A Bolsa Amarela

A Bolsa Amarela Lygia Bojunga




Resenhas - A Bolsa Amarela


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Adriana Scarpin 18/04/2021

Para contrabalancear o narcisismo lispectoriano nesse dia nacional da literatura infantil sempre temos a prosa mais do que maravilhosa da Lygia Bojunga, que ao meu ver é nossa maior autora infanto-juvenil de todos os tempos, impossível não ficar em êxtase diante de sua obra.
E para as meninas que quiserem/querem ser escritoras nenhuma obra falou mais intimamente na cabecinha delas nas últimas décadas do que A Bolsa Amarela, são gerações de meninas querendo ser escritoras e desconstruindo gênero por causa dos lampejos desse livro. Um livro que continua uma delícia mesmo quando somos adultas.
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Tamires 13/11/2021

A bolsa amarela, de Lygia Bojunga
A bolsa amarela, livro de Lygia Bojunga, foi publicado originalmente em 1976; época em que o Brasil vivia o período da ditadura militar. Essa contextualização é importante para entendermos uma característica primordial da protagonista dessa história: sua ânsia por ser aceita e livre.

Raquel é uma menina repreendida dentro do próprio lar, com suas vontades e particularidades completamente ignoradas. Ela tem três desejos: ter nascido garoto, ser logo gente grande e ser escritora. Ser garoto e gente grande pelo mesmo motivo: liberdade. Ser escritora porque era um desejo além de qualquer explicação que ela pudesse dar. Só sabia que queria escrever.

“Lygia foi a primeira autora brasileira a receber o Prêmio Hans Christian Andersen (1982) e o Prêmio Astrid Lindgren Memorial Award (2004). Eles são considerados as maiores honrarias concedidas aos escritores da literatura infantojuvenil no mundo”

A menina nos mostra como é difícil pertencer, como é difícil ter a individualidade respeitada sendo uma criança em fase de amadurecimento. A bolsa é onde ela guarda tudo, inclusive suas vontades, ora leves, ora pesadas. Acho interessante a bolsa ser dessa cor, amarela, que atualmente simboliza o cuidado com a saúde mental.

“Às vezes a gente quer muito uma coisa e então acha que vai querer a vida toda. Mas aí o tempo passa. E o tempo é o tipo do sujeito que adora mudar tudo. Um dia ele muda você e pronto: você enjoa de ser pequena e vai querer crescer.” (p. 49)

É no refúgio da amizade que a vida de Raquel vai se tornar mais leve. Para não dar muitos detalhes sobre o enredo, vou destacar, aqui, dois dos personagens de que mais gostei:

O galo Rei, que depois passa a se chamar Afonso: personagem inventado pela própria Raquel, que escreveu a história dele até certo ponto. O galo estava destinado a ser o chefe do galinheiro, mas não gostava nada disso. Ele queria que todos tivessem voz, que cada um pudesse escolher o que fazer, galo ou galinha. Ele queria igualdade, queria liberdade! Mas, sem apoio entre os seus, foi preso, forçado a ser “aquilo que havia sido destinado a ser”. Apesar de tudo, decidido a lutar por algo importante, foge do galinheiro e vai morar na bolsa amarela, até encontrar uma ideia pela qual lutar.

O galo Terrível: Assim que esse galo nasceu, resolveram que ele seria um galo de briga implacável, e já lhe deram o nome de Terrível. Foi sistematicamente treinado para ser brigão, mas Terrível era amoroso, cultivava felicidade. Chegou um tempo em que ele não seguia o script de galo de briga, então os donos dele adotaram uma medida que resolveria o problema de uma vez por todas: costuraram o pensamento do galo com uma Linha bem forte, para deixar de fora só o que realmente importava para eles: o pensamento de brigar. E assim foi sendo; Terrível venceu 130 brigas, até encontrar um galo mais novo. Aqui também é digno de nota informar que Terrível é primo de Afonso e que a Linha também é uma personagem com seu espaço devido no livro.

