Escravidão

Escravidão Laurentino Gomes




Resenhas - Escravidão - Volume II


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Diego 04/01/2023

A segunda parte da reportagem de Laurentino Gomes é tão chocante quanto a primeira
Neste volume o autor vai da corrida do ouro nas Minas Gerais do século XVIII até a chegada da família imperial no Brasil em 1808, mantendo sua prosa objetiva, elegante e cheia de dados impressionantes sobre a chaga da escravidão.

Nesse segundo livro eu destacaria a questão da escravatura como alicerce da economia das grandes potências mundiais durante os séculos XVIII e metade do século XIX. Laurentino Gomes demonstra como a mão de obra do negro africano escravizado construiu as bases econômicas que possibilitaram a acumulação de capital -- que posteriormente possibilitaria a própria revolução industrial... Não é pouca coisa.

Descobrimos mais um pouquinho aqui neste livro que a tragédia da escravidão praticamente forjou a ordem mundial há mais de trezentos anos atrás. Grandes potências se ergueram em cima da exploração, dor e sofrimento de milhões.

Livros assim são necessários para que se somem à já imensa historiografia sobre o assunto. É que o jornalista não precisa escrever como o historiador ou o sociólogo, daí a grande diferença (e importância!) de obras como esta. É preciso alcançar um público não especializado, das mais variadas idades e formações; e isso Laurentino consegue muito bem.
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Konshal 01/01/2023

A escravidão urbana do século XVIII
Escravidão - Volume 2 concentra-se os seus relatos nos acontecimentos do século XVIII. Um período de grandes revoluções no mundo (Francesa, a Independência dos EUA) e de grandes transformações territoriais no Brasil colônia com a interiorização da população aqui presente, impulsionada em grande parte pela descoberta de jazidas de ouro em Minas Gerais.

Ao passo que o Brasil partiu da costa litorânea para ocupar as regiões mais ao fundo de seu território tendo a figura dos bandeirantes como protagonistas desse processo, o escravismo por aqui adquiriu também novas facetas, tornando-se ainda mais completo. A riqueza proporcionada pela mineração possibilitou indiretamente, por exemplo, a conquista de um número expressivo de alforrias, já que os dividendos muitas vezes eram divididos entre os senhores mineradores e seus escravos. Isso quando os negros eram recompensados pelas descobertas de novas jazidas, uma vez que aqueles oriundos da região do Congo tinham larga experiência na mineração.

Foi neste século também que algumas vilas do interior, assim como as cidades grandes do litoral (Salvador e Rio de Janeiro) viram surgir a escravidão de serviços. O trabalho braçal do engenho e nas lavouras era substituído principalmente pelo serviço de transporte (mercadorias, pessoas ou… excrementos). Uma espécie de cargo de confiança.

Outro destaque que o livro traz é sobre o papel da mulher escrava nessa época. Seja na quantidade expressiva de mulheres negras alforriadas em Minas Gerais - o que evidencia o seu senso de organização e obstinação, algo que a prosperidade trazida pelo ouro trazia -, seja pela história de Xica da Silva contada no capítulo 25, “Chica na Terra dos Diamantes”, que, acima de tudo, quebra os estereótipos amplamente construídos sobre essa personagem.

Em alguns momentos do livro, observo que Laurentino Gomes foge um pouco da temática do título, dedicando alguns capítulos sobre assuntos que envolvem ou se desdobram indiretamente da escravidão. Um apanhado sobre História Geral, mas que fazem pouca menção à escravidão em si.

Em meio a tantos movimentos revolucionários (como os já citados no primeiro parágrafo desse texto), a independência do Haiti em 1804 se destaca por ser a única no mundo que adveio de uma revolta de escravos. Algo muito irônico já que todas as buscas por direitos civis que a sociedade mundial buscava na época excluíam propositalmente os negros dessa luta. A dignidade humana que tanto queriam não era estendida aos escravos.

