Bárbara 02/02/2022Divertida irreverência para desvendar mistériosUm grupo de aposentados se reúne para devendar o mistério de um assassinato.
Um dia, fui a um café que era também uma luderia - ou uma luderia que era um café? ou luderia já é café automaticamente? enfim, o importante é que eu estava com uma pessoa epecial e nós decidimos jogar um jogo de desvendar mistérios. Eu achei terrivelmente difícil, só havia uma imagem e duas dicas e a partir delas tínhamos que fazer perguntas até tentar desvendar o crime. Aí eu já sabia que era péssima no assunto, porque as possibiidades são verdadeiramente infinitas e eu não sou boa em desvendar qual é o palpite mais certo. Bom, eu me diverti à beça, mesmo com minha falta de habiliade dedutiva. A outra pessoa, bom, acho que só passou raiva comigo mesmo e logo perdeu a paciência kkkk
Foi esse exato sentimento que tive com O Clube do Crime das Quintas-Feiras. Senti-me perdidinha em meio às pistas e palpites, desconfiei de Deus e o mundo, tive certeza de que todo mundo era criminoso nessa história, todo mundo mesmo, em coma, em consciência, com alzheimer ou sem e me diverti enormemente. O grupo de personagens é todo um amor, são enérgicos e engraçados. A história consegue nos passar dor e tensão sem se demorar nisso, sempre envolvendo os assuntos com leveza e determinação de que se divertir é a maior finalidade de todas. E acho que o que tem de mais delicioso na trama é que, apesar da idade dos personagens, eles são vivíssimos e muito resolutos em aproveitar cada experiência ao seu redor.
Não sou expert em teoria literária de romance policial, nem tenho muita experiência de leitura na área até o momento (acho que minhas leituras do assunto envolvem volumes da Coleção Vagalume quando eu era adolescente), mas se desconfiei de todo mundo na história, talvez isso seja, ou porque sou eu e é uma característica minha, ou talvez porque a trama é realmente ótima para a proposta a que se dispõe cumprir como um mistério a ser desvendado. Gostei como o autor foi deixando pistas que um leitor atento poderia captar para suas próprias deduções (como eu disse, eu capto todas e por isso sou tão desconfiada, eu seria a policial que chegaria na atendente da padaria gritando O QUE A SENHORA ESTAVA FAZENDO TERÇA-FEIRA UM DE FEVEREIRO ÀS 15h32??????).
Já sobre a escrita, eu fiquei apaixonada. É tão simples e tão cheia de personalidade ao mesmo tempo. Detalhes vivos, caracteríticas ímpares, histórias convincentes e uma irreverência que torna tudo divertido de se acompanhar. O final foi maravilhoso. Vou sentir falta de cada um dos personagens. Foi a diversão leve que eu estava precisando.