“Resolvi que se eu queria escrever qualquer coisa eu devia escrever e pronto. Carta, romancinho, telegrama, o que me dava na cabeça. Queriam rir de mim? Paciência. Melhor rirem de mim do que carregar aquele peso dentro da bolsa amarela.” (p. 103)

A bolsa amarela é um livro que trata de temas sensíveis ao mesmo tempo que nos leva por aventuras incríveis. Pode ser, para muitos leitores, uma bela porta de entrada para a literatura fantástica. Além dos temas retratados por Lygia, outro ponto interessante a ser trabalhado em uma leitura compartilhada com alguém mais jovem é a questão da linguagem. O livro, como já dito, é de 1976. Sendo assim, podemos ver um pouco da forma de se expressar daquela época. Por exemplo, o eufemismo “abotoar o paletó” ao falar de morte; o termo “curtição”, que eu realmente não sei o melhor sinônimo atual, mesmo tendo nascido em 1990; “transa”, no sentido de transação ou acordo; “trambolhão”, que quer dizer também queda barulhenta, entre outros. A bolsa amarela é um livro pequeno, só 140 páginas. Mas uma literatura tão gigante. Tão nossa.

site: https://www.literaturablog.com/resenha-a-bolsa-amarela-de-lygia-bojunga/
Amandinha 13/11/2021minha estante
A primeira vez que li esse livro eu era muito pequena para entender a mensagem que transmitia, mas ele sempre foi um dos meus livros preferidos na prateleira. Depois de ler a sua crítica vou ter que lê-lo com novos olhos.


Débora 14/11/2021minha estante
Li para a minha filha, na época com 6 anos, pensando ser apenas um livro infantil...mas fui EU que amei esse livro, achei genial!!!




Bruna 03/08/2022

A bolsa amarela ??

- Fiquei pensando: mas se ela não queria mais filho por que é que eu nasci? Pensei nisso demais, sabe? E acabei achando que a gente só devia nascer quando a mãe da gente quer ver a gente nascendo. Você não acha, não?

Achei aquilo tão bacana! Na
escola, quando a gente lê a vida de Tiradentes e desse pessoal importante, vem sempre essa frase junto: ?homens que lutaram por suas ideias".

- Às vezes a gente quer muito uma coisa e então acha que vai querer a vida toda. Mas aí o tempo passa. E o tempo é o tipo do sujeito que adora mudar tudo.
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bteuzt 28/11/2023

Tão eu?
Lembro de ter esse livro como paradidático lá quando eu tinha uns 9, 10 anos. não dei bola, mas não menosprezando, e sim porque os livros para a escola me deixavam ansiosa. não conseguia ler.
lembrava apenas de alguns detalhes: os personagens e a correria de Raquel. lendo enquanto adulta, percebo que talvez todo o simbolismo só poderia ter sido compreendido agora.
engraçado, porque eu também quis ser escritora, eu também recusei a feminilidade enquanto sinônimo de ser mulher e mentia a idade na internet para me sentir pertencente. agora, nada mais disso é preciso; mas, se eu enquanto criança tivesse me atentado mais ao conteúdo e não a uma prova de português, eu teria percebido mais cedo e quem sabe sofrido menos.
muito bom!
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João Felipe 26/03/2021

A bolsa amarela
Eu ja li livros muito melhores mais esse foi um livro legal,é a história de uma menina que entra em conflito consigo mesma e com a família ao reprimir três grandes vontades – a vontade de crescer, a de ser garoto e a de se tornar escritora.
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Sergiocamppo 27/11/2021