E, falando ironia, temos o caso da Inglaterra. No país se iniciou uma onda abolicionista que atingiu os quatro cantos do mundo. Algo inusitado, já que foram os ingleses que dominaram, entre 1730 e 1740, o transporte de negros escravos ao redor do mundo. A mesma Inglaterra a quem a combalida realeza portuguesa sempre manteve-se fiel, mesmo que tal fidelidade os colocassem contra a fúria de Napoleão Bonaparte. Essa foi a razão da Família Real fugir para a sua colônia além Atlântico em 27 de novembro de 1807.
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Perla.Campos 03/12/2022

Sempre imprecionante e descobridor.
O segundo volume de Escravidão é continuação de grandes descobertas. Também de tristezas por, em várias ocasiões, verificar que homens que prestigiamos na história contada do Brasil, demoraram para despir de suas vaidades e mantiveram-se escravagista por anos. Mas, como é bom ler a verdadeira história do Brasil. E de forma clara sempre.
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Heros Pena 20/11/2022

Um livro necessário, é sempre difícil perceber o quão cruel o ser humano pode ser. Mas é preciso conhecer nossa história para evitar a repetição de erros do passado.
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Peter.Molina 29/10/2022

Relevância
Neste segundo volume encontramos mais relatos sobre a questão escravista, como por exemplo , a história de Chica da Silva, de Tiradentes e da Inconfidência Mineira, do massacre no Haiti, além do início do movimento abolicionista e a vinda da família real portuguesa para o Brasil. É um livro de pesquisa histórica extremamente importante, não só pelo tema em si, mas para que tenhamos em mente o quão cruel foi a escravidão. O autor também aborda a questão dos quilombos e aspectos religiosos. Muito bom para quem deseja saber mais sobre o tema, com linguagem simples e repleta de referências.
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Planells 24/10/2022

Um livro necessário para o Brasil
O trabalho de pesquisa de Laurentino e a forma de aprofundar em um passado tão vivo e ao mesmo tempo tão esquecido na historia do Brasil, faz desse livro uma leitura imprescindível para todos nós que graças aos conhecimentos adquiridos nessa trilogia, podemos continuar trilhando o caminho para um país mais igualitário e humano.
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Jardii 23/10/2022

Incrível. E denso.
Depois de 3 meses lendo esse livro consegui terminar. Muito incrível, importante e necessário. Ainda hoje temos uma dívida impagável com a descendência dessas pessoas. E tudo que aconteceu nessa época (e ainda acontece) é por dinheiro/poder. A ganância sempre foi o maior dos pecados.
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Edu 04/10/2022

Volume II e ponto
É tão desconfortável finalizar a leitura de Laurentino e não dizer que foi fantástica, compartilhar e tentar fazer com que todos a sua volta também leia. O volume I de "Escravidão" é uma obra prima, repleto de aprendizados, contextos históricos e curiosidades.

Talvez tenha sido uma introdução tão rica da trilogia, que concentrou os pontos altos de toda a temática. O Volume II se prendeu durante longos capítulos ao Ouro em Minas Gerais em uma profundidade tamanha que tabelava o valor da gramatura do ouro, comparando ao valor de um cativo ou de um cavalo - em diferentes parágrafos, inclusive.

Para mim, ficou um conglomerado de informações que acho difícil alguém absolver. Entendo que estão ali a título de comparativo e pra tornar a obra um serviço de pesquisa científica, mas ficou bem menos fluída.

O final sim, foi o responsável por prender mais a atenção, mas até aí, quem já leu 1808 (do mesmo Autor) já conhecia essas passagens da história, não sendo, portanto, aquela novidade vibrante tão comum nos livros de L. Gomes.

Chego ao fim sem muita vontade de ler o Volume III.
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Milton 01/10/2022

Estarrecedor. É completamente abominável até onde o ser humano já foi capaz de chegar buscando apenas fins financeiros. Essa obra é uma leitura obrigatória para entender nosso passado e compreender as origens de nossos problemas sociais.
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João Gabriel 26/09/2022

História do Brasil nua e crua
Narrativa forte sobre a história do Brasil e suas raízes negras. O olhar mais contemporâneo e realista trazido pelo autor vai de encontro a muitas das narrativas que me foram ensinadas na escola, me propondo reflexões e críticas que nunca teria pensado. Leitura essencial para aqueles que querem conhecer um pouco mais de nossa história como nação e os alicerces que hoje nos sustentam onde estamos.
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Andrey 13/09/2022

Essas é uma das obras que devia ser obrigatória no ensino brasileiro. No segundo livro da trilogia, Laurentino escreve desde a descoberta do ouro no Brasil à chegada da coroa portuguesa. Esse livro é um tapa na cara, somos apresentados a condições análogas nas minas, protagonistas negros que foram heróis e sobreviveram à escravidão, entre outros fatos. Ansioso para ler o último volume da trilogia.
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GdeAlmeida 04/09/2022

Como nasce o que chamamos: Brasil
O Volume I é iniciado com os primeiros leilões de africanos escravizados em Portugal (1444) até a chegada de cativos em um novo país. Uma terra de dimensões continentais, que, começava a se desenhar na América, tornando-se o mais dependente de mão de obra cativa: ?Havia sim, ouro no Brasil. Mais do que qualquer outro lugar no mundo! ?. Dom Pedro II receberia essa notícia e, iniciaria uma das maiores corridas da humanidade em busca de tais recursos. Se estenderia a estas novas terras, o regime mais covarde, desumano e cruel (sem concorrência) da história da humanidade, a escravidão.

