse. Acredito que a violência sofrida na infância pelo personagem autor da carta refletiu bastante em seu relacionamento amoroso. Por fim, me identifiquei quando o narrador diz que desperdiçou um diploma ao estudar Letras hahaha.
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Olgashion 23/07/2023

História de uma família vietnamita saída fugida da guerra e o ponto de vista do filho que se descobre homossexual junto com um companheiro de trabalho de verão. E nessa descoberta ele escreve cartas pra mãe pra se entender e com ela
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