Aprendendo a ser leve
A Bolsa Amarela é uma obra madura. Do tipo que reflete com profundidade as inseguranças, confianças e esperanças do autor.
Em sua obra Lygia Bojunga é capaz de transmitir com perfeição o mundo vivido por uma criança solitária e criativa que precisa urgentemente ter amigos com quem conversar e aprende aos poucos como ser feliz e lidar com suas vontades sempre crescentes.
A maior mensagem do livro é, provavelmente, a de que não é necessário mudar completamente quem somos para que sejamos felizes. É possível ser uma criança madura, um adulto brincalhão e um velho de pensamento sempre novo. Também é possível sermos satisfeitos com o nome que recebemos e o com o sexo que nascemos, ainda que não tenhamos escolhido nada disso. E, além do mais, não devemos nos abalar quando riem, zombam ou debocham de nossos projetos e sonhos.
Este livro é uma obra-prima. Para mim foi um daqueles livros que você mal termina de ler e já quer reler. E posso acrescentar com segurança que é uma obra de extrema importância, que deveria ser lida e contada para o máximo de crianças possível, a fim de que aprendam lições valiosas e não se frustrem jamais com a mente fechada de tantos adultos.
Acredito que através da criatividade e sensibilidade da autora, muitos leitores devem ter finalizado o livro - assim como eu - sentindo-se leves e renovados como Raquel.
Brenda 27/11/2021minha estante
Uau, há um tempo ouvi um podcast fazendo referência a esse livro! Vou colocar na minha lista




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Caroline 28/07/2022

10/10 contém spoiler
É uma leitura extremamente fluída e te faz ter uma visão bem aberta dos conflitos em que a personagem principal se encontra. Ela tem muitas vontades e muitas delas só existem pela falta de voz que tem já que é a única pequenina na casa e todos os seus fazeres sempre são julgados sem que alguém realmente note o quão incrível é sua imaginação. De forma subliminar a obra fala de assuntos mais complexos e eu amei isso. A forma como no final chorei pelo guarda chuva e pelo galo é algo que nunca imaginei ao iniciar a leitura.

- Ué, se você não tem nenhuma ideia, como é que você vai lutar por uma ideia?

- Bom, primeiro eu preciso ter a ideia. Depois saio lutando. p.39
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Clara 07/06/2021

Um verdadeiro jardim de ensinamentos?
Que livro mais lindo! Leve e macio, enquanto estamos lendo ele é como se estivessemos comendo uma comida que amamos muito, com um sabor magnífico.
Li para a aula de Literatura dessa semana, meu professor vivia falando do feito, mas eu não me apeguei de primeira. Logo depois do segundo capítulo já estava totalmente entretida, me vendo na vida daquela criança introvertida, toda a forma inocente e sincera de ver o mundo em uma forma de purificar a alma e o coração, e ainda sim com aquele quê de inteligência crescendo.
Ainda sou uma adolecente de 15 anos, e de certa forma me vejo no direitode dizer que não importa a idade, quando você ler esse livro lembrará de momentos gostosos da infância, e de como você aprendeu, cresceu, sentindo o jardim tão agradável que você cultivou dentro de si mesmo brilhar com vontsde de crescer ainda mais?
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vica 30/11/2020

um pedacinho de sonho
"a bolsa amarela" com certeza teria sido um dos meus livros favoritos se o tivesse lido na infância. uma leitura leve, nostálgica e inocente
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rafa 25/07/2022

- a bolsa amarela -
esse livro possui diversas criticas sobre a sociedade em que vivemos mostrando a personagem principal sendo considerada inferior apenas por ser mulher, mostrando como o ambiente em que vivemos acaba nos esmagando por conta das diversas coisas que as pessoas falam para nós, como por exemplo no livro a ideia de que a personagem principal quer ser escritora mas sua família não gosta da ideia, mandado ela parar de escrever.
Enfim o livro tem uma escrita mais leve, e eu creio que seja voltada para o público infantil e é isso, eu gostei do livro, mas não é muito meu estilo de livro :))
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Nanda 19/08/2020

Um livro é sobre a liberdade, encorajamento. Todo mundo possui ou possuía vontades e coisas que queria ser quando crescer. A necessidade de liberdade, de tirar estigma que são impostos pela sociedade e realizar suas vontades, pois, se não sua bolsa amarela vai ficar cada vez mais pesada é insuportável para carregar.

Um excelente livro brasileiro... poder ser um livro para ler para crianças, mas também na fase adulta.
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Heitor.Santos 30/05/2020

Confuso
Raquel é uma menina que tinha problemas em casa com sua mãe e seus irmão, tem uma tia chamada tia Brunilda que fazia doações a familia de sua sobrinha que tinham problemas finançeiros e em uma dessas doações Raquel ganhou uma bolsa amarela que houve varios acontecimentos ao longo da história se quiser saber leia
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