Volume II, nos traz o posicionamento e conflitos de reinos africanos, fornecedores no comercio escravagista: Oió, Axante, Wassa, Aowin, Daomé, etc. De como Holanda e Portugal influenciaram/financiaram estes conflitos em benefícios de suas coroas.

A MORTE SOCIAL: Ao chegarem no Brasil, o cativeiro separava pais e filhos, casais, comunidades inteiras que em seu continente tinham convivido e compartilhado os mesmos costumes e crenças por inúmeras gerações. A identidade de uma vida passada era eliminada.

MALUNGOS: A dor, os forçaram o compartilhamento de hábitos e conhecimentos, era um modo de reconstruir a identidade em pedaços, ainda que fossem rivais em seu antigo continente.

SINCRETISMO: É dado ênfase a um processo que faz parte da história do Brasil, o desenvolvimento de religiões de matrizes africanas e sua relação com o catolicismo. Alguns povos africanos, ex. Iorubás, criam numa divindade suprema (Deus altíssimo ? Linguagem Judaica e Cristã; Olorum ou Mawu ? Tradição Africana). Quando aflitos/em necessidade, recorriam as divindades mediadoras.

Umas das partes lindas do livro é o papel das irmandades: prestavam auxílios aos membros através de coleta de fundos para compra de alforria, ajuda material, encomenda de missas, assistência aos doentes e apoio as causas legais.

A MULHER NEGRA: Em um Brasil ermo, sem muitos médicos e hospitais, tivemos benzedeiras, curandeiras, parteiras e amas de leite. Labutaram na criação de gado (vaqueiras e curraleiras), cozinheiras, comerciantes e até engajadas num sistema de prostituição como forma de sobrevivência e compra de alforria para familiares.

PUNIÇÕES: Abandono a própria sorte de escravos que sofreram oftalmia na travessia, mutilações, corte do Tendão de Aquiles, decapitações, assar o cativo em fogo lento, dependura-los pelas costelas com ganchos ou até mesmo suspenso em gaiolas até a morte por fome.

ABOLICIONISMO: As três teorias do que viria conscientizar a quebra do regime
1 ? Noção Romântica, obra filantrópica, evento quase milagroso, a dimensão espiritual do ser humano para redimir os sofrimentos dos escravos;
2 ? A escravidão havia se tornado economicamente insustentável, novas tecnologias, descobertas, métodos de produção, ex-escravos como consumidores;
3 ? O próprio sistema escravagista trazia dento de si a semente da destruição (guerras e revoluções)


Minha Opinião ? Nunca foi possível o alcance de um ?reino de consciência? entre os homens, a escravidão fez parte de todos os lugares no mundo e precisamos encarar como isso se estende até os dias atuais: na educação, religião*, política, cultura, em geral, no desenvolvimento de uma sociedade.

A trilogia força ?olharmos para trás?, faço juízo de que é um compromisso de cada brasileiro para entender como começamos e interpretar nossa realidade em dias atuais.

Se possível, tomar para si a consciência de que poderia ser um país diferente em pleno século XXI. Ainda que seja um processo doloroso a leitura das obras, vale apena enxergar com esse país surgiu ergueu-se economicamente.

A Ideia de que a sociedade humana poderia ser algo maior do que apenas lucro, ganância e poder.
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Rogerio.Flores 04/09/2022

Escravidão vol II
Nesse segundo volume da trilogia, Laurentino Gomes aborda o período auge da escravidão no Brasil, Américas e Inglaterra, se concentrando no Brasil. Com uma narrativa fácil e destacando aspectos cotidianos pouco conhecidos, o vasto trabalho de Gomes enriquece um aspecto muito importante de nossa história, tanto política, quanto econômica e cultural. Um livro que li sem pressa, com algumas pausas e intercalando com outras leituras, para ajudar reflexões e dar tempo para compilar anotações. Junto com a meitura do volume I e aguardando a leitura do volume III, mais um bom trabalho do autor.
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Luciano 03/09/2022

Continuação
Boa continuação, mas sem o mesmo brilho e grande interesse do primeiro livro da série.Muitas referencias,histórias já contadas em outros livros do autor.
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